𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 13

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PRIMEIRO JOGO

[🏐]

Paris, 29 de Julho, 11h00

Santinelli estava sentada na poltrona confortável do ônibus que levava as atletas ao ginásio onde aconteceria o primeiro jogo da temporada olímpica. Ela observava Julia assistir a rua pela janela enquanto as outras conversavam sobre assuntos aleatórios, as mãos estavam entrelaçadas como sempre que tinham oportunidade e Bergmann parecia ter os pensamentos bem longe.

— Posso saber no que está pensando? – Questionou cutucando o ombro dela com a ponta do dedo indicador, de forma, propositalmente, irritante.

— Nada de mais... – Suspirou virando-se para olhar a mais jovem. Ela não riu e nem resmungou dos toques chatos que Mafê fizera, o que a preocupou.

— Ei, o que foi? – Os olhos da paulistana tinham um brilho preocupado.

— Só estou nervosa, não precisa se preocupar. – Bergmann murmurou.

— Você vai se sair bem, eu tenho certeza! – Sorriu com ternura.

— Eu espero... – Respirou fundo — Não quero que os meus pais se decepcionem...

A jovem não conhecia os pais de Julia, mas, pelo o que ela contara, esses eram muito especiais e importantes para ela. A ruiva contou que, ambos, lhe apoiaram muito no esporte e que queria ser motivo de orgulho.

— Eles não vão, Julia – Maria Fernanda era convicta no que dizia — Você é uma atleta incrível, super talentosa... não tem como seus pais se decepcionarem!

— Eu só... só tenho um pouco de medo... – Abaixou o olhar para suas mãos entrelaçadas — É a minha primeira olimpíada, quero fazer bonito...

— Eu sei que quer, e vai fazer! – Sorriu e colocou uma mecha do cabelo de Julia para trás da orelha.

Bergmann sorriu e voltou o olhar para a mais nova, sentia seu coração quentinho pelas palavras dela, achava a garota até bastante madura para idade e, por mais que não falassem muito sobre, Julia tinha certeza que Santinelli já enfrentara muitas situações difíceis na vida.

— Obrigada... – Falou baixo.

— Não precisa agradecer, meu amor – Falou no mesmo tom e deixou um beijo carinhoso na bochecha dela.

A viagem seguiu tranquila, as atletas, por mais que estivessem nervosas para a estreia olímpica, também estavam animadas e o clima do ônibus era alegre e intusiasmado.

Julia foi deixando o medo de lado aos poucos e entregando-se as graças que não só Mafê, mas como as outras também faziam durante o trajeto. Eram uma família.

(...)

Arena 1 Paris Sul, 11h50

Ao chegarem ao ginásio onde o jogo aconteceria, Maria Fernanda encheu o peito de ar e ergueu a cabeça. Entraram em fila acompanhadas por seguranças e foram direcionadas ao vestiário, onde colocariam os uniformes e conversariam sobre estratégias antes de começar.

A Alemã - Julia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora