vinte e quatro

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18 de janeiro de 2006

Narrador:

E lá estava, Maraisa, Maite e Maiara indo buscar os exames. Maraisa estava, aparentemente, calma, mas por dentro estava morrendo de medo.

E se eu for infértil?

E se eu não conseguir gestar meu filho?

E se não tiver tratamento?

Era exatamente isso que passava na cabeça dela. O futuro dela está lá, naquele papel.

Marília poderia gestar nosso filho.

Mas ele não teria minha genética .

E se ela não quiser gestar?

Maraisa não tinha mais o que pensar. Elas chegam e vão direto à recepcionista que se encontrava no meio do hall da clínica.

— Olá, no que posso ajudar?

— Oi, eu queria pegar meus exames.

— Certo, como chama-se?

— Carla Maraisa Henrique Pereira.

— Aguarde só uns minutinhos, que logo a chamarei novamente.

Maraisa:

Eu estava sentada nas cadeiras da recepção, aguardando ser chamada.

(...)

Passaram-se alguns minutos e logo fui chamada.

— Então, Srta. Pereira. Pode ir ao consultório da Dra. Hernández, ela lhe aguarda.

Estava quase chegando quando Marília me ligou.

— May, leva o exame para ela enquanto eu atendo a Marília. – ela concordou e entrou. Atendi. — Oi, meu amor.

— Vai demorar chegar?

— Acho que não, qualquer coisa eu te aviso. Vai querer alguma coisa?

— Eu quero você. - ela falou manhosa. Tá de TPM.

— Logo, logo eu chego, meu amor.

— Não demora.

Me despedi dela, respirei fundo e entrei na sala.

— Olá, Srta. Pereira.

— Oi. - eu estou nervosa.

— Eu estava olhando seus exames, e tenho uma notícia para te dar.

— Vai, pode falar.

— Então, Maraisa, você tem ovário policístico, é um distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos ovários, com pequenos cistos na parte externa deles. A causa da síndrome do ovário policístico não é bem compreendida, mas pode envolver uma combinação de fatores genéticos e ambientais. – isso me pegou desprevenida.

— Tem tratamento?

— Essa doença pode durar anos ou uma vida inteira. Mas sim tem tratamento. Os tratamentos incluem pílulas anticoncepcionais para regularizar a menstruação, um medicamento chamado metformina para prevenir o diabetes, estatinas para controlar o colesterol elevado, hormônios para aumentar a fertilidade e procedimentos para remover o excesso de pelos.

— Certo, mas esse tratamento demora quanto tempo?

— Em média um ano e meio, você pode se curar antes.

Olhei para Maite e ela me olhava com um olhar de compreensão.

— Como que eu vou tomar os remédios?

— Você vai tomar ou na hora que acorda ou de noite às 20:00.

[...]

Eu já tinha comprado os remédios e alguns doces para a Marília, como eu disse a mesma, não demorei muito foi apenas uma hora e meia já estava chegando em casa.

Marília estava sentada no sofá com a cabeça de Dulce em seu colo. Cheguei nelas, dei um selinho na Marília e um beijo na testa da Dulce, sentei ao lado da loira e dei os chocolates para ela.

— Como você sabia?

— Eu conheço o amor da minha vida. – os olhinhos dela brilharam. Vi Maite e Anahí abraçadas no maior chamego, olhei aquela cena imaginando como o mundo ainda existe amor, eu amo a minha loira, a Maite ama a loira dela e a minha ruiva ama a ruiva dela. Dulce levantou do colo da Marília para Maiara ficar abraçada nela.

— Maiara, como Luisa foi embora, você já não precisa dormir mais com a Dulce. – Maiara olha para Dulce e retorna a olhar para mim.

— Mas eu quero dormir com minha ruiva.

— Sua? - perguntou Dulce, e Maiara respondeu dando um selinho nela.

O clima da sala continua naquela brincadeira até a hora do almoço, fomos todas cozinhar, fizemos strogonoff com batata palha.

[...]

São umas 15 da tarde e resolvi ligar para minha mãe. Como não deu tempo de vê-la no aeroporto e nem mandei mensagem para ela essa tempo que eu estou aqui.
Marília está dormindo do meu lado como um anjinho, ela tá assim porque passamos a manhã separadas e pela TPM.

Não, eu não vou ligar pra ela, não teria como eu me levantar já que Marília está grudada em minha cintura.

WhatsApp on:

Mãe, queira falar com você! —

— Oi, meu amor.
— Acontece alguma coisa?

Não aconteceu nada, não se preocupe. —
A senhora é o César não estão mais juntos, certo? —

— Isso, não estamos mais juntos.
— Por quê?

Onde você tá morando? —

— No momento estou em um hotel, mas to procurando um apartamento.

Eu queria trazê-la para o México. —
Pra você não ficar aí sozinha, eu sei que você tem dinheiro guardado daria pra você comprar uma casa aqui, eu também tenho dinheiro guardado. —
E a Maiara iria amar você aqui. —

— Você não?
— Você não quer que vá?

É claro que eu quero —
Você entendeu.  —
Vai querer? —

— Vou me organizar, e é claro que eu vou.

Que bom, mãe, beijo. —

— Beijo, meu amor. Eu te amo.

Também, mãe. —

WhatsApp off

Quero trazer minha mãe para cá para tentar uma nova relação com ela.




Curtinho pq estou sem ideias.

o que uma mentira pode fazer?Onde histórias criam vida. Descubra agora