18. Helena & Dylan

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Helena

O táxi parou em frente à casa de Ester, um farol de esperança em meio à tempestade que me consumia. A porta se abriu antes mesmo que eu pudesse tocar a campainha, e Ester me puxou para dentro, seus olhos azuis cheios de uma preocupação que me partia o coração.

— Helena, meu amor, o que aconteceu? Você parece um fantasma.

Afundei meus braços em seu abraço, as lágrimas finalmente rompendo a barragem que eu havia construído com tanta força.  Ester sempre foi meu porto seguro, a única pessoa que realmente me entendia, que me acolhia sem julgamentos.

— Ester, eles estão doentes.

— Doentes? O que você quer dizer?

— Câncer. Os dois.  E... e eles me disseram que... que tudo o que eles fizeram, foi um erro, um pecado.  Eles estão arrependidos.

Ester se afastou, os olhos arregalados, a boca entreaberta em um "o quê?".

— Helena, isso é inacreditável.  Depois de tudo que eles te fizeram, depois de todos esses anos de sofrimento, eles te dizem que foi um erro?

— Eu sei, Ester.  Eu não sei o que pensar.  Eu não sei o que sentir.  É como se uma parte de mim estivesse morta, e a outra parte estivesse tentando entender o que aconteceu.

— Helena, meu bem, isso é um castigo.  Um castigo por tudo o que eles fizeram, por todos os anos de dor que te causaram.  A vida é justa, e eles estão pagando por seus erros.

— Mas... e eu?  O que eu faço agora?  Eu não sei se consigo perdoá-los, mas também não sei se consigo vê-los sofrer.

Ester me abraçou novamente, com um carinho maternal que me fez sentir segura, protegida. 

— Você não precisa decidir agora, Helena.  Você tem tempo.  O importante é que você esteja bem, que você se cuide.  Eu estou aqui para você, sempre.

Sentei-me no sofá, a cabeça apoiada em seu ombro, o cheiro familiar de lavanda me acalmando.  As palavras de Ester me confortaram, mas a dor ainda me consumia.  Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas sabia que não estava sozinha.  Eu tinha Ester, e tinha Silan.  E isso, por enquanto, era o suficiente.

Dylan

A casa estava silenciosa, vazia, como se a própria atmosfera estivesse segurando a respiração.  Helena não estava, e eu agradecia por isso.  Precisava de tempo, de concentração, para decifrar o enigma que era a Ordem.

Sentei-me em frente ao computador, os dedos teclando freneticamente, buscando informações sobre a organização.  A tela brilhava, iluminando meu rosto com uma luz fria, implacável, como a própria verdade que eu buscava.

Os nomes dos membros da Ordem se revelavam diante dos meus olhos,  cada um deles um nó de dor, um pedaço de um quebra-cabeça macabro.  O líder, um homem chamado T'Kora,  era uma figura enigmática,  uma sombra que se movia nas profundezas do poder.  Ele era o maestro,  o cérebro por trás de toda a organização,  aquele que puxava os fios e manipulava as pessoas como marionetes.

Em seguida,  vinham os seus principais aliados:  o sanguinário  Eurénio,  um homem cruel e implacável,  responsável por inúmeros crimes;  a sedutora  Samaha,  uma mulher capaz de manipular qualquer um com sua beleza e inteligência;  e o misterioso  Yeco,  um mestre da tecnologia,  que operava nas sombras,  controlando sistemas e informações.

Cada um deles,  uma peça fundamental na máquina de destruição da Ordem.  Cada um deles,  um inimigo a ser combatido.

A pesquisa me levava a um labirinto de informações,  de conexões,  de segredos obscuros.  Eu precisava entender a estrutura da Ordem,  suas motivações,  seus objetivos.  Eu precisava desvendar o enigma,  antes que eles destruíssem tudo o que eu amava.

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