Capítulo 24

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Eu estou aliviado. Parece horrível falar isso, sendo que um assassino em série que já matou várias pessoas voltou a atacar, mas meu coração está... Tranquilo. Tranquilo por saber que aquele assassino não tem absolutamente nada a ver com a minha vida pessoal e de Diego. Tranquilo por saber que o pessoal não vai se sobrepor e invadir nossa vida profissional.

Acho que foi a primeira vez que me senti bem por não estar à frente do caso Lavanda. Entrar naquela delegacia apenas para dar suporte aos investigadores me trazia paz, não por estar afastado, mas por não estar envolvido.

O corpo estava exatamente igual aos outros. Mesmo corte, mesmas roupas, mesmo cheiro. Um homem gay de 29 anos.

Diego tomou frente e mostrou para os novos investigadores a nossa linha de raciocínio anterior. Meu coração encheu de felicidade de vê-lo trabalhando com tanto entusiasmo, finalmente.

Quando entramos em casa, depois de passar a madrugada toda trabalhando, senti que Diego também estava aliviado de alguma forma.

– É bom não ter envolvimento pessoal, né? – eu disse quebrando o silêncio e sentando ao seu lado no sofá

– É... Maravilhoso – ele respondeu rindo

– Quando eu tive essa sensação de alívio a primeira vez, achei meio egoísta... Mas porra, a gente passou por tanta coisa, acho que não tem problema ser um pouco egoísta agora

Ouvi ele puxando a respiração e me olhar nos olhos logo em seguida.

– Você quer ser pai?

Sua pergunta me atravessou, causando um coração acelerado imediatamente. Não esperava aquela pergunta naquele momento.

– Não... Sei? Quer dizer, eu sempre quis, mas depois da separação eu meio que parei de querer e agora eu... Não sei. Você quer?

– Sim – respondeu em um quase sussurro – Mas eu preciso tratar todos esses traumas primeiro... Não posso envolver um filho na equação da minha vida enquanto eu sou totalmente traumatizado

Juntei nossos lábios rapidamente e ele se aconchegou em mim logo depois.

– A gente espera quanto tempo for necessário

– A gente? Que certeza é essa? Achei que você tava com dúvidas

Enfiei meus dedos no emaranhado do seu cabelo e iniciei um cafuné.

– Eu quero tudo com você, meu bem

Ele fechou os olhos, curtindo meu carinho.

– Eu acho que eu quero me mudar... Não gosto de ter a visão daquele desgraçado morto toda vez que entro nessa sala

– Podemos começar a procurar amanhã. Eu também quero me mudar

– Você gosta tanto daqui – ele dizia ainda de olhos fechados e se inclinando para o meu cafuné

– Eu gosto de onde você se sente bem

Diego sorriu e se esfregou como um gatinho no meu ombro.

– As vezes nem acredito que você existe, preto

Antes que eu pudesse responder, ele cobriu meus lábios novamente com um beijo lento e carinhoso. Ainda me surpreendia como a nossa  sintonia era fora do normal, mesmo com um simples beijo. Quando nossas bocas se separaram minimamente, esfreguei as pontinhas dos nossos narizes, o que sempre fazia ele sorrir.

– Você quer voltar pro Caso Lavanda – eu disse e não foi em tom de pergunta

– Sim. Deu pra perceber a minha empolgação?

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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Lavanda - dimauryOnde histórias criam vida. Descubra agora