capítulo 37: A situação desesperada

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Elara começou a andar sem rumo, a frustração crescendo a cada passo. Seus pensamentos estavam fixos em Raven, na imprudência da garota e na dificuldade de encontrá-la naquela floresta que parecia estar viva.

— Raven, sua idiota! — Elara gritou, sua voz carregada de irritação. — Por que você tem que ser tão imprudente? Não estamos aqui pra brincar!

Ela continuou reclamando, a raiva substituindo o medo por alguns momentos.

— Eu já estou em Sylvana, sei dos perigos, mas isso aqui... isso aqui é demais!

Enquanto ela expressava sua frustração, caminhou até uma área aberta na floresta, onde não havia árvores. O chão era estranho, quase liso, sem a vegetação densa que preenchia o restante de Sylvana. Parecia um campo aberto, uma pausa no caos natural ao redor.

— Raven, quando eu te encontrar... — Elara resmungou, mas foi interrompida de repente.

Sem aviso, seu corpo foi jogado violentamente para cima, como se a gravidade tivesse mudado repentinamente, puxando-a para o céu. Elara soltou um grito de surpresa e medo, sentindo-se presa por algo. Seus olhos arregalados se viraram para baixo, e foi então que ela viu o que a segurava.

Uma ave gigantesca, no mínimo de 30 metros de envergadura, a carregava pelos céus. Suas penas eram de um azul profundo, com reflexos dourados que brilhavam sob a luz do sol, e suas garras eram fortes como aço, segurando Elara firmemente. A criatura era majestosa, quase divina em sua presença, com uma semelhança impressionante ao deus Horus, o deus dos céus.

Elara ficou sem fôlego, tanto pela visão impressionante quanto pelo medo que a dominava. A ave parecia levá-la para algum lugar, e tudo o que ela podia fazer era tentar não entrar em pânico enquanto o vento frio cortava seu rosto e o mundo abaixo se tornava uma mancha indistinta.

E assim ela é levada pelos céus pela criatura, sua mente começou a vagar. O medo inicial deu lugar a uma amargura crescente.

— Eu odeio Sylvana — ela murmurou para si mesma, enquanto olhava para a vastidão abaixo. — Nunca foi como eu pensava que era quando criança.

Ela olhou para as garras da criatura que a segurava e percebeu que não tinha muitas opções. Se tentasse se soltar, cairia para a morte certa. Aceitar a situação era a única escolha.

Conforme o tempo passava, Elara começou a observar a floresta de cima. A paisagem era inegavelmente bonita, um tapete de verde interrompido por rios cintilantes e vales profundos. Vistas que ela nunca imaginara ver em sua vida. Havia uma paz quase surreal ali, mesmo que ela estivesse sendo carregada por uma ave gigantesca.

Finalmente, a ave começou a descer, se aproximando de uma montanha imponente. Havia uma sensação de destino inevitável, mas Elara não sabia o que a esperava. Quando chegaram perto de uma parte específica da montanha, a criatura de repente a soltou, jogando-a no ar.

Elara gritou, o pavor a dominando por completo enquanto ela caía, vendo o chão se aproximar rapidamente. Por um momento, ela teve certeza de que morreria na queda, seu corpo esmagado contra as rochas.

Mas, em vez disso, ela aterrissou com um impacto doloroso em um ninho gigantesco, feito de galhos e folhas que amorteceu a queda. Mesmo assim, a sensação de quase morte a deixou ofegante, o coração batendo descontroladamente no peito. Ela se deitou ali, ofegante e atordoada, tentando processar o que acabara de acontecer.

Elara, ainda ofegante, rapidamente percebeu que estava sozinha. O ninho onde aterrissara era alto demais, situado em uma montanha que parecia tocar o céu. Ela tentou ligar para os outros, mas o sinal era fraco e a comunicação impossível.

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora