A Secretária Do Rei Tirano

- o fim

— Marinette, eu… — Adrien começou, sua voz falhando. — Eu não sei o que acreditar. Minha mãe me disse coisas que eu nunca imaginei que ouviria. Ela me falou com tanto carinho e sinceridade...

— E você acredita nisso? — Marinette interrompeu, seu olhar penetrante fixo nele. — Você realmente acredita que ela mudou, que tudo que ela fez foi por amor? Eu sei que é difícil, mas não deixe que sua dúvida o cegue para a verdade. Ela manipulou você e me fez sofrer.

— Eu não consigo acreditar em nada do que você diz! Não há provas e parece que você está apenas desesperada acusando minha mãe — Adrien retrucou, a frustração evidente em sua voz.

Marinette arregalou os olhos, o choque misturado com uma raiva intensa.

— Você nunca entenderá o que eu passei! — ela gritou, a voz cheia de emoção. — Nunca saberá a dor e o sofrimento que vivi por causa dela. Você está tão cego pela sua lealdade que não consegue enxergar a verdade! A sua mãe me torturou e me manipulou, e agora você prefere acreditar nela do que em mim?

Ela respirou fundo, tentando controlar a ira, mas as lágrimas continuavam a brotar.

— Se você não consegue ver o que está bem na sua frente, então eu não posso fazer mais nada. Talvez um dia você entenda a profundidade da dor que passei. Mas por agora, eu preciso sair daqui e cuidar de mim mesma. Não posso continuar lutando sozinha por algo que você se recusa a aceitar.

Com um último olhar de desespero e frustração, Marinette se virou e se afastou, deixando Adrien sozinho, lutando contra a tempestade de emoções que o consumia. Ele a observou partir, sentindo o peso da dúvida e da confusão se instalar em seu coração.

Marinette decidiu que precisava sair de lá. Permanecer naquele lugar só a faria lembrar dos traumas e da dor que havia enfrentado. Com o coração pesado e as lágrimas rolando pelo rosto, ela se dirigiu ao closet.

Enquanto tirava suas roupas, o desespero e a tristeza se misturavam. Cada peça que removia parecia uma nova camada de dor, a dor de ter seu amor e confiança rejeitados. O homem que ela havia amado com todo o seu ser agora preferia acreditar nas mentiras de alguém que a havia torturado e manipulado. A sensação de traição a esmagava.

As lágrimas caíam sem parar, e seu choro era o reflexo de um coração partido. O único consolo que buscava era a esperança de que, ao partir, encontraria um pouco de paz longe daquilo que parecia ter se tornado uma prisão emocional. Cada gesto, cada lembrança daquele lugar, parecia um lembrete cruel do amor que havia sido destruído.

Em silêncio, Marinette trocava de roupa, aliviando um pouco da carga emocional ao se preparar para deixar o castelo. Quando retirou seu vestido, as marcas de tortura nas suas costas se tornaram visíveis, revelando o sofrimento que ainda carregava.

Adrien entrou no quarto sem fazer barulho e, ao notar as cicatrizes, seu olhar se encheu de horror e preocupação. Com um gesto abrupto, ele se aproximou e tocou as marcas nas costas de Marinette.

— Marinette, quem fez isso com você? — A voz de Adrien estava carregada de desespero e urgência. Ele se inclinou, a angústia visível em seus olhos. — Você está ferida... Como isso aconteceu?

— Você se importa com minha dor agora?! — Marinette se afastou, a raiva e a dor misturadas em sua voz. — Não me toque!

Adrien, com o coração pesado e a mente confusa, deu um passo para trás, tentando entender a intensidade da reação dela.

— Marinette, mesmo sem lembrar de tudo, eu me importo muito com você! — Adrien disse, sua voz tremendo com a intensidade de seus sentimentos. — Eu... Eu não sabia que você estava passando por isso. Por favor, me diga o que aconteceu.