Capítulo 12

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Meu primeiro dia de terapia foi... Interessante. Obviamente não contei sobre detalhes mais profundos da situação toda, como o bilhete, disse que o que estava me deixando com medo era a semelhança física da última vítima comigo. Falei bastante sobre minhas paranoias, sobre meu acidente, sobre minha relação profissional com o Diego e como ele me convenceu a procurar ajuda. Voltarei na próxima semana, prometo não fugir e arrumar desculpas.

Entrei na sala de investigação e Diego já estava lá, escrevendo algo em algum papel. Seu olhar iluminou quando me viu.

– E aí? Como foi?

– Foi bom

Ele murchou e deixou os ombros caírem com a minha resposta.

– Bom, muito-bom-voltarei-semana-que-vem ou bom, não-fez-diferença-e-nunca-mais-vou-voltar?

Eu ri e me sentei, arrastando a cadeira para o seu lado.

– Foi bom-voltarei-semana-que-vem

Ele segurou meu rosto, sorrindo e me deu um selinho longo

– Nada a ver com o assunto... – ele deu mais um selinho e se afastou – Eu tô me sentindo um palhaço usando essa sua roupa, como pode as roupas ficarem tão justas em você e tão grandes em mim?

Eu ri da cara de desgosto que ele fez

– Você tá lindo, mas dá próxima leva uma roupa pra você vim trabalhar no outro dia

– Calma, são muitas informações... Eu tô lindo? Próxima vez?

– S você quiser, claro

Magicamente, sua mão foi parar na minha perna

– Ah, eu acho que vou ter que pensar no seu caso

– Pensar? E tem alguma coisa que eu possa fazer pra ajudar a te convencer?

Ele já estava aproximando seu rosto de novo do meu quando bateram na porta. Foi apenas o tempo de nos afastarmos minimamente e alguém entrou.

– Amaury, chegaram essas coisas aqui pra você

O rapaz, que eu nunca lembro o nome, deixou três envelopes em cima da mesa.

– E isso aqui pra você, Diego

Deixou uma caixa pequena ao lado.

– Obrigado, Pedro – Diego disse sorrindo na direção dele, que sorriu de volta

Como ele pode lembrar o nome de todo mundo?

– Você nem pra agradecer o menino – Diego falou assim que ele saiu

– Ué, você agradeceu por mim e por você

Comecei a abrir o primeiro envelope e era algo sobre um caso anterior que já estava resolvido. Diego abriu sua caixa e era alguma coisa sobre a arma dele. O segundo envelope não tinha muitas informações, estava escrito apenas Para Amaury Lorenzo.

Estava distraído rindo de alguma coisa que Diego falava quando abri o envelope. Assim que o papel rompeu, um cheiro forte de lavanda invadiu meu olfato. Meu corpo imediatamente petrificou e eu conseguia ouvir Diego falando sobre algo, mas parecia distante. Minha mão tremeu quando toquei o papel dobrado.

– Você tá sentindo esse cheiro? – Diego falou e eu não consegui responder

Abri o papel devagar e parecia que o cheiro ficava mais forte. Tinham apenas duas frases.


Espero que tenha gostado do presente.

O próximo será mais especial.

Lavanda - dimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora