- rei Gabriel

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Há vinte e seis anos atrás, Adrien, uma criança de cinco anos, brincava alegremente no corredor do palácio com seu cavalo de madeira, um presente recente de seu pai, o rei Gabriel. Ele corria de um lado para o outro, sua risada ecoando pelos corredores e ignorando completamente as formalidades que a realeza exigia.

A rainha Emilie, observando de longe, não conseguiu conter sua irritação ao ver o filho em sua diversão despreocupada. Seu olhar se tornou severo e, com um grito autoritário, ela ordenou:

FICA QUIETO!

Ela avançou em direção ao pequeno Adrien, arrancando o cavalo de madeira das mãos dele com uma fúria que não condizia com a paciência materna esperada. Emilie quebrou o brinquedo com força, atirando-o contra o chão. O som do brinquedo se estilhaçando fez o coração de Adrien disparar.

As lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Adrien, e ele ficou em pé no corredor, o olhar perdido e a respiração ofegante, enquanto sua mãe se afastava com um olhar frio e indiferente. Ele permaneceu ali, sozinho e devastado, a alegria de sua infância desfeita em pedaços no chão.

O rei Gabriel estava profundamente imerso em uma reunião com seus conselheiros quando o som de um choro de criança interrompeu a conversa. Ele levantou a mão, sinalizando para que os conselheiros parassem de falar.

— Esperem um momento... — pediu Gabriel, inclinando a cabeça para ouvir melhor. — Estão ouvindo isso?

O choro persistente chamou sua atenção, e ele imediatamente se levantou, dirigindo-se para fora da sala. Ao seguir o som, Gabriel encontrou Adrien no corredor, sentado no chão, lágrimas escorrendo pelo rosto e o cavalo de madeira quebrado ao seu lado.

O rei ajoelhou-se ao lado do filho e o levantou com cuidado em seus braços. Ele olhou para o pequeno Adrien, tentando entender o motivo de sua angústia.

— Meu filho, por que está chorando? — perguntou Gabriel com uma voz gentil, tentando confortar Adrien. — O que aconteceu?

Adrien olhou para o pai com medo e hesitação. Ele queria contar a verdade sobre o brinquedo quebrado e o que aconteceu, mas o medo de desagradar a mãe e a sensação de traição o impediram de falar.

— Nada, papai... — disse Adrien, a voz baixa e trêmula. — Apenas... só estou triste.

Gabriel olhou para o brinquedo quebrado e para o estado visivelmente abalado do filho, seu coração apertando com a preocupação.

Com carinho rei Gabriel segurou Adrien nos braços e, com um olhar carinhoso, começou a caminhar pelo corredor. Lembrou-se de um lugar especial que havia preparado para o filho, um jardim tranquilo com uma balança que ele havia mandado construir especialmente para Adrien quando era apenas um bebê. Era um lugar onde o pequeno podia se divertir e esquecer as tristezas.

— Sabe, filho — começou Gabriel, tentando aliviar a tristeza de Adrien —, eu construí um lugar muito especial para você brincar. Vamos lá? 

Adrien, ainda enxugando as lágrimas, olhou para o pai com um misto de curiosidade e esperança. Ele se aninhou mais perto do rei, buscando conforto em seus braços.

— Você é muito chorão, filho... — Gabriel disse, tentando soar divertido, embora sua preocupação ainda fosse visível. — Assim nunca vai casar.

Adrien fez um bico, a tristeza ainda evidente em seu rosto.

— Eu não vou me casar! — respondeu ele, com uma determinação infantil que fez Gabriel sorrir.

— Hahaha. — Gabriel riu suavemente, dando um beijo carinhoso na testa de Adrien. — Um dia, você vai se apaixonar por uma princesa ou até mesmo por uma plebeia. Mas, por agora, vamos brincar e nos divertir.

A Secretária Do Rei Tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora