𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 05

679 85 6
                                    

GABRIELA TEM RAZÃO

[🏐]

Todas ali presentes, passaram mais alguns instantes envolta a mesa de sinuca do tal restaurante entre gargalhadas e tensões que normalmente ocorrem durante as partidas.

Bergmann e Santinelli sempre trocavam olhares e, em todas as vezes, as pupilas de Julia brilhavam o que arrancava um sorriso instantâneo de Mafê. Era inevitável não sorrir diante daqueles olhos.

Retornaram a mesa e sentaram-se na mesma formação anterior, ainda conversavam alegremente e, dificilmente, deixariam o local por hora.

A noite corria e a brisa gelada passava mais rápido, o que fazia as pernas nuas de Santinelli arrepiarem-se e nunca foi tão grata a Esther por lhe lembrar de levar um casaco, ou estaria fadada a suportar o vento em suas costas.

— Com frio? – Julia questionou encarando os olhos da mais nova, que pode sentir a ponta seus dedos tocarem sua perna.

Maria Fernanda encarou a mão delicada da mulher por alguns instantes, não esperava que estaria ali. Bergmann, então, apoiou sua mão por completo sobre a pele fria da paulistana.

Mafê sentia que a pele de Julia era mais quente que a sua e muito macia também, seus dedos pareciam perfeitamente polidos, as unhas eram decoradas e as marcas de alguns de seus ossos era delicada, assim como tudo na alemã. Tinha traços delicadamente marcantes.

— U-um pouco... – Atentou-se a responder, visto que a ruiva ainda lhe encarava a espera de suas palavras e sorriu de maneira tímida.

— Não trouxe blusa, ao contrário te emprestaria... – Contou com um sorriso doce.

— Não acho que aceitaria te deixar com frio para que eu esquentasse as pernas...

— Pois eu te faria aceitar! –Bergmann rebateu em um tom brincalhão.

— Não posso nem bater de frente com você... – Suspirou e revirou os olhos em tom irônico.

— Por que não? – Arqueou as sobrancelhas e olhou para Santinelli segurando o riso. Ela gostaria manter a pose séria por mais tempo.

— Porque você é maior! – Respondeu imediatamente e o tom de voz dela era óbvio.

Julia riu e Mafê só pôde a admirar gargalhando. Por algum motivo, cujo não tinha conhecimento de qual, fazer a ruiva rir lhe trouxe uma sensação boa. Um quentinho no peito.

Era óbvio que não seguraria seu riso também e, enquanto olhavam-se entre gargalhadas alegres, Maria Fernanda sentiu olhares queimarem sobre elas, mas preferiu ignorar, nada mais importava que os olhos da alemã naquele momento.

(...)

— A noite foi incrível, meninas! – Gabriela exclamou alegre assim que pisaram no Centro de Treinamento — Nós precisamos sair juntas mais vezes!

— Concordo com a Gabi – Macris comentou sorridente — Inclusive, devemos jogar sinuca juntas mais vezes!

— Só para você perder, não é, Macris?! – Carolana retrucou rindo. 

— Fica quieta, você nem jogou! – Respondeu a altura, gargalhando em seguida.

As mulheres riram enquanto adentravam o CBV, Cardoso caminhava ao lado de Rosamaria, um pouco a frente, suas mãos quase se encostavam e Santinelli observava atenta para o momento em que se juntariam de vez.

A Alemã - Julia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora