quinze

95 19 17
                                    

Freire (Renan)

A Ayla sempre será o ponto delicado e colorido da minha vida, pode passar anos e anos mas o que a gente tem ninguém tira, ninguém toma, ninguém leva, por mais que as coisas fossem confusas.

Os cachos, o cheiro, o sorriso, o abraço, era ela e sempre será, mas a gente entendeu que a nós nunca poderia existir, mas o sentimento é inevitável.

Ela cochilou com a cabeça encostada no vidro enquanto eu dirigi em sentido minha casa, os anos passaram de vapor eu me tornei chefe, nunca almejei isso, e por mais que muito falassem "sai disso" depois de entrar você só sai morto, não tem escapatória.

Entrei na garagem de casa e assim que estacionei fiquei parado olhando ela dormir, igual a menina de 16 anos que eu conheci, passei a mão no rosto dela delicadamente, ela tinha esse lado meu, aliás só ela tinha.

— Ayla, vamos subir — falei, tirando a mão do rosto dela, vendo ela se espreguiçar.

— Já chegamos? Nem vi — ela me olhou jogando o cabelo de lado.

— Você dormiu babona, lógico que não viu — falei vendo ela rir fazendo careta.

— Casa nova Renan? — ela falou se endireitando no banco.

— Casa nova Ayla, quer conhecer não? — falei vendo ela morder o lábio.

— A gente não vai se machucar hoje né? — ela falou me olhando.

— Vai implicar comigo? Se não for, vai ser paz — falei vendo ela gargalhar.

— Como se eu fosse seu problema né? E você não é? — ela falou toda emburrada.

— Eu sou a resolução dos seus problemas cachinhos — falei descendo do carro, dei a volta e abri a porta do carro pra ela.

— Você continua sendo um cavalheiro né — ela falou me olhando.

— Você tem o Renan Ayla, ele só vive com você — falei vendo ela sorrir.

— A gente vai se arrepender de novo Renan? — ela falou baixo.

— Eu nunca me arrependo Ayla, as vezes me arrependo de te deixar ir, mais a gente é isso se sabe, vamos subir — fechei a porta do carro e envolvi o braço no pescoço dela.

Subimos pra minha casa e assim que entramos na área de serviço ela me olhou.

— Tem arma aqui? — ela falou parando.

— Você sabe que sim, mas droga não — falei indicando a entrada da cozinha.

— Casa bonita, parabéns pelo bom gosto, mas isso tem dedo de mulher — ela falou entrando na minha frente.

— Eu sempre tive bom gosto Ayla, tá me tirando? — falei vendo ela gargalhar, e ir pra sala.

— E essa foto Renan? — ela falou segurando o quadro.

— Você tem também babona, é meu conforto essa foto ai — falei tirando a camisa.

— Põe a blusa né? — ela falou rindo.

— Ai fodeu, posso tirar a blusa na minha casa senhora? — falei jogando a blusa nela.

— Não pode veste, você sabe que a gente não se controla Renan — ela falou jogando a blusa de volta.

— Eu vou tomar banho Ayla, caralho — falei segurando a blusa.

— Tá bom te espero aqui — ela falou sentando no sofá.

— Quer ir comigo não? — falei gastando ela.

— Vai tomar banho Renan, tchau tchau tchau — ela falou rindo.

Nosso Entardecer Onde histórias criam vida. Descubra agora