VINTE TRÊS

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Giovanna

Sinto minha cabeça latejar quando abro os olhos, um zumbido constante ecoava em meus ouvidos. Onde estou? Pisco algumas vezes, tentando dissipar a névoa que turva minha mente. Aos poucos, os contornos de uma sala desconhecida começam a se formar ao meu redor. É escura, mal iluminada por uma lâmpada oscilante no teto.

Ao tentar me levantar, uma onda de tontura me atinge, obrigando-me a apoiar contra a parede áspera. Tento lembrar como cheguei aqui, mas tudo está nebuloso, como se minha memória estivesse embrulhada em algodão.

Então, meu coração dispara ao perceber a figura sombria sentada à minha frente. Um homem mais velho, com rugas profundas marcando seu rosto severo, segura algumas fotografias, seus olhos escuros fixos em mim com uma intensidade perturbadora.

— Giovanna. — Ele diz, sua voz áspera cortando o silêncio da sala. — Finalmente acordou, não é? Espero que tenha aproveitado sua soneca, porque agora é hora de conversar.

Eu o encaro em silêncio, meus músculos tensos enquanto tento controlar o medo que ameaça dominar-me. Quem é esse homem e o que ele quer comigo?

— Você não precisa se preocupar em falar, querida. — Ele continua, um sorriso cínico curvando seus lábios. — Eu sei que você foi treinada para situações como essa, mas não se preocupe, estou aqui para facilitar as coisas para você.

Tento manter minha expressão impassível, mas por dentro, meu coração martela contra o peito. Como ele sabe sobre meu treinamento? E o que ele quer dizer com "facilitar as coisas"?

O homem se inclina para a frente, as fotografias agora bem visíveis em suas mãos calejadas. São fotos minhas, de Enrico e Lorenzo, capturando momentos íntimos de nossas vidas. Uma onda de pânico me atravessa quando percebo o que está acontecendo.

— Você vê, Giovanna. — Ele diz, seus olhos faiscando com malícia, — Foi incrivelmente fácil tirá-la de seus preciosos protetores. E agora que tenho você aqui, tenho todo o tempo do mundo para brincar.

Prendo a respiração, cada fibra do meu ser gritando para lutar, mas sei que não posso ceder ao desespero. Forço-me a manter a calma, minha mente girando enquanto tento encontrar uma maneira de escapar dessa situação cada vez mais sombria.

Com o estrondo da porta se fechando atrás do homem desconhecido, sinto-me ainda mais isolada na escuridão sufocante da sala. Respiro fundo, tentando controlar a onda de pânico que ameaça me engolfar. Meus olhos percorrem freneticamente o ambiente, procurando qualquer sinal de uma rota de fuga.

Cautelosamente, tento me levantar, apenas para descobrir que estou amarrada. Cordas ásperas e firmes prendem meus pulsos e tornozelos, restringindo meus movimentos com uma crueldade impiedosa. Uma mistura de frustração e desespero me domina enquanto luto contra as amarras, sabendo que é inútil.

Com um suspiro resignado, afundo de volta no chão frio, minhas mãos ainda se contorcendo impotentemente contra as cordas que me prendem. Fecho os olhos por um momento, tentando bloquear a sensação de derrota que ameaça me consumir.

Mas, mesmo na escuridão sufocante da sala, uma centelha de determinação permanece acesa dentro de mim. Recuso-me a desistir. Respiro fundo, começando a procurar ao redor, buscando qualquer pequena vantagem que possa encontrar.

Meus olhos pousam em uma pequena janela no canto da sala, mal iluminada pela luz fraca que escapa do lado de fora. É pequena demais para que eu possa passar, mas a visão dela do mundo exterior traz um lampejo de esperança.

Uma Mafiosa Irresistível - Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora