capítulo 5: O tráfego

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Elara e Jax corriam em disparada, seus corações martelando em seus peitos como se fossem explodir. A adrenalina pulsava em suas veias, impulsionando-os a cada esquina, a cada beco estreito que cruzavam.

Elara apertava com força o comunicador em sua mão, a voz rouca de Orion gritando do outro lado da linha.

- Vocês tinham uma missão simples! Recuperar os documentos e sair! Onde está Lukas? - A raiva de Orion era palpável, quase sufocante.

- Ele ficou para trás, - respondeu Elara, sua voz tingida de preocupação, mas firme. - Ele nos cobriu para que pudéssemos escapar. Não tínhamos escolha.

- Não me venha com essa merda, Elara! - Orion explodiu, sua frustração se transformando em puro ódio. - Se algo acontecer com ele, vou...

- Vai o quê? - Jax interrompeu, seu tom casual, como se estivesse comentando o clima. - Mandar eu limpar os banheiros do QG por uma semana? Já ouvi essa antes, chefe.

- Jax, seu maldito... - Orion não conseguiu completar a frase, engasgado de fúria.

- Relaxa, Orion. Lukas é durão. Ele vai dar um jeito de sair daquele puteiro. - Jax falou despreocupadamente, desviando de um pedaço de destroços no chão com a facilidade de quem já estava acostumado com o caos. Ele olhou para Elara, um sorriso enviesado brincando em seus lábios. - Além disso, você sabe que eu sou um pacifista, só estou aqui para o passeio.

Elara lançou um olhar reprovador para Jax, mas sabia que não adiantava. Jax era assim mesmo, sempre fingindo não se importar, usando o humor como uma armadura contra a seriedade da situação. Ela, no entanto, não conseguia ignorar o aperto no peito ao pensar em Lukas, sozinho naquele prostíbulo, cercado pela Ordem dos Guardiões.

- Orion, nós precisamos de um ponto de encontro, rápido. - Elara cortou o fluxo de xingamentos de Orion, tentando manter a cabeça fria. - Eles vão estar em cima de nós em minutos.

- Peguem a rota 23 e sigam até a estação abandonada. Há uma passagem subterrânea que leva diretamente ao Distrito de Sylvana. Mas ouçam bem: se vocês não voltarem com aqueles documentos, nem pensem em voltar ao QG. - A voz de Orion era dura como pedra, mas havia um leve tremor que Elara percebeu, algo que ele tentava esconder - preocupação genuína.

- Entendido. - Elara desligou o comunicador antes que Orion pudesse responder, sua mente já trabalhando em como atravessar a cidade sem serem detectados.

- Parece que o chefe está com dor de cabeça hoje. - Jax comentou, como se acabassem de sair de uma reunião rotineira. - Ele precisa de umas férias.

- E você precisa levar isso a sério. - Elara rosnou, sua paciência começando a se esgotar. - Estamos lidando com a vida de Lukas, e com o futuro da rebelião.

Jax apenas deu de ombros, mas o brilho em seus olhos indicava que, apesar de sua atitude despreocupada, ele entendia a gravidade da situação. Talvez mais do que deixava transparecer.

O som de sirenes ao longe os fez acelerar o passo, correndo pela artéria principal que os levaria à rota indicada por Orion. As ruas se tornavam cada vez mais estreitas, os prédios pareciam fechar-se ao redor deles, sufocantes.

- Vire aqui! - Elara puxou Jax por um beco estreito, onde as sombras eram mais profundas e as luzes de néon não alcançavam. Eles se esgueiraram pelo caminho apertado, ofegantes, até finalmente emergirem na rota 23, uma avenida larga e ddeserta

- Ali está. - Jax apontou com o queixo para a estação de trem abandonada ao final da avenida. Estava coberta de grafites e parcialmente destruída, mas ainda era possível ver o símbolo da Ordem, desbotado, nas paredes exteriores.

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora