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Senti a consciência voltar e um peso em meus braços, ainda com os olhos fechados, senti minha cabeça explodindo, senti um frio na barriga.

forcei os olhos os abrindo lentamente me acostumando com a luz forte em meu rosto, olhei ao redor vendo que aquele lugar não era o campo da copa.

me levantei devagar com certo receio e olhei ao redor, parecia ser um grande povoado, não tinha ninguém à vista, nem vozes, parecia deserto.

aquele lugar me assustava de um modo sobrenatural, como um sentimento de perda.

tentei fechar os olhos e voltar pro mundo real, mas algo me prendia em mais um dos sonhos que eu vinha tendo desde o dia do acidente, era como se eu necessitasse estar aqui, ver tudo isso.

Ouvi passos apressados e então avistei um homem alto e musculoso aparecer com algo em mãos, notei que consigo ele carregava um garotinho nos braços.

ele olhava ao redor com certo pavor, como se estivesse com medo de ser visto, ele caminhou até uma grande e velha forca e amarrou o menino pelo pescoço.

Minha expressão se contorceu ao ver o rosto pálido e completamente sem vida da criança.

Senti um nó na garganta assim que reconheci o garoto do outro pesadelo. porque?

O homem olhou para o rosto do menino pálido e completamente sem vida e engoliu seco, parecia até mesmo angustiado, como se sentisse pena.

barulhos altos de armaduras foram ouvidas e o homem saiu correndo entre as ruas,

avistei aquela mulher loira outra vez andando com as mesmas vestes de antes sendo seguida por muitos guardas.

a mulher parou assim que enxergou a cena, como se as pernas tivessem sido paralisadas.

os guardas pararam e também assistiram a cena em silêncio, não era uma cena fácil de se ver.

a mulher avançou depois de alguns segundos, com muito receio nos olhos, deu pequenos passos até chegar onde o menino estava.

a mulher estava parada em frente ao menino o olhando pendurado, vi as lágrimas caírem dos olhos da mulher, ela tocou no rosto já sem cor do menino e o puxou para fora da forca.

ela se abaixou segurando o filho em seus braços, ela o segurava como um bebê, a loira enterrou o pescoço no pequeno peito do menino e altos soluços foram ouvidos, logo o choro se tornou em gritos totalmente agonizantes, aquele era um grito de uma mãe que perdeu o filho.

Os guardas se ajoelharam em uma pequena homenagem ao menino, por conta dos gritos várias pessoas começaram a aparecer, os gritos da mulher soaram por todos os cantos daquela cidade.

pelo mesmo caminho que a mulher tinha vindo surgiu algumas pessoas, reconheci o casal e a mulher do outro sonho.

aparecerem e pararem ao lado dos guardas, uma das mulheres enfiou o rosto no peito do marido tentando não ver a cena, enquanto o marido abraçava a mulher a outra mulher olhava para a cena em completo silêncio, sem palavras.

todos do povoado falavam entre si, outros choravam, cada um tinha uma reação diferente, a mulher parada tomou partido e caminhou até onde a loira estava, ela se ajoelhou e puxou a mulher para um abraço, um abraço qual foi respondido com muita necessidade.

após alguns longos minutos a loira se levantou levando consigo o corpo sem vida do filho, e lado a lado elas andaram juntas pelo povoado até chegar onde a guarda estava.

—— Eu o quero morto. — ela falou com a voz firme olhando nos olhos do general da guarda, o mesmo a olhava com brilho de lágrimas no olhar.

—— Isso será feito, majestade. — ele diz firme fazendo uma reverência e então ele e os guardas começaram a sair pelo povoado para a busca do assassino do menino.

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