Trinta e um

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Marília

O mês se arrastava com uma sensação de monotonia. Cada dia era uma repetição do anterior, e eu me encontrava presa em um ciclo interminável de trabalho e solidão. O spa, que costumava ser um santuário de calma e beleza, agora parecia uma gaiola dourada, onde eu me refugiava para escapar da dor de perder Maraisa.

A vida no spa seguia um ritmo constante, mas a ausência de Maraisa era uma sombra persistente. Eu tentava manter uma fachada de normalidade, mas a cada cliente, a cada conversa, eu sentia o vazio deixado por ela. Cada detalhe do spa, desde o aroma dos óleos essenciais até o som suave da música ambiente, me lembrava dos momentos que passamos juntas, e eu me pegava refletindo sobre o que poderia ter sido.

Nos primeiros dias após a partida de Maraisa, eu estava atordoada. A partida abrupta dela me deixou desorientada e cheia de perguntas. Por que ela havia saído sem uma explicação adequada? O que estava acontecendo com ela? A ausência de respostas claras alimentava uma ansiedade constante, e eu me via mergulhada em pensamentos sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes.

A comunicação com Maraisa tornou-se esporádica e fria. Eu tentava ligar e enviar mensagens, mas a maioria das respostas era breve e distante. A falta de um diálogo verdadeiro amplificava meu sentimento de perda e confusão. As conversas que antes eram cheias de significado agora pareciam ter sido substituídas por um vazio emocional. A ausência dela na minha vida era palpável, e eu me perguntava se haveria alguma forma de resolver o que havia sido quebrado.

À medida que o mês avançava, comecei a sentir os efeitos físicos do estresse. Meu sono estava perturbado, e eu frequentemente acordava no meio da noite, imersa em pensamentos ansiosos. A sensação de solidão era intensa, e a noite se tornava um momento particularmente difícil de suportar. A dor da separação se manifestava não apenas emocionalmente, mas também fisicamente, e eu me encontrava lutando para encontrar algum tipo de alívio.

O trabalho no spa tornou-se uma forma de distração, mas também um lembrete constante do que havia perdido. A rotina diária, que antes me trazia conforto, agora parecia ser uma repetição interminável de tarefas. Tentava me concentrar nos clientes e nas demandas do dia, mas o vazio em minha vida estava sempre presente. Cada cliente que entrava parecia um lembrete da ausência de Maraisa, e eu lutava para manter a compostura.

Os amigos e colegas notaram minha falta de entusiasmo e tentaram oferecer apoio, mas, no fundo, eu sabia que nada poderia preencher o vazio que Maraisa havia deixado. As palavras de conforto eram bem-intencionadas, mas não conseguiam alcançar a profundidade da dor que eu estava sentindo. A sensação de desamparo era constante, e eu me via perdida em um mar de emoções conflitantes.

À medida que o mês chegava ao fim, eu me encontrava em um estado de introspecção profunda. O trabalho, a solidão e a dor da separação haviam criado uma mistura complexa de sentimentos. A ausência de Maraisa era uma parte constante da minha vida, e eu tentava encontrar uma maneira de lidar com isso. A falta de comunicação e a incerteza sobre o futuro estavam me consumindo, e eu me perguntava se haveria uma maneira de resolver o que havia sido quebrado.

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Maraisa 

A casa da minha mãe estava longe de ser o lar que eu desejava. Desde que ela se mudara para o México, tudo era novo e estranho. A sensação de estar em um ambiente familiar, mas ao mesmo tempo tão diferente, era avassaladora. A mudança para cá significava começar do zero, e eu estava lutando para encontrar um equilíbrio entre a nova vida e o peso das memórias do passado.

Maiara estava ao meu lado, e seu apoio era inestimável. As conversas que tivemos sobre o término com Marília e a nova realidade de morar com nossa mãe foram difíceis. A relação entre nós não era perfeita, mas ela estava aqui, oferecendo uma presença reconfortante. A situação era complicada, e eu sabia que precisava enfrentar tudo com coragem.

A primeira semana na nova casa foi um turbilhão de adaptações. A casa estava cheia de caixas não desempacotadas e móveis que pareciam fora do lugar. A presença de Maiara foi um alívio, mas a tensão de estar novamente sob o mesmo teto que nossa mãe trazia à tona questões não resolvidas. Eu tentava me ajustar, mas a realidade de voltar a viver com minha mãe, depois de tudo o que aconteceu, era difícil de aceitar.

Meu relacionamento com minha mãe sempre foi complicado. A rejeição que experimentei por ser bissexual e a falta de apoio em relação aos abusos que sofri eram feridas profundas. Agora, tentando reconstruir algo, o ambiente estava carregado de um sentimento de desconforto e desconfiança. Havia momentos em que minha mãe tentava ser amável, mas a falta de uma base sólida fazia com que cada interação fosse tensa.

O começo na faculdade também foi desafiador. Eu estava empolgada com a nova etapa, mas a mudança de ambiente e o estresse emocional estavam me afetando. As aulas eram uma distração bem-vinda, mas eu me via lutando para me concentrar. O novo ambiente universitário estava cheio de promessas, mas também de desafios. Cada dia parecia ser uma batalha entre me adaptar e lidar com a dor emocional da mudança.

O mês passou lentamente, e a adaptação ao novo ritmo de vida foi um processo gradual. Eu e Maiara tentávamos manter uma rotina estável, mas o estresse da nova vida era constante. A sensação de estar em um lugar que deveria ser um refúgio, mas que parecia mais um campo de batalha emocional, era difícil de lidar. Eu me esforçava para manter a normalidade, mas as dificuldades eram evidentes.

A relação com minha mãe estava começando a melhorar um pouco, mas o caminho ainda era longo. Tentava encontrar pontos de conexão, mas a dor do passado era uma barreira constante. O desejo de reconstruir a relação era forte, mas o medo e a insegurança ainda estavam presentes. Eu sabia que precisava tentar, mas o processo estava longe de ser fácil.

O estresse e a ansiedade começaram a se manifestar fisicamente. Meu ciclo menstrual estava atrasado, e a sensação de incerteza começou a se instalar. Havia uma parte de mim que tentava ignorar o problema, mas a realidade não podia ser ignorada por muito tempo. O atraso era um sinal de que algo estava errado, e eu sabia que precisava enfrentar a situação.

Falei com Maiara e Maitê sobre o atraso da minha menstruação. As duas estavam preocupadas, e a conversa foi um misto de apoio e preocupação. Maiara me ofereceu palavras de conforto, tentando me ajudar a lidar com a situação. Maitê, com sua característica calma e compreensão, também foi um apoio importante. As duas estavam ao meu lado, tentando me ajudar a enfrentar o que estava por vir.

Decidi que precisava fazer um teste de gravidez. A ideia de encarar a realidade foi assustadora, mas eu sabia que precisava saber a verdade. A compra do teste foi um evento carregado de emoção e ansiedade. Fui até a farmácia com o coração pesado, tentando ignorar os olhares curiosos dos outros clientes. O teste parecia pequeno, mas para mim, representava uma grande quantidade de dúvidas e medos.

Quando finalmente fiz o teste, o resultado positivo foi um choque. Olhei para o pequeno sinal na tela e senti um turbilhão de emoções. O futuro estava agora mais incerto do que nunca, e eu sabia que precisava lidar com isso. A gravidez era uma nova camada de complexidade na minha vida, e a ausência de Marília tornava a situação ainda mais difícil de enfrentar.

Voltar para casa depois de fazer o teste foi um momento difícil. A sensação de estar sozinha em meio a tantas incertezas era esmagadora. A falta de comunicação com Marília e o peso da gravidez criavam uma sensação constante de desamparo. Eu estava lutando para encontrar uma forma de lidar com tudo isso, tentando encontrar uma maneira de enfrentar a nova realidade.

O mês e meio que se seguiram foram um período de ajuste constante. A vida na casa da minha mãe, a tentativa de reconstruir um relacionamento com ela e a adaptação à faculdade foram desafios que eu estava enfrentando. A gravidez adicionava uma nova camada de complexidade, e eu estava tentando encontrar uma forma de lidar com tudo isso enquanto navegava pelas incertezas do futuro.

O apoio de Maiara e Maitê era fundamental, mas a luta pessoal para lidar com a gravidez e a falta de comunicação com Marília era constante. Cada dia era uma batalha para encontrar equilíbrio e enfrentar as novas realidades. A gravidez era um desafio adicional que eu precisava enfrentar, e o caminho à frente parecia cada vez mais nebuloso.

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Aiiii meu Deus vem aí o Léo ou a Amanda e a Natália???

Troquei o nome dnv 🤡

o que uma mentira pode fazer?Onde histórias criam vida. Descubra agora