T3 - Capítulo 2 (Parte 1): Fragmentos da última noite

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Acordo sentindo meu corpo inteiro dolorido. Tenho um pouco de dificuldades para abrir os olhos por causa do clarão que penetra as janelas do meu quarto.

Cubro a minha cabeça com uma das almofadas, deitando de bruços, quando sinto uma pontada de dor de cabeça. Imagens turvas e borradas da noite anterior passam pela minha cabeça, o que faz com que ela doa mais ainda!

Resmungo, antes de ouvir alguém entrar no meu quarto, fechar a porta novamente e deliberadamente deitar na minha cama ao meu lado.

- Bom dia, idiota – pela voz reconheço que era o Yin.

Nem me dou ao trabalho de responder. Ele solta um suspiro exagerado, resmungando em seguida.

- Estou com um enjoo terrível...

Não respondo mais uma vez. Ele continua.

- Uau, parece que você está pior do que eu!

Engulo seco ouvindo o comentário dele. Não era de todo impossível eu estar pior do que ele...

Sinto que ele se aconchega entre as almofadas, começando a cair no sono novamente.

- Ei...

Me surpreendo com a minha voz rouca. Yin se vira para olhar para mim.

- Você se lembra do que aconteceu ontem a noite?

- Não. E acho melhor assim – ele sorri, fechando os olhos.

De repente lembro que teve também o festival e que era bem provável o Okami acordar nele. Mas não sinto nada dentro de mim. Pelo menos nada que sinalize a presença dele.

Com grande esforço, sento encima da cama, encostando as costas em algumas almofadas.

- Porquê tenho a sensação de que... Algo está muito errado?

Sendo uma pergunta retórica, Yin não responde.

Eu sabia o que estava errado. Só que estava com medo de verificar.

Após alguns minutos, levanto e vou ao banheiro que ficava no meu quarto mesmo.

Decido tomar um banho quente, ligando a torneira da banheira e preparando alguns produtos de higiene para o cabelo, a pele, etc.

Quando a banheira já estava cheia o suficiente, desligo a torneira, tirando as minhas roupas logo em seguida. Meus olhos encontram meu reflexo no espelho e quase desmaio no processo.

- Mer–

Cubro a boca com uma das mãos. Tinha algumas pequenas marcas vermelhas no meu torso e, além disso...

Algumas batidas na porta me tiram do meu pequeno transe.

- Sim?

- Shinki – era a voz do Lian – e aí?

- O-oi.

Depois de uma pequena pausa, ele fala.

- Só queria avisar que cheguei.

- Hm.

Sem olhar para o meu reflexo novamente, entro na banheira, mergulhando meu corpo inteiro debaixo d'água.

..

Nossos corpos se movem de forma sincronizada, quase que naturalmente.

Minhas mãos descem a cintura dela, puxando ela para mais perto de mim, enquanto as dela estavam em volta do meu pescoço.

- Shinki...

Escuto ela sussurrar meu nome devido a nossa proximidade, mas não respondo.

Sentir seu corpo mover contra mim, o cheiro de seu aroma natural e as mãos dela na minha pele exposta, me trazia sensações agradáveis e quase viciantes, trazendo um prazer que sabia que iria doer depois, como uma droga.

Shinki: Meus Dias em CapítulosOnde histórias criam vida. Descubra agora