quatro

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Ayla

Sábado, 14 de Outubro, Rio de Janeiro


Ouvir falar e ver pessoalmente é extremamente diferente, os poucos minutos que eu estava na Cidade de Deus, estavam sendo muito diferente do que todos falavam.

As pessoas eram extremamente simpáticas e muito acolhedoras que por sinal assim que entrei na Cidade de Deus, me deram um lacinho rosa que era para por na blusa, o que me fez sorrir.

Saber onde eu ia, eu não sabia, mas fui seguindo as pessoas e as indicações das faixas de dias de crianças, para a praça principal.

A praça estava extremamente decorada cheia de brinquedos para as crianças brincarem, um palco com alguns cantores local provavelmente, e diversas barraquinhas me fazendo sorrir, olhei e vi a barraquinha de pipoca com a Filipa com dois lacinhos no cabelo extremamente meiga.

— Será que eu mereço uma pipoca? — falei vendo ela virar pra mim, me olhando surpresa.

Filipa: MENTIRA — ela falou empolgada, vindo me dar um abraço — Que surpresa amiga, o meu presente de dia das crianças tá aqui — ela falou me abraçando, me fazendo rir.

— Eu vim te fazer uma surpresa, mas a senhora mesmo não tinha me convidado né? — ela fez bico.

Filipa: Eu tinha vergonha amiga, mas que bom que você está aqui, tá lindo né? — ela falou olhando para as barraquinhas cheia de admiração.

— Eu vou te xingar dona Filipa, que vergonha do que — neguei, pegando um saquinho de pipoca — Tá lindo demais, olha meu lacinho — mostrei na blusa.

Filipa: Esses lacinhos foram as crianças da Ong que fizeram, fofo demais — ela voltou para trás da barraca.

— Posso te ajudar? — apontei para as pipocas a fazendo sorrir concordando que sim.

Fui para trás da barraca e a ajudei até o final do evento com as pipocas, e cada sorrisinho ali era extremamente significativo, cada criança com seu presente, seu copo de refrigerante era surreal, uma sensação indescritível.

Vi o Kayque de longe brincando com as crianças, ele era o tio mais disputado de todos, era as meninas para brincar de queimada, os meninos para o futebol e pipa, era ele toda hora e em todos os minutos, até que as crianças liberaram o mesmo que ele veio para a barraca, franzindo a testa.

Kayque: Mais as crianças não tem que tá brincando? — ele falou pegando o último saquinho de pipoca, enquanto eu fazia careta para a fala dele.

Filipa: Surpresa de trilhões — ela falou toda feliz, me fazendo sorrir.

Kayque: Tá de salto? — ele falou levando a pipoca na boca.

— Ha ha ha muito engraçado né? Estou de tênis como te falei querido — ele olhou por cima da bancada da barraquinha, olhando meu tênis.

Kayque: Bonequinha demais pô — franzi a testa vendo ele fazer careta.

Filipa: Gente eu já volto rapidinho — ela tirou os saquinhos que estavam na sua mão pondo nas minhas, e saiu rápido me fazendo ficar sem entender.

Kayque: Ela não aprende pô — ergui o olhar vendo ela e o tal Henrique, me fazendo negar com a cabeça.

— Além de tudo é feio — murmurei pra mim mesma, mas o Kayque ouviu balançando a cabeça.

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