dois

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Merlia hudson

Ao adentrar o salão da empresa, vejo como está tudo decorativo e armonioso. Vários empresários com seus refinados ternos, e mulheres com seus lindos e elegantes vestidos.

Estava com minhas pernas tremendo, eu não sabia o que sentir primeiro. Estava tão nervosa, que seria capaz de abandonar tudo e sair correndo.

Mas não, eu não fiquei noites em claro pra jogar esse projeto pelo ralo, seria agora ou nunca. Respiro fundo, faço oque minha psicóloga recomendou, de contar de um até dez respirando devagar.

Ao encarar a plateia do palco, sinto que tudo vai desandar, se pelo menos Nicolas tivesse aqui.. iria me ajudar a se concentrar e não perder o foco.

- boa a noite a todos....

.........

Ao apresentar meu projeto, percebo que o ambiente vai relaxando conforme consigo direcionar minhas palavras ao objetivo. Consigo explicar e até mesmo responder algumas perguntas de alguns homens, que são acionistas da empresa.

Até que ao passar a terceira parte do slide, ouço um grito. Grito de uma mulher, e..

Tiros...

Tiros?

- corrram todos!! - escuto a voz do meu chefe, percebo várias pessoas correndo, atropelando umas as outras, cadeiras voando e homens de preto invadindo o salão.

- socorro...!!!!

Meu coração acelera, eu não sei oque fazer. Os tiros continua, pessoas gritam desesperada, copos sendo quebrados e mesas sendo arremassadas.

Sinto uma mão puxa meu anti braço, e sou levada pra atrás do palco, no amontoado de cortinas. Minhas pernas tremiam bem mais do que na apresentação, e era agora que eu ia morrer.

- fica aqui lindinha, nada vai acontecer com você ok? - olhos verdes profundos me encara.

Eu apenas assinto com a cabeça, e ele sai é dai que percebo a grande arma em suas mãos. Procuro meu celular, mas percebo que o deixei em cima da mesa no palco.

Me abaixo entre as cortinas, consigo ouvir gritos e ainda Tiros. Meu ouvido está fazendo aquele zumbido tenebroso, lágrimas descem e minhas mãos tremem.

Crise de pânico....

Sinto suor descer pele a minha pele, meu coração bate com tanta força que acho que vou morrer...

Nicolas...

Preciso de tanto de você.

Sinto uma mão nas minhas costas, ao levantar percebo os olhos verdes me encarando, ele fala algo, mas eu não consigo entender.

Ele passar a mão entre meu rosto e faz movimentos com os lábios, tentando falar algo pra que eu entenda.

Respire, ele fala.

Assinto

- Tá melhor? - pergunta depois de eu respirar quinze vezes. Faço um sim com a mão.

Sua voz era rouca e grossa, pela pouco iluminação do ambiente consigo visualizar seu rosto, pele branca, olhos verdes, cabelos ondulados moreno, e maxilar definido... acho que pela tensão do momento.

Continuo observar seu rosto sério. Ele retirar a arma da cintura, e eu arregalo os olhos..

- tranquila, eu não vou te fazer nada. - diz sério. - só precisamos sair daqui.

- Pelas porta dos fundos. - digo sem pensar.

Ele observar o lugar e consegue ver as portas do outro lado. Ele segura minha mão e começamos a caminha em direção a saída de emergência. Sua mão é gelada, e ele respira com dificuldade.

Ele para diante um carro preto, vejo ele abrir o porta malas e larga algo lá. O vejo abrir o terno, e quando reparo bem, mancha de sangue, suja sua camisa branca.

- você sabe dirigir? - me olha, ele colocar a mão onde o sangue escorre sem parar.

- sim... meu carro.. é meu carro, ele está no estacionamento da empresa.

- está cega?

- am?

- a gente vai nessa carro aqui, vamos entrar. - diz grosso.

- mas.. mas

- você dirige. - me entrega a chave. - calada.

Ele começa a ir em direção ao carro com dificuldade. Eu entro e ligo o carro. Ele suspira com tanta força e dificuldade, e a cada vez mais o sangue escorre.

- você está sangrando muito, temos que estanca o sangue.

- eu sei, agora calaboca e dirige. - diz olhando pela janela.

Balanço a cabeça, como é ignorante esse homem viu, que droga! se continua a escapar sangue ele vai morrer. Olho meu vestido rosa claro, o observo e depois o rasgo. Redobro o pequeno tecido e coloco no ferimento dele.

- isso vai ajudar. - ele me olha e assente.

Começo a dirigir, não sei pra qual destino. O olho, e ele percebe a situação.

- vamos pro meu apartamento. - ele ficou louco, só pode.

- não posso

- mas você vai, vamos acelera. - ele diz rabugento.

- eu mal te conheço, não posso ir pra casa de um desconhecido! - digo alto e bom som.

- que droga garota, só dirige, não vai lhe acontecer nada! - ele diz, e depois geme. - droga!

Olho o ferimento e percebo que está bem feia a situação. Começo a dirigir de acordo com o mapa do GPS que ele colocou.

Dez minutos depois, entro no estacionamento de um condomínio de luxo. Ele abre a porta do carro e começa a ir em direção ao elevador. Ao entramos fica um clima estranho.

- é.... eu só poderia saber oque vim fazer aqui? - ele suspira e depois me olha. - É que eu precisava ir pra casa, e tambem não te conheço, você tem uma arma, não sei se você é ladrão ou policial, você está sangrando muito, e também tenho namorado, e também perdir meu celular....

- calaboca porra! - diz irritado. - se você falar mais um minuto eu atiro na sua cabeça, entendeu? - seu olhar sério e frio, me faz tremer.

Assinto. Ele chega no seu apartamento e joga as chaves no balcão da cozinha americana, pra um cara perigoso, sua casa é bem bonita e sofisticada, sala com cores neutras que divide espaço com a cozinha, que é bem espaçosa e estilosa.

- vai ficar aí ou vai me ajudar? - ele diz. Vejo a mesinha de centro com alguns utensílios de corte. Tremo.

- pra..pra que isso? - ele revira os olhos.

- você vai me ajudar a tira essa bala daqui. - aponta pra sua barriga no lado esquerdo. - vamos porra, vai me ajudar? Ou vai querer morrer?

O olho medrosa e assinto, começo a ir em sua direção sem saber oque fazer. Ele se deita no sofá com dificuldade e dor.

- eu não sei oque fazer, eu nunca fiz isso!

- só corta um pouco a barriga no lugar da bala, e depois puxa com uma pinça. Logo depois costura o lugar. - diz como se fosse um dever de matemática. Eu arregalo os olhos e começo a suar frio.

- e..e se você morrer? - digo medrosa.

- se você fizer certo, eu não vou morrer. - diz suspirando forte e suando. - agora vamos logo.

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