Capítulo 16

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A sala, que antes fervilhava de emoções, agora parecia silenciosa e vazia. Kelly saiu sem olhar para trás, e William a seguiu, com a expressão de quem tinha o peso do mundo nos ombros.

Com a saída deles, Tio Caio decidiu que ficaria por alguns dias, mas as obrigações da empresa o chamaram rapidamente de volta à cidade. Antes de ir, ele se despediu de Natália, deixando-lhe um leve sorriso de encorajamento.

— Cuide-se, Natália. Vou estar sempre por perto se você precisar de algo — disse ele, sua voz um pouco mais suave do que o habitual.

Ela assentiu, um misto de gratidão e tristeza preenchendo seu coração. Caio sempre foi uma âncora em sua vida, e a ideia de que ele se afastaria para se concentrar em seus compromissos a deixava um pouco desolada. Mas ela sabia que a vida continuava.

Matt, por outro lado, tinha decidido abrir seu escritório de advocacia em St. Jacobs. Era uma nova fase para ele, e Natália estava empolgada por ver seu primo finalmente seguir seu sonho.

— Vou cuidar de você e da loja ao mesmo tempo, prima. Podemos trabalhar juntos — ele havia dito, com um sorriso.

Natália sentia-se grata pela presença de Matt. Ter alguém próximo, que entendia a dinâmica familiar complicada e as pressões que ela enfrentava, fazia a diferença.

Com a ajuda de Paola,  namorada de Matt, Natália começou a retomar as operações na loja. Paola era cheia de energia e ideias, e o entusiasmo dela era contagiante.

— Podemos fazer uma venda de inauguração e dar novos ares à loja! — Paola sugeriu um dia, enquanto elas organizavam as prateleiras. — É uma ótima maneira de trazer a comunidade de volta e fazer a loja brilhar novamente.

Natália sorriu, animada com a proposta. A ideia de revitalizar a loja parecia promissora e a ajudaria a se distrair das tensões familiares. E assim, começaram a planejar a venda, um evento que poderia, quem sabe, trazer um novo sopro de vida ao lugar.

Enquanto isso, Vini continuava a se mostrar um amigo leal. Ele frequentemente aparecia para ajudar no que podia, trazendo consigo não apenas seu charme, mas também uma sensação de conforto que Natália precisava.

Em um desses dias, depois de um longo turno na loja, eles se encontraram na varanda dos fundos, onde ela estava tomando um pouco de ar fresco. Vini a acompanhou, e os dois se sentaram em silêncio por um momento, apenas ouvindo o som do vento e os pássaros cantando.

— Como você está, Natália? — Vini perguntou, quebrando o silêncio. Seu olhar era sincero, e Natália sentiu-se grata por ter alguém que realmente se preocupava com ela.

— Estou me recuperando. Um dia de cada vez — ela respondeu, seus olhos fixos na vista do lago. — Mas tem sido um pouco difícil.

— Eu posso imaginar. E sobre a loja? Paola está ajudando, certo? — Ele sorriu levemente, mostrando que se importava.

— Sim, ela é incrível. Estamos planejando uma venda em breve — Natália disse, e seu entusiasmo começou a transparecer em sua voz.

— Isso é ótimo! Você merece ver a loja prosperar. — Vini inclinou-se um pouco mais perto. — E você também merece ser feliz, Natália.

Aquelas palavras tocaram Natália profundamente. E naquele momento, as emoções que haviam se acumulado entre eles desde o beijo que compartilharam começaram a emergir novamente.

— Eu também quero ser feliz, Vini. — Natália sussurrou, e, ao olhar nos olhos dele, viu algo mais do que apenas amizade; havia uma conexão inegável.

Ele se aproximou um pouco mais, e antes que ela pudesse pensar, ele envolveu a mão dela com a sua, a sensação de conforto misturada com a excitação.

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