Meu primeiro dia de terapia foi... Interessante. Obviamente não contei sobre detalhes mais profundos da situação toda, como o bilhete, disse que o que estava me deixando com medo era a semelhança física da última vítima comigo. Falei bastante sobre minhas paranoias, sobre meu acidente, sobre minha relação profissional com o Diego e como ele me convenceu a procurar ajuda. Voltarei na próxima semana, prometo não fugir e arrumar desculpas.
Entrei na sala de investigação e Diego já estava lá, escrevendo algo em algum papel. Seu olhar iluminou quando me viu.
– E aí? Como foi?
– Foi bom
Ele murchou e deixou os ombros caírem com a minha resposta.
– Bom, muito-bom-voltarei-semana-que-vem ou bom, não-fez-diferença-e-nunca-mais-vou-voltar?
Eu ri e me sentei, arrastando a cadeira para o seu lado.
– Foi bom-voltarei-semana-que-vem
Ele segurou meu rosto, sorrindo e me deu um selinho longo
– Nada a ver com o assunto... – ele deu mais um selinho e se afastou – Eu tô me sentindo um palhaço usando essa sua roupa, como pode as roupas ficarem tão justas em você e tão grandes em mim?
Eu ri da cara de desgosto que ele fez
– Você tá lindo, mas dá próxima leva uma roupa pra você vim trabalhar no outro dia
– Calma, são muitas informações... Eu tô lindo? Próxima vez?
– S você quiser, claro
Magicamente, sua mão foi parar na minha perna
– Ah, eu acho que vou ter que pensar no seu caso
– Pensar? E tem alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar a te convencer?
Ele já estava aproximando seu rosto de novo do meu quando bateram na porta. Foi apenas o tempo de nos afastarmos minimamente e alguém entrou.
– Amaury, chegaram essas coisas aqui pra você
O rapaz, que eu nunca lembro o nome, deixou três envelopes em cima da mesa.
– E isso aqui pra você, Diego
Deixou uma caixa pequena ao lado.
– Obrigado, Pedro – Diego disse sorrindo na direção dele, que sorriu de volta
Como ele pode lembrar o nome de todo mundo?
– Você nem pra agradecer o menino – Diego falou assim que ele saiu
– Ué, você agradeceu por mim e por você
Comecei a abrir o primeiro envelope e era algo sobre um caso anterior que já estava resolvido. Diego abriu sua caixa e era alguma coisa sobre a arma dele. O segundo envelope não tinha muitas informações, estava escrito apenas Para Amaury Lorenzo.
Estava distraído rindo de alguma coisa que Diego falava quando abri o envelope. Assim que o papel rompeu, um cheiro forte de lavanda invadiu meu olfato. Meu corpo imediatamente petrificou e eu conseguia ouvir Diego falando sobre algo, mas parecia distante. Minha mão tremeu quando toquei o papel dobrado.
– Você tá sentindo esse cheiro? – Diego falou e eu não consegui responder
Abri o papel devagar e parecia que o cheiro ficava mais forte. Tinham apenas duas frases.
Espero que tenha gostado do presente.
O próximo será mais especial.
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Lavanda - dimaury
FanfictionAmaury Lorenzo é um investigador da Policia Civil com 15 anos de experiência. Sua vida pessoal estava um caos após a separação de um casamento de 7 anos. Sua vida profissional não ficava atrás no quesito caos, uma vez que o investigador se via em um...