A Alemã - Julia Bergmann

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 14

COMEMORAÇÃO

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A equipe técnica das brasileiras lhes direcionou ao encontro da imprensa após a comemoração no meio da quadra.

As mãos de Mafê suavam em ansiedade, mal podia crer que daria entrevistas naquele momento. Sentia-se importante, de certa forma.

Ao se aproximarem, os jornalistas foram separando-se e abordando diferentes atletas, entre todos os jornalistas, havia uma em especial que parecia nova na área, mas tinha um olhar confiante. Ela não era muito alta, tinha cabelos cacheados e longos, a pele clara, mas bronzeada e um sorriso bonito, segurava um microfone com a logo da emissora de TV Globo, Santinelli sentiu um frio na barriga, daria uma entrevista à uma jornalista da Globo.

— Santinelli, poderia nos dar uma palavra? – Ela se aproximou e Maria Fernanda sorriu imediatamente, ainda um pouco ofegante pelo esforço físico.

— Claro! – A jornalista sorriu de volta.

— Bem, podemos começar então! – A jovem jornalista disse, ela pareceu respirar fundo, provavelmente estava nervosa, mas tinha uma incrível habilidade de esconder muito bem aquele suposto nervosismo.

O homem que segurava uma câmera assentiu e começou a gravar, ele tinha um olhar atencioso e concentrado, mas parecia bem jovem também. Provavelmente uma dupla de estagiários da emissora.

— Boa tarde, pessoal! – Disse entusiasmada e Santinelli sorria ao lado da mulher — Estamos hoje com a nova adição da seleção brasileira de vôlei feminino e uma das principais promessas do técnico Zé Roberto, Santinelli!

— Bem, como está se sentindo com essa vitória logo no primeiro jogo? – A jornalista virou-se na direção de Mafê, com um sorriso simpático.

— Ah, com certeza muito feliz... – Começou com um ar orgulhoso nas palavras e manteve as mãos para trás — Estamos extremamente orgulhosas do jogo de hoje. Iniciar já com o pé direito é muito bom!

— E vocês estão confiantes de que vão vencer essa olimpíada? – Questionou mantendo um tom leve no diálogo, inclusive, algo que a paulistana admirou. A jovem parecia muito boa no que fazia.

— Bem, a busca por esse ouro olímpico, com toda certeza, é um desejo muito grande nosso – Dizia, apesar de um tom mais sério, com um sorriso pequeno — É claro que estamos tendo cautela já que ainda temos de enfrentar adversários grandes e difíceis, como o Japão e a Turquia, que vem se consolidando cada vez mais... mas, acima disso, estamos confiantes sim! Vamos fazer o melhor para trazer o outro para casa esse ano!

Enquanto falava, a jovem jornalista a ouvia com atenção e cuidado e parecia menos tensa aos poucos, o que deixava o ambiente mais confortável.

—  Existe um sentimento de rivalidade entre vocês e outro time? – A jovem era perspicaz — Ou é algo amigável?

— Bom, meio que a rivalidade existe por questões de jogo mesmo – Coçou a própria nuca, um pouco hesitante com aquela pergunta — Mas fora de quadra nós sempre visamos a harmonia, sim...

— Entendo... – Disse simples, não parecia muito convencida da resposta, mas não viria a insistir no quesito inimizades — E vocês tiveram alguma motivação principal para a vitória de hoje?