Capítulo 28: Punk Escarlate

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Elias deu uma última olhada em Taurus, agora caído no chão, seu rosto desfigurado e ensanguentado. Ele franziu as sobrancelhas por um breve momento, como se tentasse entender como Taurus havia descoberto sua verdadeira identidade. Um leve sorriso cínico surgiu em seus lábios.

— Você é mais esperto do que parecia, Taurus. — A voz de Elias soou fria, mas havia uma pitada de respeito. — Pena que isso não vai te ajudar agora.

Ele ajeitou o traje de segurança da base que usava, alisando as rugas com um toque quase casual, como se nada de extraordinário tivesse acabado de acontecer. Em seguida, puxou um pequeno dispositivo de comunicação do bolso e começou a transmitir com calma.

— Localização confirmada. Base Alfa, setor oeste. Repito, setor oeste. Enviando coordenadas exatas para o distrito de pesquisas da Ordem. Alvo neutralizado. — Sua voz era tranquila, sem pressa, como se estivesse relatando algo rotineiro.

Enquanto o alarme estridente continuava a ecoar pelos corredores da base, Elias terminou a transmissão e guardou o dispositivo de volta no bolso. O som dos passos de soldados e agentes da rebelião se aproximando rapidamente não o incomodou nem um pouco. Ele estava perfeitamente ciente de que, agora que o alerta máximo havia sido acionado, ele estava prestes a enfrentar uma verdadeira enxurrada de inimigos.

Mas Elias não estava preocupado. Ele sabia muito bem o que um mago treinado era capaz de fazer em combate, e para ele, a diferença entre enfrentar um soldado comum e enfrentar dezenas deles era irrelevante.

— Vamos ver se eles conseguem me entreter, pelo menos — murmurou para si mesmo, com um toque de desdém na voz. Ele respirou fundo, sentindo a energia mágica pulsar em suas veias, pronta para ser liberada a qualquer momento.l enquanto o primeiro grupo de soldados virava o corredor e corria em sua direção.

***

Elara estava deitada na cama, assistindo à entrevista de sua irmã, Etel, que estava sendo transmitida na tela em frente a ela. A imagem da irmã parecia quase surreal, como se estivesse assistindo a uma versão distante e idealizada de alguém que ela mal reconhecia mais.

As palavras de Etel soavam cheias de confiança e propósito, mas para Elara, eram apenas ecos de algo que não parecia mais real. A última vez que se encontraram, havia sido um momento tenso e confuso. Elara se lembrou vagamente de como Etel havia se aproximado, quase de maneira fria, colocando a mão em seu ombro antes de sair.

Enquanto a lembrança se tornava mais clara, uma sensação incômoda começou a surgir. 𝗣𝗼𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗘𝘁𝗲𝗹 𝗵𝗮𝘃𝗶𝗮 𝗰𝗼𝗹𝗼𝗰𝗮𝗱𝗼 𝗮 𝗺𝗮̃𝗼 𝗲𝗺 𝘀𝗲𝘂 𝗼𝗺𝗯𝗿𝗼 𝗱𝗮𝗾𝘂𝗲𝗹𝗲 𝗷𝗲𝗶𝘁𝗼? A resposta veio com um frio na espinha quando Elara se deu conta de que o rastreador encontrado em seu corpo estava exatamente no mesmo lugar onde Etel havia tocado.

— Foi ela... — murmurou Elara para si mesma, o choque se transformando em uma mistura de raiva e tristeza. A traição da irmã, tão bem escondida sob a fachada de afeto, agora era quase palpável.

Antes que pudesse processar completamente a descoberta, o som de uma explosão ecoou do outro lado da base, seguido por alarmes estridentes que encheram o ambiente. O susto foi tão grande que Elara caiu da cama, o corpo ainda fraco e instável. Ela se encolheu no chão, os alarmes continuando a soar, e o pânico se espalhando rapidamente ao seu redor.

Pessoas corriam pelos corredores, gritos e ordens sendo lançados pelos megafones.

— 𝗔𝗹𝗲𝗿𝘁𝗮 𝗺𝗮́𝘅𝗶𝗺𝗼! 𝗨𝗺 𝗺𝗮𝗴𝗼 𝗲𝘀𝘁𝗮́ 𝗻𝗮 𝗯𝗮𝘀𝗲! 𝗣𝗲𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝗻𝗶́𝘃𝗲𝗹 𝟱! — a voz do megafone soava urgente, quase desesperada.

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora