Merlia hudson
Eu pensava que por ter um dia longo na empresa não viria Nicolas hoje, mas por sorte marcamos de nos ver hoje a tarde. Não podia ficar sem ver ele, isso poderia acabar fazendo meu dia uma tortura de sentimentos, ansiedade é uma delas.
Eu poderia dizer que ele é meu colar da sorte, tipo de filmes de fantasia. Ele também me diz o mesmo, que eu sou o lírio no jardim morto dele. É meio triste isso, mas fico feliz em ser uma coisa alegre na vida dele.
Ouço o sino da boutique soar, olho na direção da porta e vejo que é apenas um senhorzinho de idade entrando com a sua companheira bengala do lado. Vejo no relógio e se passou meia hora, Nicolas está atrasado, que droga. Ele está sempre em grandes reuniões.
Uma hora...
Uma hora e meia...
Me levanto, estou sentindo uma pontada aqui dentro. Arrumo minha bolsa e coloco a no ombro. Vejo o aplicativo de mensagens e nenhuma dele, que merda...
Presto a acreditar que ele apenas se atrasou... de novo.
Ou deve está sem bateria?
Me faço milhares de perguntas e nenhuma é correta para minha cabeça falante. Suspiro, ao entrar no meu carro, ligo o ar condicionado e conecto o Bluetooth, escutar música me relaxa e me faz pensar menos.
••••••
... esse número que você ligou não recebe chamadas... 📞
Suspiro triste, nenhum sinal de Nicolas, que merda, será que ele esqueceu que tem uma namorada em casa, que marcou com ela as três tarde e ele deu um bolo? e que agora são nove da noite e ele não liga pra dizer que estava ocupado. Que namorado de bosta eu tenho.
A porta destranca e o vejo entrar, ele retira os sapatos e o sobretudo de linho fino. Os cabelos castanhos claros como sempre alinhados para trás como uma reta linha de costura cara. Ele me olha. Aqueles olhos que sempre me fazem se apaixonar como na primeira vez, e me faz chorar como algumas noites.
-baby.... me desculpa.- se aproximar com seus grandes olhos pidões. - meu subchefe me atolou de tarefas, tive uma grande correria na rotina, eu não podia deixa meu emprego na mão, logo agora que quero subir de cargo.
O olho e assinto, eu o entendo, vejo o passar noites em claro por causa do trabalho, mas poxa, poderia pelo menos ido até a boutique me dar somente um beijinho ou sei lá, ter me mandando flores, como ele sempre fazia no nosso começo de namoro?
- tudo bem. - o olho.- podemos jantar? Eu...eu ainda não comi, fiquei esperando por você...
Ele assente e me abraça. Daí sinto o belo conforto que ele me traz, eu o amo tanto que seria capaz de dar minha vida por ele.
- no sábado teremos uma social lá na empresa. Devemos leva convidados, por ser inauguração de um prédio novo. - Nicolas trabalha em uma empresa de engenharia, ela é muito famosa em todo o país, aliás não só aqui, como em outros países fora também.
- hummm... vai ter muita gente né? - pergunto. Ele sabe que eu não gosto de festas muito cheias, tenho fobia social e isso começou na escola.. não gosto de lembrar dessa época.
- lógico que sim né liah. - fala grossseiro, e eu o olho. - desculpa, é que foi muito estresse no trabalho.
Sempre isso... estresse no trabalho.
Termino de colocar a mesa e a lasanha que fiz mais cedo. Ainda está quente.
Comemos em silêncio, só escutando os barulhos de buzinas de carros ou ônibus lá embaixo, por moramos em um apartamento no terceiro andar, não dificultar ouvimos o barulho dos motores.- é lá na empresa, estamos montando um novo projeto de biologia marinha.. descobrimos vários ecossistemas de tartarugas filhotes... - começo a dizer o novo projeto. Eu trabalho com biologia marinha em uma empresa de ecossistema marinhos. Descobrir minha paixão por animais aquáticos, quando era uma criança e vir uma tartaruga na areia tentando voltar pro mar.
- Hummm.. - Nicolas murmura.
- aí amor, vc precisa ver, elas são tão fofinhas.. queria trazer uma... porém não tenho tempo para cuidados com ela. - digo triste.
- Merlia, por favor.. - suspira. - eu tô cansado, da pra calar a boca só até o jantar terminar, depois voltamos pra essa conversa. - revira os olhos.
- ok... - assinto, meu coração dói. Queria tanto que ele voltasse a ser como antes.. agora ele anda sempre cansado, apesar dele não gostar de biologia, ainda mais marinha, ele pelo menos me escutava.
Terminamos o jantar, e ele foi tomar banho. Reviso alguns assuntos pra amanhã, preciso me sair ótima nessa apresentação. Queria chamar ele pra poder assistir, mas sei que ele não vai poder, sempre atarefado, o convidei semana passada, mas acho que ele nem lembra mais.
- amor..?
- sim? - sair do banheiro secando o cabelo, tão bonito. Sempre me lembro de quando nos conhecemos, eu o amei naquele momento.
- você vai a minha apresentação amanhã? - o olho, e o vejo coçando a cabeça. Já entendi...
- apresentação? Não me lembro, só lembro que amanhã tenho reunião com alguns acionistas japoneses.
Assinto. Que ódio, por que? Por que?
Término de traça meu projeto e vou dormir. Sinto uma tristeza, não queria que fosse assim. Pensei que viveremos felizes, sendo cúmplices um do outro, mas parece que somos mais colegas de quarto, que nós conhecemos na faculdade.
Preciso marcar com minha psicóloga ainda está semana, está tudo saindo fora da linha.
••••••••
Na manhã seguinte, acordo felizada pois será o dia da minha apresentação, tô pressentindo uma coisa tão boa aqui dentro.
Entro na sala, e nenhum sinal do Nicolas, deve ter ido trabalha.. suspiro, nada vai estragar meu dia hoje, preciso de alegria e concentração, porque se não o nervosismo vai vim e vai tudo por água a baixo.
Saio da garagem com carro e vou pela rodovia direto pra empresa, meu celular notifica e vejo uma nova mensagem.
📩Armando chefe
7:38 Bom dia Merlia.
7:39 Tudo certo pra sua apresentação?
7:39 Espero que sim, teremos visitas de sócios e amigos da empresa.
📩
Respondo a mensagem rapidamente. Ao estacionar no estacionamento da empresa vou direto pra minha sala, lá vou conseguir passa tudo a limpo pela décima vez.
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Merlia
Romance- oque se pode dizer quando você conhece o amor, mas ele cai entre seus dedos, ou pior ele foge de você. Não sei dizer se aquilo era amor.... ou só partiu de mim o amor. Porém, quando você conhece o verdadeiro, você percebe que aquele do passado era...