☆ Em Reseda, Califórnia, Mia Collins é uma garota que sempre se sentiu deslocada. Membro do Cobra Kai, ela se acostumou com a agressividade e a pressão do grupo, mas algo parece faltar em sua vida. Quando Daniel LaRusso chega à cidade, Mia encontra...
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Acordo com o despertador, a luz da manhã filtrando pelas cortinas do meu quarto. Me espreguiço lentamente, ainda sentindo o peso do último treino no Cobra Kai. Desde então, uma sensação estranha ficou comigo, como se algo estivesse errado, mas não consigo colocar em palavras.
Me arrasto até o armário e escolho as primeiras peças que vejo. Jeans escuro, camiseta qualquer... nada que chame muita atenção. Estou tentando passar despercebida hoje. Mas quando olho para a cadeira, lá está ela. A jaqueta do Cobra Kai.
Com um suspiro, acabo pegando a jaqueta e vestindo. Sinto o tecido familiar nos ombros e, por um instante, a segurança de sempre tenta se instalar. Fecho o zíper até a metade, vestindo também uma calça jeans cargo, uma camiseta simples e meu All Star de sempre.
Desço para a cozinha, onde minha mãe já está terminando seu café.
— Tchau, mãe — digo rapidamente, enquanto pego uma maçã da fruteira.
Ela levanta os olhos, me dá um meio sorriso cansado.
— Tchau, Mia. Se cuida, tá?
Às vezes aperta meu coração lembrar que minha mãe não sabe nada da minha vida.
Eu desço as escadas rapidamente, a jaqueta do Cobra Kai já no meu corpo, ajustando as mangas enquanto caminho em direção à garagem. Estou mais alerta que o normal, ainda pensando no treino passado. O soco, as palavras do Sensei Kreese, e o olhar desaprovador de Tommy... tudo isso pesa na minha mente, e é exatamente por isso que decidi evitar todo mundo hoje.
Estou prestes a pegar minha bicicleta quando, de repente, sinto um peso inesperado nos meus ombros. Duas mãos pousam ali, firmes, e o toque me faz congelar por um segundo. Meu coração dispara, e a adrenalina percorre meu corpo antes que eu tenha tempo de reagir.
— Boo! — A voz de Daniel soa atrás de mim, bem próxima ao meu ouvido.
O susto é tão grande que sinto um arrepio subir pela minha espinha. Meu corpo reage antes que minha mente processe o que aconteceu, e eu me viro bruscamente, com os olhos arregalados e o coração na garganta.
Daniel está ali, com um sorriso largo, quase se dobrando de tanto rir. A expressão de puro divertimento no rosto dele só aumenta minha irritação.
— Daniel! — solto, num misto de raiva e alívio, tentando me recompor enquanto o empurro de leve.
Ele continua rindo, incapaz de conter o quanto achou a situação engraçada. A sensação das mãos dele ainda persiste nos meus ombros, como se o susto tivesse deixado uma marca.
— Desculpa, Mia — ele diz entre risadas. — Você tinha que ver a sua cara!
Eu o encaro, tentando manter a expressão séria, mas a risada dele é tão contagiante que acabo soltando um meio sorriso, apesar de mim mesma. As coisas com Daniel eram sempre mais leves.