MEMÓRIAS
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Bergmann permaneceu em silêncio, como se pensasse em algo, enquanto Gabriela insistia em encarar a ruiva.
-— Olha... não estou dizendo que você ama ela! – Gabi soltou um riso baixinho -— Até por que vocês se conhecem a dois dias, mas está tudo bem achar alguém bonito, viu?!
— Obrigada... eu acho... - Julia forçou um sorriso, lembrando-se da primeira vez que viu Santinelli.
Ela estava jogando na seleção de base do país, Bergmann havia deixado a base a pouco tempo para iniciar na seleção adulta, mas foi assistir um dos jogos com as novas adições da época.
Estava na frente, via o jogo de camarote e, uma das atletas lhe chamava a atenção, a mais nova libero de lá.
Julia encantou-se pela habilidade da menina, ela era rápida e parecia imensamente comprometida e entregue ao esporte. O que lhe encheu os olhos.
Em determinado momento, as adversárias lançaram uma bola com corte forte, aquela jogadora em especial era muito boa e claramente uma ameaça as brasileiras menores de idade.
A que Bergamann tanto observava, tinha um grade Santinelli escrito nas costas, e estava praticamente no fundo da quadra, entretanto, em segundos minúsculos, a jovem estava mais próxima da rede, seu corpo tocou o chão da quadra e um de seus braços, que estava esticado, impediu que a bola tocasse o chão, a fazendo subir a uma altura considerável.
— Voa Santinelli! – O narrador dos jogos da época exclamou com muita alegria, sua voz, era alta e clara. E, apenas aqueles que assistiam de casa, podiam ouvi-lo.
Ja no ginásio, os torcedores gritaram de felicidade, se fizessem aquele ponto, as brasileiras perderiam.
Foi tudo muito rápido, elas não puderam comemorar de imediato, apenas depois de outra jogadora, de cabelos bem curtinhos, lançou a bola para o chão das adversárias em um salto bonito e muito alto.
— É da Cardoso! – O mesmo narrador exclamou com expectativa de novo, segundos antes da bola acertar o chão.
Os olhos de Julia brilhavam em ver aquelas garotas jogarem, eram todas muito boas e jogavam com uma força belíssima e de se admirar.
Junto as meninas, os torcedores vibravam e gritavam alto, agora estavam abraçadas no meio da quadra e o fogo exalava de cada um daqueles olhares. Eram campeãs.
— É ouro! É ouro! – O narrador gritava de alegria e, dentro de quadra, todos pulavam e comemoravam alegremente.
— Ou! Tá' dormindo, Julia?! – A voz de Gabriela ecoou no interior de Bergmann, a fazendo estatelar os olhos e encarar a mais velha.
— Desculpa...
— Eu hein... – A mulher de cabelos enrolados franziu o cenho — ...Achei que você tinha tido um treco!
Julia riu baixinho.
— Enfim... entendeu o que eu disse? – Gabi arqueou as sobrancelhas.
— Sim... – Bergmann mentiu, não ouvira palavra alguma.
— Então estamos combinadas?
— Combinadas? – Julia questionou preocupada, que raios Gabriela teria pensado.
— Você não ouviu nada, não é?! – A que tinha músculos aparentes riu.
Julia negou com a cabeça, rindo baixinho.
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A Alemã - Julia Bergmann
Fiksi PenggemarMaria Fernanda Santinelli, ou melhor, apenas Santinelli como prefere ser chamada, cresceu entre o esporte e começou no Volleyball aos catorze anos de idade. Sempre tivera força dentro de quadra, seu sangue sempre ferveu em partidas e a busca pelas v...