𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 04

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SINUCA

[🏐]

— Até que o Zé estava tranquilo hoje, não acham? – Lorenne questionou durante o diálogo

— Verdade! – Foi a vez de Gabriela falar — Ele mal falou durante o treino.

— De duas uma, ou nós somos perfeitas e o Zé não tem o que falar... ou somos um desastre e ele só desistiu! – Thaisa brincou dando de ombros e arrancando gargalhadas da outras.

— É mais fácil a segunda opção ser a certa! – Carol respondeu rindo.

— Tá repreendido! – Nyeme exclamou entre risos.

Santinelli e Cardoso também riam e se enturmavam na conversa com facilidade.

— Já volto gente, vou no banheiro rapidinho! – Esther disse naturalmente, erguendo-se da cadeira que sentara.

A jovem observou o local, logo, encontrou a porta que buscava e, decidida a chegar lá, começou a caminhar normalmente até o banheiro feminino.

Porém, foi no caminho que um garçom, aparentemente adolescente, esbarrou nas suas costas. Haviam dois drinks de morango sobre a bandeja que ele carregava e a paulistana de cabelos curtos sentiu o líquido extremamente gelado escorrer sobre sua camiseta. A essa altura, já não usara mais a jaqueta pela temperatura do restaurante e, em pensamento, agradeceu por ter retirado a peça de roupa do corpo. Não se perdoaria se sua jaqueta preferida estivesse manchada.

— Ah não! D-Desculpa, desculpa... – O garoto balbuciou desesperado e Esther virou-se lentamente na sua direção.

— ...Tá tudo bem... – Suspirou forçando um sorriso. Todos do restaurante olhavam para os dois e a vontade de rir da feição da amiga assombrava Santinelli.

Cardoso olhava na direção do menino que abaixou-se para pegar os cacos de vidros ao chão e, em seguida, ela abaixou-se também.

— Oh, moça... desculpa mesmo... – Ele disse enquanto ambos pegavam os cacos de vidro do chão e seu sotaque carioca era bastante presente. Aparentava ter, por volta, de quinze ou dezesseis anos e o nervosismo saltava de seus olhos.

— Relaxa, essas coisas acontecem! – Esther sorriu com simpatia e ergueu-se ao lado dele, deixando que ele terminasse o trabalho pesado.

Assim que encarou seus dedos, a jogadora de vôlei assustou-se ao ver um pequeno rastro de sangue sobre sua pele, mas não disse nada, pois não queria deixar o pobre garçom ainda mais nervoso. Sendo assim, seguiu ao banheiro para tentar limpar algo em sua camiseta. Se é que tivesse como no momento.

— Eu vou ver se ela precisa de ajuda... – Ana Cristina disse fazendo menção a levantar da mesa.

— Não precisa! – Rosa a interrompeu — Eu posso ir... é mais fácil sair por aqui...

— Tudo bem – Ana deu de ombros.

A loira ergueu-se da cadeira e foi, a passos rápidos ao banheiro.

Santinelli trocou olhares com as outras, mas logo voltaram a conversar como antes.

A loira empurrou a porta pesada que dava entrada ao banheiro e viu que a mais jovem tentava secar a camiseta em um daqueles aparelhos de ar quente feitos para secar as mãos. Esther havia tirado a vestimenta do corpo e estava de costas para a porta, por impulso, Rosamaria fechou seus olhos ao entrar.

A Alemã - Julia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora