QUATORZE

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Enrico Valentini

Sinto minha cabeça pesar, abro os olhos lentamente tentando lembrar como dormir, a claridade invade meus olhos me incomodando, fecho eles novamente e volto a abri-los lentamente me acostumando com a claridade a minha volta. Ao estar totalmente acordado os bipes dos aparelhos ecoam em meu ouvido, viro a cabeça para o lado e me encontro ligado em intravenosas, em uma cama de hospital em um quarto que cheira a álcool.

Álcool... o que aconteceu ontem?
Minha cabeça gira e me forço a lembrar o que se quer tenha acontecido, as lembranças da noite anterior passaram tão rápido que minha cabeça volta a latejar com tanta informação de uma só vez.

Droga... Giovanna, o que eu fiz? Me pergunto me lembrando da burrada da noite anterior.

— Deixe para se arrepender depois que sair daqui. — A voz doce de quem eu menos imaginava encontrar aqui disse ardilosa.

— Giovanna. — Seu nome saiu em um sussurro da minha boca.

Virei lentamente a cabeça para o lado e encontrei a ruiva sentada na poltrona branca ao lado da cama com um tablet em mãos, seus óculos de grau no rosto, vestida em um vestido preto muito elegante e que a deixava extremamente linda.

— Me desculpe por ontem, passei do meu limite. — Disse a ela sincero.

— Se lembra de tudo ontem?

— Creio que sim... — Minha voz saiu falhada tentando relembrar a noite anterior. — Fui em seu quarto discutir com você sobre Anthony. Não havia porque fazer aquilo. — Nego com a cabeça me culpando.

— Enrico você sumiu, você saiu para um bar aleatório, bebeu, me ligou bêbado e bateu seu carro. Anthony não foi a única coisa que você fez ontem, você foi irresponsável. — A voz de Giovanna sai tão fria quanto pedra de gelo.

Assim que presto atenção na conversa os fragmentos da noite anterior invadem minha mente me fazendo relembrar da situação, o bar, a ligação, a declaração, o acidente... Droga, fiz tudo errado.

— Eu sinto...

— Sem desculpas esfarrapadas, cazzo. — Ela bate as mãos em suas pernas descobertas. — Vinte e nove anos e agi como uma criança de dez. — Ela me encara brava e me encolho na cama. — Dio enrico, você ao menos pensou nas consequências dessa situação? O que poderia ter lhe acontecido por esse fio de descuido? Estamos em uma viagem a trabalho. Tem sorte que não avisei nada a Lorenzo e muito menos o conselho ou sua cabeça estaria na roleta de premiação do ano.

— Me desculpe Giovanna, o álcool falou mais alto e você, com Anthony, tudo isso me afetou. — Tentei me explicar, a ruiva se levantou da poltrona parando em frente minha cama.

— A gente conversa sobre isso quando voltarmos a Los Angeles.

Antes que eu pudesse responder a porta do quarto foi aberta novamente e por ela passou meus pais. Se tudo estava uma merda, agora pode ter certeza que piorou.

— Enrico! Graças a Deus você está bem! — Minha mãe entrou no quarto desesperada.

Ela me examinou com os olhos de cima abaixo tendo certeza de que estou bem.

Uma Mafiosa Irresistível - Livro 02Onde histórias criam vida. Descubra agora