A ordem dos guardiões

capítulo 16: um último adeus...

Quando ele voltou a si, a primeira coisa que sentiu foi a umidade fria do solo sob seu corpo e o som abafado das folhas balançando ao redor. Sua visão estava embaçada e sua cabeça latejava. Ele tentou se mover, mas percebeu que seus pulsos estavam presos em algo frio e apertado - uma espécie de algema especial, projetada para conter usuários de magia como ele.

Lukas olhou ao redor, seus olhos focando gradualmente na figura ao seu lado. Era Lyra, também amarrada e com um semblante de dor, seus olhos fechados como se estivesse tentando bloquear a realidade ao redor. Ele queria chamá-la, mas antes que pudesse dizer uma palavra, um som horrível de socos ecoou pelo ar.

Ele virou a cabeça, seus olhos se arregalando ao ver a cena que se desenrolava à sua frente. Um círculo de soldados da Ordem estava formado ao redor de Lyra e dele, como predadores cercando suas presas. No centro desse círculo, o líder dos soldados, um homem de olhar frio e cruel, estava de pé sobre Lyra, que estava caída de joelhos. Ele desferia socos impiedosos em seu rosto e corpo, cada golpe fazendo ecoar um som seco e nauseante de carne se encontrando com ossos.

- Acordou finalmente? - o líder dos soldados zombou, ao perceber que Lukas havia recuperado a consciência. Ele parou de bater em Lyra por um momento, dando um passo para trás e enxugando o sangue dos punhos. Seu rosto estava iluminado por um sorriso sádico, como se estivesse se divertindo com a situação.

Lukas lutou contra as algemas, tentando se libertar, mas o material era resistente, feito de um metal que neutralizava qualquer esforço de magia. Seus músculos se tensionaram em fúria, mas era como se estivesse lutando contra uma parede de aço.

- Bem-vindo de volta ao pesadelo, Hawthorne - o líder continuou, aproximando-se de Lukas. - Espero que tenha dormido bem, porque vamos nos divertir muito mais agora.

Lyra, com os lábios partidos e sangue escorrendo pelo rosto, finalmente abriu os olhos e encontrou os de Lukas. Havia uma mistura de dor e desespero em seu olhar, mas também uma fagulha de esperança que ainda não havia sido apagada. Ela tentou falar, mas suas palavras saíram como um sussurro fraco.

- Desculpe... eu não consegui... - ela murmurou, as palavras quase inaudíveis.

- Não se preocupe, Lyra - o líder dos soldados interrompeu com um sorriso maligno. - Você ainda tem utilidade para nós. E quanto a você, Hawthorne, vamos descobrir exatamente o que você sabe e o que pode fazer. Será uma pena se não colaborarem... principalmente para sua amiga aqui.

Lukas olhou diretamente nos olhos do líder dos soldados, sua raiva queimando com intensidade incontrolável. Sem hesitar, ele cuspiu as palavras com desprezo:

- Vai se foder.

A resposta veio rápida e brutal. O homem, alto e musculoso, com braços tão grossos quanto troncos de árvore, desferiu um soco tão poderoso no rosto de Lukas que foi como se tivesse sido atingido por um taco de golfe. O impacto fez sua cabeça girar e uma dor lancinante explodiu em sua mandíbula. Lukas sentiu o gosto metálico de sangue na boca, mas recusou-se a ceder, recusou-se a mostrar fraqueza.

O líder dos soldados deu um passo para trás, flexionando os dedos como se estivesse se aquecendo, um sorriso frio esticando seus lábios.

- Você acha que é corajoso, não é? - ele zombou, balançando a cabeça. - Você não faz ideia do quanto tive que trabalhar para caçar vocês. Perdi dias de folga por causa de vermes como vocês. E quer saber? Estou farto disso.

Ele se virou para Lyra, que ainda estava caída, tentando se recompor, seu rosto marcado por hematomas e cortes. Havia uma expressão de ódio no rosto do homem enquanto ele a olhava.

- E você, traidora - ele disse, seu tom cheio de desprezo. - Você tem algo que eu quero desde que virou as costas para a Ordem.

Lukas, ainda atordoado pelo soco, forçou-se a falar, sua voz rouca.