treze

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Ayla

Não era sobre sofrer por ficante, mas a sensação era de chateação por ter pedido transparência da situação dele com a Amanda, ainda que o Pedro tivesse dito que eles não ficavam, o quem cala consente é muito real, tudo no mesmo dia ainda por cima, foi beijo, foi falas e depois as coisas ditas pela Filipa, enfim chateada porém não surpresa.

Havia dormido bastante no domingo, aliás tirei para descansar, fui correr no calçadão logo cedo e depois voltei para casa e dormi bastante para acordar descansada hoje.

Estacionei o carro na garagem do escritório e assim que sai do elevador dei de cara com a Filipa na mesa dela mexendo nos papéis.

— Bom dia — falei tirando a atenção dela dos papéis enquanto eu caminhava em direção a porta do meu escritório.

— Bom dia, Ayla a gente pode conversar ? É rápido — ela falou baixo fazendo eu olhar para trás consentindo que sim com a cabeça, e ela levantou rapidamente vindo para perto de mim.

— Eu não quis ser grossa com você no baile, mas eu não queria que você se envolvesse com o Kayque, ele tem um lance com a Amanda desde a adolescência, e espero que a gente não fique mal uma com a outra, te amo bastante, mas sei o quanto os dois se gostam, eu imagino que tenha sido uns beijos você e o Kayque, mas por mim amiga não fica mais com ele — ela falou me encarando me fazendo engolir seco.

— Filipa, eu não entrei nessa história, pois eu perguntei diversas vezes a ele se havia algo e ele disse que não, e não foi só beijos estávamos ficando a mais de um mês, mas eu já entendi, e eu não vou ficar mais com ele por mim e não por você, não tenho a mínima vontade de viver um triângulo amoroso, e fica tranquila você está apoiando sua amiga, porém a nossa amizade será meio difícil que na primeira oportunidade você me jogou coisas na minha cara e eu sinceramente não gosto disso, deixa o tempo mostrar como será tudo bem? — falei calmamente a olhando que balançou a cabeça fazendo que sim.

— Tudo bem, só espero que não atrapalhe aqui no serviço, nem a mim e nem ao Kayque — ela falou me fazendo sorrir irônica.

— Você sabe a profissional que eu sou, pelo menos eu acho né? Fim de assunto — falei abrindo a porta do meu escritório e dando de cara com o Kayque, passando o pano.

— Kayque, você pode passar pano na sala do Renan? — a Filipa falou e ele só balançou a cabeça.

— Bom dia, eu não vou atrapalhar você, irei subir para tomar café tá bom? — segurei minha bolsa e o celular.

— Já tá seco, pode entrar — ele falou, tentando fazer contato visual comigo, enquanto eu desviava.

— Certeza? — falei pisando com a ponta do salto com receio de sujar o que ele havia acabado de limpar.

— Aham, já tá tudo limpo, do jeito que você gosta — sorri o ouvindo enquanto colocava a bolsa na mesa.

— Ayla não fica assim comigo não pô, por favor, eu não tenho nada com a Amanda, eu realmente vacilei por ter ficado calado, mas eu te entendo só que pô eu quero ficar com tu — ele falou encostando a porta, me fazendo respirar fundo.

— Kayque foi uma situação desagradável aquilo tudo né? E agora a Filipa veio falar pra mim não ficar mais com você, eu não quero isso, por mais que eu queira você entende? Eu te pedi transparência e parece que não rolou, não dá pra só acreditar eu já fiz isso uma vez e me feri antes não quero sofrer de novo. — falei sendo sincera.

— Eu te entendo pô e te respeito, mas eu não vou desistir de você só isso, já que é você que eu quero e ninguém tem nada haver com isso — ele falou pegando o carrinho e saindo da sala, me fazendo sentar na minha cadeira e respirar fundo.

Situação merda bem merda.

E a semana que poderia ajudar de passar rápido, passou no conta gota, e eu tive algumas audiências o que fez eu ficar menos dias no escritório, mas hoje sexta eu só queria dormir porque minha enxaqueca estava atacada e eu só queria um escurinho e meu remédio.

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