- heroína da batalha

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Marinette caminhava pelo corredor do castelo, o vestido ensanguentado e a expressão distante, como se saísse de um campo de batalha. Cada passo ressoava com um peso que transcende a simples presença física. O sangue que manchava seu vestido parecia ser a única marca visível de uma guerra interna que ela travava.

Chloé, ao avistar Marinette, ficou paralisada, com o pavor estampado em seu rosto.

— Aah! — exclamou, os olhos arregalados ao ver o estado deplorável da rainha. — O... o que aconteceu?

Luka, ao lado de Chloé, observava sem palavras, sua expressão de choque e preocupação se misturando.

Marinette não desviou o olhar frio e impassível. Sua voz, fria como gelo, cortou o silêncio.

— Leve o corpo de Ewan para fora do castelo. Faça o que for necessário para que ninguém mais veja. Seja discreto — ordenou a Luka, com uma firmeza que não permitia contestação.

Chloé, ainda atônita, apenas conseguiu balbuciar:

— Mas, majestade, você...

— Agora! — Marinette interrompeu com uma determinação implacável. Ela virou-se e continuou seu caminho pelo corredor, deixando um rastro de inquietação no ar.

Marinette entrou em seu quarto, o vestido ensanguentado sendo cuidadosamente retirado. Ela se encarava no espelho com um misto de raiva e desespero. Seu corpo, marcado por queimaduras e cicatrizes profundas da tortura, parecia refletir uma beleza destruída. As marcas, que uma vez eram sinais de dor, agora pareciam ter se tornado parte dela, amplificando seu sentimento de ser feia e quebrada. O espelho, em vez de mostrar uma rainha poderosa, revelava uma mulher que se via como um retrato de sofrimento e desespero.

—DESGRAÇADO!— Marinette gritou, sua voz ecoando pelo quarto enquanto ela se lembrava de Ewan e do que ele fez a Adrien. A raiva e a dor se misturavam em um turbilhão de emoções. Ela bateu com força no espelho, quebrando o vidro em pedaços que caíram ao chão.

O reflexo distorcido dela nas pequenas lascas de vidro era um lembrete cruel da traição e do sofrimento que agora dominavam sua vida. Marinette se ajoelhou entre os cacos de vidro, suas lágrimas misturando-se ao sangue e aos pedaços do espelho. Ela se sentia perdida, sem saber como seguir em frente depois de tanta perda e traição.

Adrien, ao desembarcar na França depois de dois meses no navio, rapidamente percebe que algo está profundamente errado. A cidade, que antes estava em construção e vibrante, agora parecia abatida e desolada. O semblante triste dos habitantes e a falta de movimento o inquietaram.

Lila, disfarçada de acompanhante fiel, também notou a mudança.

— O que está acontecendo? — Adrien perguntou a um plebeu que carregava latas de leite, mantendo a identidade de rei oculta sob sua capa.

O velho olhou para cima, surpresa com a pergunta.

— Alguns homens foram convocados para proteger a França contra uma invasão estrangeira…

— Quem deu essa ordem? — Adrien insistiu, sua voz carregada de urgência.

— A rainha Marinette.

Adrien franziu a testa, sua fúria crescendo à medida que ouvia a resposta. A ideia de alguém, especialmente uma rainha, ter assumido o controle da França e, aparentemente, desviado seus planos o deixou furioso.

— Marinette... — murmurou ele, o nome saindo de seus lábios com um misto de raiva e incredulidade. — Eu preciso ver essa rainha.

Lila observou Adrien, notando a frustração e a determinação em seu rosto. Ela sorriu internamente, satisfeita ao ver que a raiva de Adrien estava direcionada contra Marinette. Isso facilitava seu plano de manipulação, criando uma brecha para suas próprias intenções.

A Secretária Do Rei Tirano Onde histórias criam vida. Descubra agora