☆Mia cresceu em um lar onde, apesar de nunca haver escassez, nunca tiveram muito. Sua mãe, uma mulher cansada e desgastada pelos longos turnos de trabalho, fazia o que podia para manter um teto sobre suas cabeças e para que nunca faltasse nada para sua filha. O karatê sempre foi uma paixão de Mia, uma fuga da realidade e uma forma de canalizar suas frustrações. No entanto, a falta de recursos quase colocou um fim em seus sonhos de continuar treinando.
Mia nunca havia imaginado que uma simples visita ao trabalho de sua mãe mudaria algo em sua vida. Sua mãe trabalhava em um restaurante pequeno e modesto, onde os turnos eram longos e exaustivos. Nesse dia, Mia tinha ido ao restaurante para ajudar a mãe, como fazia de vez em quando, especialmente quando a situação financeira apertava ainda mais.
Ao final do turno, enquanto voltava para casa, algo chamou a atenção de Mia. No caminho, um som intenso e ritmado de gritos ecoava pelas ruas. Curiosa, Mia seguiu os sons até que, de repente, se viu em frente a um lugar que emanava energia e força: o dojo Cobra Kai.
Ela parou na frente da grande janela de vidro, observando com atenção o que acontecia lá dentro. O dojo parecia um mundo à parte, com seus alunos concentrados, disciplinados, executando movimentos precisos sob a orientação de um homem imponente que ela viria a conhecer como Sensei Kreese. Havia algo na maneira como todos se moviam, na intensidade do ambiente, que prendeu Mia de uma forma que ela jamais imaginaria.
Ela ficou ali, parada, como se estivesse hipnotizada pela cena. Aquele lugar parecia ser exatamente o que Mia precisava, um espaço onde poderia canalizar toda a sua energia, frustrações e, quem sabe, encontrar seu verdadeiro propósito.
Naquele momento, sem hesitar, Mia entrou no dojo. O ar estava impregnado de suor e determinação. Ela sentiu uma adrenalina correr por seu corpo enquanto seus olhos brilhavam de entusiasmo. Mesmo sem saber ao certo se poderia pagar pelas aulas, ela não conseguiu resistir e pediu para fazer uma aula experimental.
A aula foi ainda mais intensa do que ela havia imaginado. Os movimentos exigiam concentração, força e uma disciplina que Mia desconhecia. Mas, ao mesmo tempo, cada golpe, cada passo a fazia sentir mais viva, mais conectada com algo maior do que ela mesma. Quando a aula terminou, Mia sabia que havia encontrado o que procurava. Ela queria, mais do que qualquer coisa, fazer parte daquilo.
Mas o sonho logo começou a se desfazer quando ela conversou com o Sensei Kreese sobre as mensalidades. O valor estava muito além do que sua família poderia pagar. A realidade voltou a pesar sobre seus ombros, e ela sentiu o desespero começar a se infiltrar em seu coração. Como poderia continuar algo que parecia tão certo para ela, mas que estava fora de seu alcance?
Foi aí que Kreese, sempre atento, percebeu algo em Mia. Ele via nela um espírito indomável, uma determinação que poucos no dojo demonstravam. Ao mesmo tempo, Kreese também viu uma oportunidade. Ele sabia que Mia estava em uma posição vulnerável, com poucas opções para seguir em frente. Ela precisava do karatê tanto quanto ele precisava de lutadores dispostos a seguir suas regras sem questionar.
Kreese fez uma oferta a Mia, algo que ele raramente fazia. Ela poderia treinar de graça no Cobra Kai, mas isso vinha com uma condição: Mia teria que se comprometer a seguir suas ordens e filosofias, sem hesitar, sem questionar, mesmo que isso a colocasse em situações moralmente duvidosas. Era uma troca silenciosa, um pacto que Kreese fez parecer um simples gesto de generosidade, mas que, na realidade, a prenderia a ele.
As coisas ficaram mais complicadas quando a situação financeira de Mia piorou. Sua mãe perdeu o emprego, e as contas começaram a se acumular, ameaçando despejá-las de casa. Sem saber a quem recorrer, Mia se viu ainda mais presa ao dojo, ao único lugar onde sentia que tinha algum controle sobre sua vida.
Foi nesse momento que Kreese, sempre observador, agiu. Sem alarde, ele usou sua influência para ajudar Mia. Talvez ele tenha encontrado um emprego para sua mãe ou pagado anonimamente o aluguel atrasado. Ele nunca mencionou isso diretamente a Mia, mas ela logo descobriu, através de comentários sutis ou da forma como ele a olhava, que Kreese estava por trás do "milagre" que salvou ela e sua mãe.
Ela notou que estava se tornando cada vez mais agressiva, não apenas no dojo, mas também em suas interações diárias. A dureza e a frieza estavam influenciando sua maneira de lidar com os outros e com suas próprias emoções.
O desejo de provar seu valor e de manter sua posição no Cobra Kai estava deixando marcas em sua personalidade, e Mia começou a se questionar se o preço que estava pagando era realmente o que ela esperava. O contraste entre a Mia que ela conhecia antes e a pessoa que estava se tornando começou a pesar sobre ela.
Agora, Mia se vê em um dilema. Ela começa a perceber que o Cobra Kai não é o ambiente saudável que imaginava, mas a lealdade que sente por Kreese, o homem que de certa forma salvou sua vida, a impede de sair. Cada vez que pensa em deixar o dojo, uma voz interior, uma dívida silenciosa, a faz hesitar.
Ela deve tudo a Kreese, e ele não a deixa esquecer isso, jogando habilmente com sua mente, lembrando-a de que ela tem uma dívida que nunca poderá pagar, mesmo que sua família já esteja bem financeiramente. E, junto com isso, ela encontrou amizades que valorizava, como a de Tommy, que tornavam a decisão de permanecer no Cobra Kai ainda mais difícil, mesmo quando os desafios e as dúvidas surgiam.
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Oii gente! Capítulo de contexto pra que eu possa continuar a história. Espero que gostem!
Beijos e até breve!
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Breaking the Cobra code - Karate Kid
Fanfiction☆ Em Reseda, Califórnia, Mia Collins é uma garota que sempre se sentiu deslocada. Membro do Cobra Kai, ela se acostumou com a agressividade e a pressão do grupo, mas algo parece faltar em sua vida. Quando Daniel LaRusso chega à cidade, Mia encontra...