Helena
O táxi parou em frente à casa de Ester, um farol de esperança em meio à tempestade que me consumia. A porta se abriu antes mesmo que eu pudesse tocar a campainha, e Ester me puxou para dentro, seus olhos azuis cheios de uma preocupação que me partia o coração.
— Helena, meu amor, o que aconteceu? Você parece um fantasma.
Afundei meus braços em seu abraço, as lágrimas finalmente rompendo a barragem que eu havia construído com tanta força. Ester sempre foi meu porto seguro, a única pessoa que realmente me entendia, que me acolhia sem julgamentos.
— Ester, eles estão doentes.
— Doentes? O que você quer dizer?
— Câncer. Os dois. E... e eles me disseram que... que tudo o que eles fizeram, foi um erro, um pecado. Eles estão arrependidos.
Ester se afastou, os olhos arregalados, a boca entreaberta em um "o quê?".
— Helena, isso é inacreditável. Depois de tudo que eles te fizeram, depois de todos esses anos de sofrimento, eles te dizem que foi um erro?
— Eu sei, Ester. Eu não sei o que pensar. Eu não sei o que sentir. É como se uma parte de mim estivesse morta, e a outra parte estivesse tentando entender o que aconteceu.
— Helena, meu bem, isso é um castigo. Um castigo por tudo o que eles fizeram, por todos os anos de dor que te causaram. A vida é justa, e eles estão pagando por seus erros.
— Mas... e eu? O que eu faço agora? Eu não sei se consigo perdoá-los, mas também não sei se consigo vê-los sofrer.
Ester me abraçou novamente, com um carinho maternal que me fez sentir segura, protegida.
— Você não precisa decidir agora, Helena. Você tem tempo. O importante é que você esteja bem, que você se cuide. Eu estou aqui para você, sempre.
Sentei-me no sofá, a cabeça apoiada em seu ombro, o cheiro familiar de lavanda me acalmando. As palavras de Ester me confortaram, mas a dor ainda me consumia. Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas sabia que não estava sozinha. Eu tinha Ester, e tinha Silan. E isso, por enquanto, era o suficiente.
Dylan
A casa estava silenciosa, vazia, como se a própria atmosfera estivesse segurando a respiração. Helena não estava, e eu agradecia por isso. Precisava de tempo, de concentração, para decifrar o enigma que era a Ordem.
Sentei-me em frente ao computador, os dedos teclando freneticamente, buscando informações sobre a organização. A tela brilhava, iluminando meu rosto com uma luz fria, implacável, como a própria verdade que eu buscava.
Os nomes dos membros da Ordem se revelavam diante dos meus olhos, cada um deles um nó de dor, um pedaço de um quebra-cabeça macabro. O líder, um homem chamado T'Kora, era uma figura enigmática, uma sombra que se movia nas profundezas do poder. Ele era o maestro, o cérebro por trás de toda a organização, aquele que puxava os fios e manipulava as pessoas como marionetes.
Em seguida, vinham os seus principais aliados: o sanguinário Eurénio, um homem cruel e implacável, responsável por inúmeros crimes; a sedutora Samaha, uma mulher capaz de manipular qualquer um com sua beleza e inteligência; e o misterioso Yeco, um mestre da tecnologia, que operava nas sombras, controlando sistemas e informações.
Cada um deles, uma peça fundamental na máquina de destruição da Ordem. Cada um deles, um inimigo a ser combatido.
A pesquisa me levava a um labirinto de informações, de conexões, de segredos obscuros. Eu precisava entender a estrutura da Ordem, suas motivações, seus objetivos. Eu precisava desvendar o enigma, antes que eles destruíssem tudo o que eu amava.
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Chama Sombria
RomansaHelena é uma jovem cristã, familiarizada com os preceitos da fé, e habituada à rotina de uma mulher casada, submissa ao seu marido. Sua vida era diferente daquilo que havia idealizado ao aceitar unir-se ao seu amado esposo Dylan. O amor que deveria...