capítulo 3

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O dojo Cobra Kai estava vibrante com a energia dos alunos. O som dos pés descalços batendo contra o tatame preenchia o ambiente, misturado com risadas baixas e conversas.

Tommy se aproximou, ajustando a faixa na cintura com uma expressão preocupada.

— Acha que o se sei vai pegar leve com a gente hoje? — perguntou, a voz ligeiramente tensa, mas com o humor de sempre.

Revirei os olhos, tentando conter um sorriso.

— Tommy, o dia em que ele pegar leve é o dia em que vamos para o inferno... congelado.

Ele riu, um som leve que se misturou ao burburinho do dojo.

— Só não vai me derrubar hoje, ok? Meu ego já está machucado o suficiente.

Sacudi a cabeça ainda sorrindo.

— Não prometo nada! Se vacilar vai pro chão.

Assim que terminei o alongamento me afastei de Tommy para pegar minha faixa e ajustá-la. Estava concentrada no nó quando senti a presença familiar se aproximando por trás. Johnny.

— Precisa de ajuda para amarrar isso, Collins? — A voz dele veio carregada de provocação, e antes que eu pudesse responder, os dedos dele roçaram nos meus.

Segurei a faixa com firmeza, meus dedos intencionalmente tocando os dele por um breve segundo antes de afastá-los.

— Você devia se preocupar com a sua própria faixa, Johnny. Ou tá com medo de que eu a tire de você? — O desafio na minha voz era inconfundível.

Johnny soltou um riso baixo, aquele tipo de riso que sempre parece carregar uma segunda intenção. As mãos dele ficaram onde estavam, na minha faixa, perto o suficiente para que eu sentisse o calor que emanava do corpo dele.

— Medo? A última coisa que eu sinto perto de você é medo.

Me virei lentamente para encará-lo, nossos rostos tão próximos que podia sentir o calor da respiração dele misturar-se à minha.

— Então o que é? Intimidação? Admiração? Ou algo mais? — Questionei, mantendo meu tom desafiador.

Johnny inclinou a cabeça, seus olhos descendo brevemente para os meus lábios antes de voltar para os meus olhos.

— Talvez eu só goste de ver até onde você vai antes de recuar.

Levantei o queixo, a distância entre nós se tornando quase inexistente.

— Recua primeiro quem tá perdendo. E eu nunca perco.

Johnny sorriu provocadoramente, inclinando-se ainda mais.

— Vamos ver quanto tempo você consegue manter essa pose. Aposto que até o fim do treino, vai estar pedindo arrego.

Eu dei um leve empurrão no peito dele, sentindo os músculos sob a palma da minha mão, mas mantendo o tom desafiador.

— Nos seus sonhos, Lawrence. Eu tô só começando.

Passei por ele, deixando meu ombro roçar no dele de propósito e me dirigi até Tommy. Ele não deixaria passar o que tinha acabado de acontecer entre mim e Johnny, isso era certo.

— Ei, Mia, o que foi aquilo? Não que eu esteja reclamando, mas... — Tommy se aproximou com um sorriso malicioso.

Ele sabia exatamente o que perguntar, sempre direto ao ponto. Eu não podia deixar de sorrir enquanto ajustava minha faixa, lembrando da troca de provocações com Johnny.

Breaking the Cobra code - Karate Kid Onde histórias criam vida. Descubra agora