dezessete

127 25 14
                                    

Freire (Renan)

A Ayla se você soubesse como te ter no meu peito era do caralho, você não estaria aqui, saber que te perdi por essa vida de merda que entrei todo dia dói, só queria voltar a ter dezesseis anos novamente e mudar a rota, mas são escolhas.

Se eu tivesse coragem eu te roubava e sumia, mas é egoísmo pra caralho, você é linda, nova, inteligente e merece alguém livre pra viver tudo que a vida pode te proporcionar, eu tenho grana e grana pra caralho, mas eu não tenho a liberdade pra ir e vir como você gosta, de acordar cedo e correr na praia, de ir ver os ratos da Disney, isso é que fode.

Se eu pudesse Ayla, você era minha, mas na real eu sei que você é, ninguém nunca vai te ter como eu tive e eu tenho, você é a aventura mais foda que minha vida tem, minha cachinho.

— Para de me olhar assim Renan — ela sussurrou com os olhos fechados, me fazendo soltar um sorriso no canto da boca.

— Eu sou perdido em você Ayla, me esculacha agora — falei vendo ela sorrir e levando a mão diretamente no meu rosto, me fazendo beijar a mão dela.

— Me deixa sem ar, me faz viajar, te arrepiar, sobe na montanha que no pico você me conquista — ela cantarolou de olhos fechados, a música que eu cantava pra ela.

— Tua música preferida — falei beijando a mão dela, subindo no braço dela.

— Renan... — ela murmurou.

— Sai de perto de mim, eu não tô me controlando mais Ayla — falei sentindo o cheiro doce da pele dela que exalava sozinho.

— A gente não se controla Renan, é tão errado a gente vai se machucar — ela sussurrou baixo.

Suspirei me afastando dela aos poucos, a encarei fixo e a vi sorrir de lado.

— Ayla eu perco o controle com você, eu tô ligado que você não acredita nisso, mas eu sou o Renan de dezesseis anos atrás, que batia na porta do seu quarto pra te beijar escondido, moleque bobão pô — falei rindo.

— Bobo nada, eu ficava esperando toda noite você fingir que ia levar algo e bater no meu quarto, todo tímido e roubar um beijo meu — ela falou rindo.

— Ih lembra quando tu foi no meu quarto? Disse que tava com cólica pedindo um remédio pra minha mãe e no fim só queria ver o gato aqui — falei vendo ela tapar o rosto toda sem graça.

— Era fofo porque sua mãe sabia que a gente se gostava e quando tudo aconteceu, ela falou "se cuida direitinho tá bom? vocês são novos para ter filhos, espero que ele tenha sido respeitoso com você'' ai como eu sinto falta daquela mulher — ela falou sorrindo relembrando da minha mãe.

— E aí eu fui ou não um príncipe? — falei olhando pra ela.

— Você sabe que foi Renan, me deu uma barra de chocolate e uma flor — ela falou mostrando a flor tatuada no ombro dela.

— Aquele momento foi especial, eu precisava ter em mim aquela rosa — ela falou baixinho me olhando.

— A gente se amou pra caralho né? — falo encarando ela.

— A gente se ama Renan, os dois mentem negam mas sabe disso — ela falou vindo deitar no meu colo.

— É pô a gente se ama — falei levando a mão no cabelo dela.

E a noite caiu, a gente ficou como dois adolescentes de dezesseis anos, esquecendo do mundo fodido lá de fora.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 07 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Nosso Entardecer Onde histórias criam vida. Descubra agora