Causa Perdida (Tradução)

Capítulo 18

Amora

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Izuku sentou-se para assistir ao nascer do sol do telhado do antigo prédio que costumava ser um bar de karaokê. Ele estava sentado na beirada com os pés balançando para fora. Não é como se ele fosse cair e morrer. Porque, bem, ele já estava morto. Ele estava morto, e Dabi sabia disso. Izuku ainda não conseguia acreditar que ele tinha se aberto para Dabi. E, bem, não tinha sido perfeito, mas também não tinha sido ruim. Talvez Musutafu não tivesse mais uma biblioteca, mas agora Izuku se sentia um pouco mais leve. Compartilhar o fardo fez a diferença.

Dabi ficou deitado no sofá depois de abraçar Izuku com força até ele adormecer. Se alguém testemunhasse sobre aquela noite, todos enfatizariam que não houve lágrimas. Os lenços na mesa eram para as alergias de primavera que estavam começando a aparecer. Sim, alergias, mesmo que não fosse primavera.

A julgar pelo som do ronco de Dabi, ele levaria muito tempo para acordar. Izuku, por outro lado, não conseguia dormir. Como ele poderia depois da noite passada? Ontem era a prova de que talvez nada de ruim aconteceria se ele continuasse a revelar seu segredo. Talvez fosse hora de continuar com sua lista de pessoas. Porque agora ele se sentia confiante o suficiente para fazê-lo, e ele tinha que aproveitar antes que sua coragem desaparecesse.

A lista de Izuku não era muito longa. Obviamente, ele não começaria com o detetive Tsukauchi ou Eraser. Ao contrário do que metade do planeta pensava, Izuku não era masoquista. Ele não se apresentaria às autoridades após atear fogo na biblioteca. Mesmo que tecnicamente não fosse ele... ele não acreditava que nem o detetive nem o herói acreditariam.

Então, em seus próximos movimentos, Toshi estava... Ah, claro, Toshi estava lá. Ele tinha tantas coisas para conversar com seu amigo. Bem, se ele ainda o aceitasse como amigo. Izuku não podia continuar sendo um covarde. Então, ele se deixou cair do telhado e foi em direção ao apartamento onde sabia que Hitoshi morava.

Foi uma viagem curta demais para Izuku. Não longa o suficiente para pensar em todos os possíveis discursos de desculpas. "Desculpe por deixar você pendurado com a polícia? Esqueci que nem todo mundo pode desaparecer? Ou talvez eu esteja acostumado com meus companheiros noturnos também fugindo da polícia." Não, ele não podia dizer isso a Hitoshi.

Izuku realmente valorizava o garoto, o suficiente para impor uma ordem de restrição devido à sua própria estupidez.

Com a primeira luz, Izuku já estava parado na frente da porta do amigo. Bem, naquelas primeiras horas da manhã, ele não esperava que alguém estivesse acordado. Ele não ia tocar a campainha. Mas o lado bom de ser um fantasma é que atravessar paredes era o que ele fazia de melhor.

O apartamento de Hitoshi... bem, era a primeira vez que Izuku estava lá dentro. Não havia fotos de seu amigo nas paredes. Izuku realmente não esperava encontrar um pequeno e sorridente mini-Hitoshi com mãos cobertas de geleia também. Toshi mencionou mais de uma vez que o apartamento era apenas um lugar para suportar até terminar UA.

Izuku não sabia como eram os pais adotivos de Hitoshi. Eles nunca realmente conversaram sobre isso. Parte dele podia imaginar... Eraser. Deus, ele imaginou tanto que atrás daquela porta, haveria três gatos e um pai e filho desesperados discutindo sobre quem ficaria com a última xícara de café. Mas Toshi nunca conheceu Eraser. E o herói profissional vivia do outro lado da cidade com seu marido e seus próprios gatos.

Havia apenas uma casa que parecia normal. Com suas almofadas de crochê e estranhas decorações de bailarinas por toda a casa. Poderia parecer normal até Izuku notar as fechaduras. As fechaduras que definitivamente não eram normais para estarem do lado de fora das portas. Certo, a casa dos Midoriya nunca teve fechaduras em lugar nenhum. Mas Izuku tinha ido a mais do que algumas casas de colegas de classe, pelo menos antes de ser diagnosticado como quirkless, e nenhuma delas tinha fechaduras bloqueando a porta do lado de fora. Seria impensável na família Bakugo, mesmo que eles realmente valorizassem a privacidade. Mas lá, cada fechadura estava do lado de fora, e todas estavam no lugar.