capítulo 22: A última reunião

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O grupo estava reunido no salão, aguardando Orion que deu a ordem, o objetivo era uma reunião. O ambiente era descontraído, quase como se fosse uma pausa necessária após tantos momentos de tensão. Gregor estava detalhando seu último projeto, um dispositivo que ele acreditava que poderia mudar vidas. Elara estava atenta, embora com um sorriso de leve divertimento, enquanto Jax não perdia a chance de fazer piadas.

— Então, Gregor, quantas vezes isso vai explodir antes de funcionar? — Jax perguntou com um sorriso malicioso.

Gregor lançou-lhe um olhar irritado, ajeitando os óculos com um gesto impaciente.

— Não vai explodir, Jax. Desta vez, é à prova de Jax — ele respondeu, referindo-se à propensão de Jax para fazer as coisas darem errado de maneiras inesperadas.

— À prova de Jax? Isso é um grande passo, hein? — Elara riu, dando um leve empurrão em Jax.

Lukas, que estava de braços cruzados, observando a interação, soltou uma risada.

— Vou acreditar quando ver funcionando, Gregor. Mas se der certo, você tem minha admiração.

Roderick, que até então estava apenas ouvindo, decidiu se manifestar.

— O importante é que estamos todos trabalhando juntos. Mas onde está Orion? — ele perguntou, olhando ao redor, notando a ausência do líder.

Antes que alguém pudesse responder, a porta do salão se abriu com um estrondo. Orion entrou, e todos na sala ficaram imediatamente em alerta. Suas mãos estavam cobertas de sangue, e ele segurava um pé de cabra ensanguentado. O ambiente descontraído evaporou em um instante. Jax soube imediatamente o que Orion tinha feito, mas ficou em silêncio, sentindo um nó se formar em seu estômago.

Os outros reagiram rapidamente, levantando-se, chocados.

— Orion, o que diabos aconteceu? — Elara perguntou, sua voz repleta de preocupação.

Gregor, franzindo a testa, fixou o olhar nas mãos de Orion.

— Pelo amor de Deus, Orion, você está coberto de sangue! O que foi que você fez?

Orion os olhou com uma fúria mal contida, os olhos ardendo de raiva.

— Cale a boca, Gregor — ele rosnou, sua voz afiada como uma lâmina. — Isso não é da sua conta.

— Isso é sangue? — Lukas perguntou, tentando manter a calma.

— Não me faça perguntas idiotas, Lukas. É claro que é sangue! — Orion retrucou com desprezo, antes de se voltar para o grupo em geral. — Vocês todos... não fazem ideia do que é preciso fazer para manter essa rebelião de pé. Vocês ficam aqui, brincando de guerrilha, enquanto eu estou lá fora, fazendo o trabalho sujo. Vocês não passam de um bando de inúteis!

Elara franziu o cenho, cruzando os braços, em um misto de frustração e preocupação.

— Inúteis? Orion, estamos todos nessa luta, juntos. Você não pode simplesmente nos desrespeitar assim...

— Cala a boca, Elara! — Orion gritou, sua voz ecoando pelo salão. — Estou cansado das suas desculpas, de todos vocês brincando enquanto eu tomo as decisões difíceis. Vocês acham que entendem o que é preciso para vencer essa guerra?

Jax respirou fundo e, ainda com a raiva latente dentro dele, deu um passo à frente.

— Orion, para de bancar o malvadão por um segundo e fala logo o que tem pra falar. Ninguém aqui quer mais drama do que o necessário — ele disse, a voz carregada de exasperação.

Orion, ainda com o olhar carregado de ódio, apertou o pé de cabra em sua mão por um momento antes de largá-lo no chão com um som seco. Sem dizer nada, ele se dirigiu até uma pia no canto da sala e começou a lavar as mãos, o sangue escorrendo pelo ralo enquanto ele esfregava com força, quase como se quisesse se livrar de mais do que apenas a sujeira.

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora