A Secretária Do Rei Tirano

- desespero

— Eu quero renunciar...— A declaração soou como uma explosão nos ouvidos do rei mais temido da França.

Marinette Dupain-Cheng, a única secretária real que conseguiu sobreviver ao lado de um rei tirano, conhecido por suas decisões cruéis e impulsivas ao liderar a nação, finalmente chegou ao seu limite.

Após sete anos de lealdade incansável, Marinette decide que é hora de se libertar dessa vida cansativa, marcada por uma rotina exaustiva de organizar a agenda do rei, acompanhá-lo em conselhos e reuniões, participar de cerimônias e, muitas vezes, tomar decisões em seu lugar.

A vida de uma secretária real é como a sombra do rei; onde ele está, Marinette está também. As pessoas a veem como uma viciada em trabalho, mas, na verdade, ela está apenas tentando escapar desse emprego o mais rápido possível.

— O quê? — O rei Adrien Agreste ficou surpreso com a decisão de Marinette. Tomado pela raiva, ele agarrou as bochechas da secretária. — Você nunca vai embora daqui.

Marinette arregalou os olhos ao ver a irritação do rei. Ele costumava encerrar conversas com punições ou até mesmo com a execução de funcionários, mas nunca ameaçou Marinette. No entanto, hoje ele sentiu a necessidade de agir de forma diferente.

— M-majestade, eu preciso... — Marinette hesitou, sem conseguir encontrar as palavras diante do olhar impiedoso do rei.

— Sabe quando você vai sair daqui? — Adrien aproximou seu rosto do dela, mostrando o quanto estava furioso com sua decisão.

— N-não... — Marinette respondeu com a voz trêmula. Adrien sentiu uma pontada de arrependimento ao ver o medo nos olhos da secretária.

Adrien, com a expressão endurecida, respondeu com frieza:

— Você só vai sair deste castelo quando morrer.

As palavras do rei ecoaram ameaçadoras, e Marinette sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Seu medo aumentou, mas ela tentou manter a compostura.

Adrien, ao perceber o efeito de suas palavras, sentiu um misto de arrependimento e frustração. A ideia de perder a única pessoa que sempre foi constante ao seu lado, mesmo em meio à sua tirania, deixou-o perplexo.

Marinette se viu sem escolha a não ser aceitar uma vida como escrava ao lado do rei tirano. Após sete anos dedicados exclusivamente a cuidar de Adrien Agreste, ela nunca teve um momento para si mesma.

Ela sonhava com uma vida normal: frequentar a universidade, passar as tardes com amigas, comprar roupas novas e, quem sabe um dia, construir uma família com um homem respeitoso e educado. No entanto, sua realidade como secretária real a impedia de realizar esses sonhos. Adrien insistia que ela estivesse ao seu lado o tempo todo, dia após dia, sem pausa.

Sua vida era consumida pelo trabalho, e a constante presença ao lado do rei tirano a aprisiona em uma rotina sem fim, afastando-a de qualquer chance de liberdade e realização pessoal.

— Por que? Por que ela quer renunciar?! — O rei, intrigado com a conversa que teve com Marinette, desabafou com seu parceiro Nino, também funcionário real. — Ela tem tudo o que qualquer mulher poderia desejar! Mora no castelo, come as melhores refeições do país, tem um quarto enorme e ainda dou vestidos de presente!

— Eh... Majestade — Nino notou que o rei estava mais irritado do que o habitual.

— De repente, ela apareceu com aquele olhar de pena — Adrien se exasperou ao lembrar da cena. — E me pede demissão! Por que ela se sente infeliz ao meu lado?!

Nino, percebendo a gravidade da situação, tentou acalmar o rei.

— Majestade, talvez o que ela está pedindo não seja apenas uma questão de conforto material. Às vezes, as pessoas precisam de algo mais do que luxo e privilégios. Marinette pode estar buscando um propósito ou uma felicidade que não está encontrando aqui.