onze

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Dominic grecco

8 anos de idade

Sinto um corte na minha pele e meu suor escorre pela minha testa. O ardor misturando com sangue faz com que perceba cada vez mais que a dor é privilégio daqueles que vão se tornar forte um dia, e eu desejo me tornar forte. Pela minha família.

- eu odeio tanto você dominic, já era pra você está morto. Mas, infelizmente você puxou a mim. - meu pai diz. Ele se aproxima com uma adega afiada e corta ainda mais minha pele. - pra você aprender a não se meter onde não é chamado.

Diz ele, aprofundando ainda mais o objeto cortante em minha pele, as lágrima desce pelo meu rosto, e ele sorrir debochado para mim. Tudo isso porque defendi minha mãe mais uma vez dele.

- quando eu falar pra não se meter entre eu e sua mãe, é porque quero te poupar disso. - se afastar de mim. - você será um líder dominic, não poderá se meter em brigas alheias, nem aquelas com laços familiar. Precisa ser destemido e impiedoso. Por que se não, isso irá lhe tornar fraco e estúpido!

Respiro fundo, e vejo ele se aproxima com a chave das corrente que prendia meus braços e pernas. Ao me soltar, sinto a dor se intensificar ainda mais, o vejo suspirar e guardar os objetos de tortura.

- não poderá ser fraco assim dominic, que homem irá se tornar? - me olha.

- um... homem que.... pensar nos outros papai. - fixo meu olhar nele, ele me retornar com um olhar frio e gélido.

- nunca dominic! Nunca pense nos outros. - grita de forma assustadora, e eu assusto e me encolho.

- desculpe..

Ele se aproxima de mim, e me olha nos olhos. Sinto apertar a ferida recém feita e meus olhos enchem de lágrimas. Ele nega com a cabeça e diz.

- isso que acontece quando pensamos nos outros.. - continua a me olhar. - quando temos uma ferida recém aberta, as pessoas vão lá e nós machucam de novo, não a deixando cicatrizar e abrindo outras novas.

Seus olhos azuis, agora estão escuros como um mar em noite de tempestade. Minha ferida sangra mais ainda, e meu coração está acelerado. Sinto que iria perder meu braço, mais ele me soltar e se afastar.

Atualmente

Acordo em sobressalto e vejo que ainda está escuro lá fora, olho meu braço e vejo agora a pequena cicatriz. Sinto uma respiração em meu pescoço e me deparo com merlia dormindo tranquilamente. Ela abre os olhos lentamente e me olha.

- oque foi?

- nada, só tava te olhando. - acaricio sua face. Ela sorrir e deita de novo em meu peito.

- sinto seu coração acelerado domi.. teve um sonho ruim? - ela pergunta e levanta as sobrancelha e depois segura minha mão. Volto a olhar pro teto, ainda perdido em pensamentos.

Merlia Onde histórias criam vida. Descubra agora