capítulo 39: A melhor

3 11 0
                                    

Raven acordou lentamente, sua cabeça girando enquanto tentava se adaptar à luz fraca que penetrava pelas frestas da cela. A dor ainda latejava em seu braço, onde a flecha envenenada havia atingido, mas o efeito do veneno estava diminuindo, graças aos treinamentos rigorosos da Rebelião sobre resistência a venenos. Ela estava em uma cela feita de madeira rústica e pedras, mas a construção era sólida, demonstrando um certo nível de habilidade na confecção do aprisionamento.

A cela estava localizada em um local que parecia ser uma vila fortificada, cheia de estruturas rudimentares e imensas. Os Minotauros, que vagavam pelas ruas, eram imponentes e robustos, com pele escura e chifres curvados que se destacavam de suas cabeças. Eles falavam em uma língua gutural e desconhecida para Raven. O chão tremia ocasionalmente, indicando a presença de alguma atividade pesada ou talvez até uma estrutura subterrânea que sustentava a vila.

Raven tentou se levantar, mas o cansaço e a dor a faziam sentir-se fraca e desorientada. A cela estava trancada com uma grande fechadura de metal, e a única fonte de luz vinha de uma pequena abertura na parte superior da cela. Ela ouviu os sons dos Minotauros discutindo em sua língua estranha, suas vozes reverberando nas paredes de pedra e madeira.

Ela se concentrou para ouvir o que estava acontecendo ao redor. As conversas eram acompanhadas por barulhos de machados e martelos batendo, sugerindo que os Minotauros estavam ocupados com algum tipo de construção ou reparo. Raven usou o tempo para tentar analisar a situação. A estrutura da cela era robusta, mas não parecia impenetrável, especialmente se ela pudesse usar sua força e habilidades para romper a tranca ou qualquer outra fraqueza na construção.

No entanto, a prioridade era encontrar uma maneira de sair e, possivelmente, buscar Elara ou qualquer outra pista sobre sua localização.

Ao perceber que estava acordada, os Minotauros imediatamente se prepararam para algo. Um deles, o maior e mais imponente, se aproximou da cela com uma expressão impassível. Ele desbloqueou a fechadura e abriu a porta com um estrondo pesado, sem demonstrar medo ou hesitação. Raven, agora alerta e ciente da oportunidade, não esperou para ser subestimada.

Aproveitando a surpresa, Raven se lançou em direção ao Minotauro. Com um movimento ágil, ela deslizou pela abertura da cela, dando um salto para cima do Minotauro. Ela agarrou a lança que ele segurava com uma força surpreendente, desarmando-o em um instante. Usando seu peso, Raven conseguiu girar a arma e a posicionar de modo que a ponta da lança estivesse pressionada contra o peito do Minotauro.

Montando sobre o Minotauro e mantendo a lança firmemente contra ele, Raven fez um movimento rápido e eficiente para forçá-lo a se render. O Minotauro, agora refém, tentou se mover, mas a pressão da lança e a força de Raven o mantinham imóvel. Ela o segurava com firmeza, fazendo com que ele se curvasse e se rendesse à sua força.

Os outros Minotauros começaram a se agitar, fazendo sons estranhos e emitindo murmúrios de preocupação. Alguns preparavam flechas e miravam na direção de Raven. No entanto, Raven, sem se intimidar, levantou a voz em um tom desafiador.

— Não adianta mirar essas flechas para mim, seus idiotas — ela gritou, — Se um de vocês se atrever a atirar, vou garantir que esse aqui se transforme em um espeto humano! Vamos lá, me mostrem do que são capazes, ou se não vão se render. Quem está no comando aqui? Se vocês têm alguma inteligência, façam algo útil!

Enquanto Raven mantinha sua posição desafiadora sobre o Minotauro, um som de ordem e comando ecoou da parte de trás da vila. Ela se virou para ver quem havia falado e avistou um homem imponente.

O homem era alto e musculoso, com cicatrizes notáveis cruzando seu corpo, incluindo uma longa que atravessava o lado direito de seu rosto. Ele possuía uma barba áspera, semelhante a um cavanhaque, e usava um coque masculino na parte de trás da cabeça. Seu traje era militar: calças camufladas, cintos com várias bolsas, botas pretas pesadas e uma camisa preta com uma fivela. Um charuto estava preso entre seus lábios, dando-lhe um ar de autoridade e desdém.

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora