Quarenta e seis

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Marília
7 dias depois
14 de agosto de 2010

Os últimos dias tinham sido uma mistura de rotina e reflexão. Acordei naquela manhã ensolarada com Natália pulando na cama, cheia de energia.

— Mamãe, mamãe! Hoje eu vou para a escola! — ela exclamou, animada.

— Isso mesmo, meu amor! Mas primeiro, vamos tomar café da manhã! — respondi, tentando acompanhar sua empolgação.

Após um café rápido, arrumamos as mochilas e seguimos para a escola. Eu estava especialmente feliz, pois, além da rotina habitual, havia um pequeno brilho de expectativa no ar.

Chegamos à escola e deixei Natália na entrada. Ela correu para os braços de sua professora, e meu coração se encheu de orgulho ao vê-la tão feliz.

— Tchau, mamãe! — Natália acenou, cheia de sorrisos.

— Tchau, meu amor! Divirta-se! — respondi, dando um último olhar carinhoso antes de me dirigir ao meu trabalho.

Como dona da empresa, tinha uma agenda cheia, mas estava ansiosa para o café que havia combinado mais tarde. Depois de algumas reuniões e revisões de projetos, decidi tomar um café no local da empresa para espairecer um pouco.

Enquanto esperava meu pedido, uma mulher linda entrou. Ela tinha cabelos longos e castanhos, pele radiante e um sorriso que parecia iluminar o ambiente. Fiquei momentaneamente paralisada. Era como se o tempo tivesse parado.

Ela se aproximou do balcão e, ao olhar em minha direção, nossos olhares se cruzaram. Não consegui evitar um sorriso tímido.

— Oi! Sou a Belle. — ela se apresentou, estendendo a mão.

— Oi, eu sou a Marília. — respondi, apertando sua mão, sentindo um frio na barriga.

— Você é a dona da empresa, certo? — ela perguntou, com um sorriso curioso.

— Sim, sou eu. É um prazer conhecer você! — disse, admirando sua confiança.

Conversamos por alguns minutos, descobrindo interesses em comum, e logo percebi que havia uma conexão. Belle era divertida, inteligente e tinha uma energia contagiante.

— Você se importa se eu te convidar para um café depois do trabalho? — ela perguntou, um sorriso convidativo nos lábios.

Senti meu coração disparar. Era um convite inesperado, mas ao mesmo tempo desejado.

— Eu adoraria! — respondi, sem pensar duas vezes.

— Ótimo! Vamos nos encontrar às seis, então? — Belle sugeriu.

— Combinado! — disse, já imaginando como seria aquele encontro.

O restante do dia passou lentamente, enquanto eu não conseguia parar de pensar em Belle. A sensação de expectativa e nervosismo era nova e emocionante. Parecia que as coisas estavam mudando para mim.

Mais tarde, quando fui buscar Natália na escola, liguei para Maite para ver se ela poderia ficar com a pequena por um tempo.

— Oi, Maite! Você pode ficar com a Nat hoje? — perguntei, um pouco ansiosa.

— Claro, Marília! Estamos em casa, esperando vocês. — Maite respondeu, sua voz cheia de alegria.

— Perfeito! Estou a caminho! — disse, aliviada.

Passei na escolinha para pegar a pequena e vi ela brincando com os amiguinhos que ela fala diariamente, Sofia, Miguel e Maya.

— Olá, minha princesinha! Pronta para se divertir com as tias? — perguntei, envolvendo-a em um abraço.

— Sim, mamãe! Vamos fazer muitos desenhos! — Natália respondeu, radiante.

— Então vamos! — disse, dando um beijo na cabeça dela e indo para a casa para me arrumar para o encontro.

Após deixar Natália nas mãos carinhosas de Maite e Anahi, voltei para a casa para me arrumar. Escolhi um vestido que sempre me deixava confiante e caprichei na maquiagem.

Com o coração acelerado, peguei minha bolsa e saí em direção ao café onde encontraria Belle. A sensação de expectativa era intensa, e mal podia esperar para ver como seria nosso encontro.

Ao chegar ao café, a atmosfera era acolhedora e animada. O aroma do café fresco pairava no ar, misturado com o som suave de música ao fundo. Eu estava nervosa, mas também animada, me perguntando como seria aquele encontro.

Meus olhos vasculharam o local até que avistei Belle, sentada em uma mesa perto da janela. Ela estava com um sorriso que iluminava o ambiente, e eu não pude deixar de me sentir atraída.

— Oi! — ela acenou quando me viu, e meu coração disparou.

— Oi, Belle! — respondi, me aproximando.

— Fico feliz que você veio! — ela disse, fazendo sinal para eu me sentar.

Assim que me sentei, nossos olhares se encontraram e senti uma conexão instantânea. Conversamos sobre nossas vidas, interesses e hobbies, rindo e compartilhando histórias. Belle tinha um jeito encantador e fazia com que eu me sentisse à vontade.

— Então, você tem filhos? — ela perguntou, curiosa.

— Sim, tenho duas filhas. A Natália está comigo e a Amanda está com a mamãe dela, a Maraisa. — respondi, sorrindo ao pensar nas duas.

— Que lindo! — Belle exclamou. — E como a Natália está?

— Ela está ótima! Cheia de energia e amor pela vida. Sempre me surpreende. — disse, com um brilho de orgulho nos olhos.

Conforme conversávamos, o tempo voava. A conexão entre nós era forte, e eu não queria que a noite acabasse.

— Sabe, eu realmente gostei de passar este tempo com você. — Belle disse, seu olhar sincero me fazendo sentir especial.

— Eu também! — respondi, sorrindo.

No fundo, percebi que estava me permitindo sentir algo novo. Algo que não sentia há muito tempo.

— Então, o que você acha de marcarmos um segundo encontro? — Belle perguntou, sua expressão esperançosa.

— Eu adoraria! — exclamei, animada.

Combinamos de nos encontrar novamente no próximo fim de semana. Quando finalmente nos despedimos, uma sensação de felicidade me acompanhou a caminho de casa.

Ao chegar, Maite e Anahi estavam com Natália, que estava cheia de histórias para contar sobre seu dia.

— Mamãe! Olha o desenho que eu fiz! — Natália disse, correndo em minha direção com um papel colorido.

— Uau, isso é lindo, meu amor! Você desenhou uma família? — perguntei, admirando o que ela havia feito.

— Sim! É você, a mamãe Isa e eu! — Natália respondeu, com um sorriso orgulhoso.

Aquilo me pegou de surpresa. O nome "mamãe Isa" era uma referência a Maraisa, e, mesmo depois de tanto tempo, Natália ainda mantinha a conexão com ela. Fiquei um pouco triste ao notar que Amanda não estava no desenho, mas também compreendi que, para Natália, aquela representação fazia sentido.

— A mamãe Isa se lembra de você e te ama muito! — disse, tentando manter a positividade.

Natália olhou para mim com um brilho curioso nos olhos.

— E a irmã Amanda? — ela perguntou, com a inocência de seus três aninhos.

Senti uma pontada no coração ao lembrar de Amanda, mas sorri.

— A Amanda está muito feliz, brincando e crescendo com a mamãe dela. Um dia, vamos visitá-la, certo? — respondi, tentando mudar o foco.

— Sim! Quero brincar com ela! — Natália disse, cheia de entusiasmo.

A noite passou tranquila, mas eu ainda pensava em Belle e no que o futuro poderia reservar. Era um novo começo, e eu estava pronta para enfrentar o que viesse, sempre ao lado da minha adorável Natália.




Desculpinha 🫶🏻😶

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