Capítulo 2

186 34 2
                                    

Dabi vivia sozinho desde os doze anos de idade. No começo, ele buscava refúgio de abrigo em abrigo, hospitalizado sem nenhuma ajuda. Ele não conseguia confiar nos cuidados dos outros, com medo de acabar nas garras da Endeavor. Ele estava sozinho há anos, sendo seu próprio adulto, tomando suas próprias decisões. E agora ele não conseguia nem andar de cueca em seu próprio apartamento por causa de... ugh.

Aquele garoto barulhento.

"Achei que você tivesse ido embora", resmungou Dabi, vestindo as calças e se jogando no sofá como um peso morto.

Izuku sorriu da frente da televisão velha em que ele estava assistindo vídeos desde o amanhecer. "Não. Ao contrário do seu desodorante, eu não vou te abandonar" o garoto cantarolou alegremente.

Dabi emitiu um som animalesco do fundo da garganta. Ele se sentiu exasperado. Não podia ser outra coisa.

"Se você não gosta do meu cheiro, vá embora" ele disse.

O garoto nem se deu ao trabalho de se virar para olhar para Dabi. O anúncio da faca do canal de compras da TV foi mais interessante. No mínimo, o metal era inoxidável. Realmente útil para cortar todos os tipos de vegetais. Olha, até eles tinham um conjunto de cores diferentes por apenas alguns euros a mais.

"Não é que isso me incomode. Já senti cheiros piores. Mas é importante ter uma boa imagem para uma entrevista de emprego."

Dabi enterrou o rosto nas mãos. Ah, sim, essa estupidez. Não daria certo. O garoto tinha boas intenções, mas não daria certo. Não com Dabi.

"Garoto..."

O garoto se virou rapidamente, olhando para ele com seus olhos grandes, inocentes e energéticos. Em seu rosto, ele tinha um grande sorriso. Um sorriso genuíno.

"É um trabalho ideal! Você só precisa ficar na frente da porta do clube e dizer quem pode entrar ou não. E se alguém tentar entrar, você dá aquele olhar assustador que você faz quando não tem mais café."

O olhar que Dabi estava dando ao menino agora mesmo.

"Se eu for, você me deixará em paz?"

O menino sorriu culpado.

"Dabi... você sabe que eu não faria isso. Não é que... eu acho que você consegue. Quero dizer... eu confio que você vai conseguir o emprego. Eu só quero estar lá e... e ver que funciona. Eu realmente quero dizer isso. Você não teria que roubar ou assaltar mais ninguém. Ou traficar drogas!"

Dabi observou o garoto cuidadosamente. Izuku apareceu em sua vida dois meses atrás quando um babaca drogado tentou roubá-lo. Era o cara ou ele, e Dabi sentiu que era mais apropriado queimar um viciado que lhe devia tanto dinheiro. A primeira regra seria nunca confiar em um viciado. Então ele preferia receber seu dinheiro de volta ou dar um exemplo para os outros. Era assim que esse trabalho funcionava. Se algo der errado, você só precisa prejudicar os outros. Se você não fizer isso, acabará sendo o único com algo quebrado. Confiar nos outros na rua nunca foi uma boa ideia. Nunca termina bem. E mesmo assim, seu único erro foi confiar naquele perdedor. Acreditar em suas palavras. E por isso, Dabi precisava lhe dar uma lição.

Ele não contava que uma criança que mal chegava ao seu ombro apareceria do nada e o espancaria com uma vassoura. E quando ele fez isso, aquele devedor miserável decidiu fugir com o dinheiro e as drogas de Dabi. Que sorte ele teve. O jovem adulto teve um ataque de ansiedade no meio de um beco. Ele havia perdido muito dinheiro em apenas alguns segundos. Dinheiro que não era dele. E que as pessoas não são esse tipo de chefes amigáveis ​​para lidar facilmente. Pessoas que ficariam felizes em quebrar todos os ossos do corpo de Dabi.

Causa Perdida (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora