33: O contra-ataque

5 12 0
                                    

Dois dias haviam se passado, e a base estava finalmente se ajustando à nova realidade. O número de pessoas havia dobrado, e o espaço antes tranquilo agora fervilhava de atividade. Soldados, engenheiros e estrategistas se moviam de um lado para o outro, preparando-se para o que viria. A base que antes parecia espaçosa agora estava cheia de vida.

Elara estava passando pelo corredor principal, focada em seus próprios pensamentos, quando ouviu uma voz alta e inconfundível.

— Ei, Elara! — gritou Raven, do outro lado do corredor.

Várias pessoas se viraram para olhar, algumas levantando as sobrancelhas diante da atitude chamativa de Raven, enquanto outras riam da cena que ela estava prestes a causar. Elara suspirou, já imaginando o tipo de vexame que Raven poderia estar preparando, mas se aproximou, cruzando os braços ao se aproximar da garota.

— O que foi agora, Raven? — Elara perguntou, tentando manter um tom de voz calmo.

Raven, com um sorriso travesso nos lábios, se inclinou para frente, fazendo questão de que todos ao redor pudessem ouvir.

— Aric quer fazer uma reunião com o pessoal. Parece que ele tem algo importante pra discutir, e você sabe como ele fica quando alguém chega atrasado, né? — Raven disse, piscando para Elara.

Elara assentiu, um pouco surpresa pela mensagem ser tão simples. No entanto, sabia que, com Raven, nada era tão simples quanto parecia. Ela notou que Raven estava usando a situação para chamar atenção, como sempre, mas também percebia que havia algo mais profundo por trás desse comportamento extravagante — talvez uma maneira de lidar com tudo o que estava acontecendo.

— Certo, vou avisar os outros — respondeu Elara, tentando ignorar os olhares curiosos ao redor. — E Raven... da próxima vez, talvez um pouco menos de espetáculo?

Raven deu de ombros, ainda sorrindo.

— Não prometo nada — respondeu ela, antes de dar um pequeno aceno e se afastar, como se nada tivesse acontecido.

Elara balançou a cabeça, um meio sorriso se formando em seus lábios.

Chegando ao local da reunião, Elara notou a movimentação de várias pessoas, algumas conhecidas, outras novas, presumivelmente do pessoal da Base 7. O ambiente estava tenso, todos cientes da importância daquele encontro. Ela rapidamente avistou um jovem de estatura mediana, cabelos castanhos desgrenhados e olhos penetrantes, que parecia estar no centro das atenções. Ele se destacava pelo ar de liderança natural, apesar de sua aparência jovem.

Aric, já de pé no centro da sala, fez um gesto para que todos se aproximassem. Quando percebeu que Elara havia chegado, ele começou a reunião.

— Esse aqui é Mash — disse Aric, apontando para o jovem líder ao seu lado. — Ele é o responsável pela Base 7, que é essencial no suporte médico da Rebelião. Se alguém aqui precisar de cuidados, ele e a equipe dele são quem vocês vão querer procurar. A Base 7 tem sido um pilar na nossa luta, cuidando dos feridos e nos mantendo prontos para o combate.

Mash acenou de forma discreta, um leve sorriso nos lábios enquanto olhava para os outros.

— É bom conhecer vocês — disse Mash, com uma voz firme, mas amigável. — Estamos todos no mesmo barco, e meu pessoal está aqui para ajudar no que for preciso.

Havia um murmúrio de aprovação entre os presentes, mas a tensão ainda era palpável. Todos sabiam que o tema daquela reunião não seria fácil de digerir.

Aric, voltando ao foco da reunião, deu um passo à frente, seu rosto assumindo uma expressão séria.

— Estamos aqui para falar sobre os eventos recentes — começou ele. — A Ordem sofreu um duro golpe com a aparição da Fênix, mas, como todos sabem, eles distorceram os fatos para parecer que saíram vitoriosos e nós somos os vilões. Precisamos reagir a isso. Minha proposta é um ataque direto à Ordem, algo que mostre ao mundo que não estamos brincando. Não podemos mais ficar na defensiva. É hora de tomar a ofensiva!

A ordem dos guardiõesOnde histórias criam vida. Descubra agora