- contra-veneno

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No navio, Adrien estava acorrentado, seus punhos presos firmemente enquanto olhava para a porta da cabine. Ela se abriu com um rangido, revelando o rei Arthur, que entrou com o semblante sério e imponente. O silêncio no ambiente pesava, mas Adrien quebrou o clima tenso com um tom desafiador.

— Acha que não está exagerando? — disse Adrien, lançando um olhar ousado ao rei. — Eu não sou louco de pular no mar para fugir da punição. Eu vou encarar o que tiver de vir, mas vou garantir que Marinette esteja livre de qualquer ameaça sua.

O rei Arthur cruzou os braços, caminhando lentamente em direção a Adrien com um sorriso sombrio.

—Eu não dou luxo para criminosos, Adrien. Se dependesse de mim, Marinette estaria acorrentada no seu lugar. — Arthur se inclinou um pouco, aproximando-se de Adrien, a voz carregada de desdém. — Ela devia estar pagando pelos pecados dela, não você.

Adrien, irritado, apertou os punhos nas correntes, mas se manteve firme.

— Você está obcecado por vingança. Marinette não é culpada como você pensa. Se ela estivesse no meu lugar, o verdadeiro culpado ficaria impune! — Ele olhou diretamente nos olhos do rei, tentando conter a raiva crescente.

Arthur deu uma risada seca, cheia de provocação, enquanto se levantava e se afastava, caminhando de um lado para o outro.

— Culpada ou não, meu filho está morto, Adrien. E ela estava lá... ela o matou, seja por acidente ou por escolha. — O rei parou de andar e olhou de volta para Adrien, os olhos cheios de raiva contida. — Você acha que pode protegê-la de mim? Você, que está acorrentado e indefeso, ainda acredita que pode salvar essa mulher?

Adrien sentiu a raiva borbulhar dentro de si, o peito subindo e descendo com força. Ele sabia que as provocações do rei eram para testá-lo, para tentar fazer com que perdesse o controle. Mas ele também sabia que Marinette precisava dele, agora mais do que nunca.

— Eu não vou deixar você condená-la! — Adrien rugiu, a dor e a determinação em sua voz. — Você pode me acorrentar, pode tentar me quebrar, mas eu vou fazer de tudo para garantir que Marinette viva. Ela não merece morrer por um erro trágico.

Arthur sorriu, um sorriso frio e cruel, enquanto se aproximava novamente de Adrien.

— Acha mesmo que tem algum poder aqui? — O rei passou a mão pelos ombros de Adrien, como se fosse um animal enjaulado. — Você é só um homem com esperanças vazias. Marinette será punida, e você, Adrien... você vai assistir de perto enquanto isso acontece.

Adrien, com os olhos cheios de raiva e desespero, puxava as correntes com força, seus gritos ecoando pela cabine.

— Você me prometeu que não tocaria nela! — bradou, sua voz quebrada pela dor. — Eu assumo a culpa no lugar dela! Deixa Marinette em paz... eu sei que ela cometeu um crime, um pecado, mas por favor... ela já pagou o suficiente. Deixa minha mulher viver!

O rei Arthur permaneceu impassível, o olhar duro e carregado de ódio. Ele deu um passo à frente, aproximando-se de Adrien, o peso de sua presença sufocante.

— Você quer protegê-la — Arthur disse com frieza, sua voz quase sussurrante, mas cheia de veneno. — Mas não há mais promessas a serem cumpridas. Marinette tirou de mim aquilo que mais amava. Você acha que pode substituir o meu desejo de justiça com seus sacrifícios vazios?

Adrien se inclinou para frente, suas correntes rangendo com o movimento, sua expressão marcada pelo desespero.

— Por favor... eu imploro. Ela agiu por desespero, não por maldade. Ela fez isso por mim... e eu aceito a punição, eu vou pagar pelo erro dela, mas não a machuque mais.

A Secretária Do Rei Tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora