𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 - 11

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PROMETE?

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Bergmann afastou-se dos lábios da mais nova por receio, buscando pelo oxigênio que ela lhe arrancou dos pulmões. Suas pupilas estavam dilatadas e ela via os olhos de Santinelli brilharam abaixo daquela noite quente.

— Me desculpa... – Mafê abaixou o olhar e suas bochechas esquentaram imediatamente.

— Não! – A ruiva segurou seu rosto, fazendo suas córneas se encararem — Está tudo bem...

Maria Fernanda passou os dedos pelos fios alaranjados de Julia, os colocando para trás de sua orelha enfeitada por brincos minúsculos.

Sentia-se patética por ter aquela insegurança, algo lhe dizia que Julia tinha verdade no que dizia e que seria ridículo de sua parte deixar que alguém como ela fosse embora. Mas e se tudo desse errado outra vez?

Me perdoa... – Sussurou — Me perdoa por ter estragado o jantar. Era para ser algo especial e eu... eu te disse idiotices...

Julia respirou fundo, estava com medo, só queria que Santinelli percebesse o tão puro sentimento que seu peito guardara a tanto tempo.

— Mafê... – Tomou coragem de dizer algo — Eu entendo você, não precisa se desculpar.

A paulistana olhou nos olhos da alemã, permanecendo em silêncio por alguns segundos. Ela colocava as ideias no lugar e tentava assimilar o que acabara de acontecer. 

— Eu quero – Disse determinada.

— Quer? – Julia a olhou confusa e curiosa.

— Você não falou sobre se arriscar?! – Ela acariciou a pele fria de Bergmann — Eu quero me arriscar...

A ruiva não podia crer no que ouvira, só podia estar sonhando. Seu coração saltou em seu peito de uma maneira indescritível, nunca sentira tamanha ansiedade por uma frase tão curta.

— E-Está falando sério? – Balbuciou.

— Estou... – Sussurou.

Ela realmente estava dizendo a verdade, seria mentira se dissesse que não tinha medo, claro. Mas uma parte de seu coração ainda acreditava que amar alguém podia ser bom e, Julia, alcançou a proeza de tocar essa pequena parte do seu peito.

A mais velha sorriu e soltou o fôlego apreensivo que segurava, era como se um peso imenso tivesse acabado de sair de suas costas.

— Eu prometo te fazer enxergar o amor de outra forma... – Ela murmurou e seus dedos tocaram os belos traços de Mafê. Essa fechou os olhos, sentindo o toque delicado que Julia tinha e abriu um sorriso largo.

Havia uma certa inocência na voz e no olhar da ruiva, ela parecia dizer a verdade e Mafê torcia imensamente para não estar enganada em relação a isso.

— Eu prometo te fazer a mulher mais especial do mundo... – Santinelli sussurou abrindo os olhos e encarando as órbitas brilhantes da outra.

— Maria Fernanda... – Bergmann murmurou sentindo seu coração gritar em seu peito — Não mente para mim, por favor...

— Julia, eu posso não ser a pessoa mais corajosa do mundo e, muito menos, a mais madura – Disse com calma — Mas eu jamais mentiria...

A Alemã - Julia Bergmann Onde histórias criam vida. Descubra agora