Capítulo 13

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Izuku tendo um colapso mental

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Izuku estava chutando uma lata para frente e para trás em sua mini praia dentro da praia cheia de lixo. Tudo sob o olhar atento de Paul e seu próprio cadáver. Ele evitou fazer contato com aquela parte da pilha de lixo. Era um daqueles dias em que ele odiava estar morto. Bem, ele sempre odiou, mas agora era incrivelmente insuportável.

"O que eu deveria dizer a eles? Olá, obrigado por se importarem. Mas não é necessário. Porque eu estou morto, duh" ele disse.

A lata voou pelo ar, quicando entre o lixo antes de cair do outro lado da pilha. Izuku xingou e afundou na areia.

Em meio ao som das ondas quebrando, seu choro desolado se misturava. Ele se enrolou na areia, pouco se importando com como cada grão grudava em sua pele. Ele não se importava com o vento, o sol. Deus, nem mesmo o clima estava do seu lado. O sol estava radiante. Não havia uma nuvem no horizonte. Gaivotas voavam alto acima. Elas nem pousavam em seu cadáver. Elas raramente o faziam quando Izuku estava lá.

Ele não conseguia nem discutir com gaivotas. Nada conseguia distraí-lo de sua dor, de seus soluços.

O que fazer? Izuku não sabia o que fazer. Mas ele sabia de outras coisas. Ele sabia que pela primeira vez, as pessoas o estavam vendo. Pela primeira vez, ele tinha aqueles que olhavam para ele como ele era. Dabi não parecia incomodado quando ele falava sobre heróis e suas peculiaridades enquanto assistia TV. A única coisa da qual Dabi podia reclamar era quando Izuku deixava seus cadernos espalhados. Seu irmão mais velho não tão autoproclamado costumava comprar cadernos que ele nunca usava e deixava claro que não se importava se Izuku os usasse. Dabi tinha seu jeito estranho de expressar amor. Parecia que Dabi queria resistir a deixar qualquer um entrar em sua vida. E agora, de repente, parecia que ele não queria deixar Izuku ir.

E Izuku odiava isso.

Ele odiava isso de todo o coração porque Izuku temia ter se tornado indispensável para Dabi. E Izuku não podia ser indispensável. Porque ele estava morto. Izuku não podia quebrar seus corações. Nem o de Dabi. Nem o de Eraser. Nem o de 'Zashi. Oh, Toshi, talvez o garoto agora o odiasse e não quisesse falar com ele. Izuku não o culparia. Talvez fosse o melhor. Talvez isso o impedisse de quebrar o coração do único amigo que ele realmente fez em sua idade.

Ele também não queria partir o coração de sua mãe. A verdade é que Izuku já tinha feito isso. O que Izuku queria evitar era que ela tivesse esperança novamente. Ele sentia falta de sua mãe. Ele queria comer seu katsudon. Ele queria que ela o abraçasse com força e dissesse que tudo ficaria bem. Mas por alguma razão estranha, ele só conseguia imaginar sua mãe o abraçando e se desculpando.

Assim como ela fez anos atrás, quando saiu o resultado de que ele não tinha peculiaridades.

Ele queria voltar para a casa de Eraser e 'Zashi. Ele queria atormentar seus gatos com carinho. Ele queria trocar o café de Eraser e vê-lo enlouquecer. Ele queria experimentar adormecer no sofá e acordar na cama novamente. Ele queria dormir acompanhado pelo ronronar de um gato. Ele queria sentir o cheiro das panquecas recém-feitas de Dabi.

Ele podia imaginar. Eraser dormindo no sofá com Sushi. Mic cantarolando na cozinha enquanto tentava fazer café para um batalhão inteiro. Ele podia imaginar como se daria com Dabi. O garoto provocaria Mic sobre o quão mal ele cantava, mesmo que fosse uma grande mentira. Mic esbarraria nele enquanto o convidaria para cantar junto. E enquanto ambos cantavam, intencionalmente desafinados, Izuku aproveitaria a oportunidade para roubar panquecas e o café. E quando ele pensou que tinha escapado, Izuku se veria preso entre uma frente unida de 'Zashi e Dabi. Eles fariam cócegas nele até que ele chorasse. Tudo isso acabaria levando à percepção de que, naqueles momentos de fraqueza e distração, a coisa mais lógica seria aproveitar o momento. Eraser não roubaria apenas uma xícara, mas o bule inteiro de café. E no meio daquela discussão amorosa, a campainha os interromperia.

Causa Perdida (Tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora