𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 02

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CORREDOR

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— A Julia não é tão quieta assim não – Carolana disse de repente, antes que Santinelli entrasse no banheiro, com uma toalha no ombro e algumas peças de roupa nas mãos.

— Como assim? – A jovem se virou, parando em frente a porta, arqueando as sobrancelhas de maneira curiosa.

— Ela não estava falando muito, parecia tímida – Disse simples — Mas não é assim no dia-a-dia.

— Entendi... mas porque está me falando isso?

— Por nada, só para você saber mesmo. – Santinelli sentiu que Carolana tenha segurado o riso, mas resolveu não questionar. Apenas virou-se e foi banhar-se de uma vez por todas. O dia fora cansativo e só um banho quente lhe relaxaria.

A água quente escorria por seu corpo e o vapor fazia-se presente pelo banheiro, embaçando os vidros do box transparente.

Nada ainda parecia real, não podia crer que estava onde sempre almejou estar e, ainda mais, ao lado de pessoas importantes. Tinha a sensação de que tudo só estava começando, queria que aquele dia abrisse as portas para o tão sonhado futuro brilhante.

Logo, não demorou para que saísse do banheiro, já com suas vestes, não muito elaboradas, apenas o suficiente para passar a noite quente. A fumaça invadiu parte do quarto assim que a jovem empurrou a porta e o cheiro de sabonete, provavelmente, era sentido pelo ambiente.

Carolana ainda estava acordada, sorria para o celular com os olhos brilhando em paixão. Provavelmente conversando com a esposa.

— Posso apagar a luz? – Questionou simples.

— Pode sim! – A mulher respondeu simples também, sem desviar os olhos da tela do aparelho que segurava em mãos.

Os dedos de Mafê empurraram o interruptor sem dificuldade alguma e suas pernas lhe levaram até a cama que dormiria nos próximos meses. Com os cabelos úmidos, encostou a cabeça sobre o travesseiro e esse, assim como o colchão, era muito confortável.

Alcançou seu celular e a luz da tela iluminou seu rosto. Em seu WhatsApp haviam algumas mensagens de sua mãe, outras de alguns amigos e outros familiares, as mensagens eram comuns, respondeu a maioria delas e acessou as notificações de outros aplicativos, entre eles, seu Instagram.

As atletas que jogariam ao seu lado, agora lhe seguiam e, obviamente, Santinelli já seguia a maioria delas. Passou algum tempo nas rede-socias antes que o sono lhe alcançasse o que, naquele momento, era difícil, já que toda a emoção lhe deixara desperta e eufórica de mais para dormir tão rápido.

Entretanto, forçou-se a adormecer, pois sabia que no dia seguinte teria de se dedicar ao treino e não queria que nada lhe tirasse o foco.

(...)

O dia se fez presente em um piscar de olhos, suas pálpebras pesadas lhe eram difíceis de abrir, mas a ansiedade em começar o dia o mais cedo possível lhe era maior.
Ainda com a vista turva, ergueu-se sentando-se sobre o colchão, seus pés descalços tocando o chão frio e seus dedos esfregando os olhos cansados.

— Bom dia! – Mafê ouviu a voz de Carolana ecoar um pouco longe, mas a garota estava ao seu lado — Acordou cedo...

— Bom dia... – Murmurou levantando as pálpebras e encarando o rosto da mulher que ainda tinha o corpo coberto por cobertores sobre o colchão — Mas que horas são?

A Alemã - Julia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora