03

92 9 9
                                    

Numa sala escura e luxuosa, iluminada apenas pela luz indireta de luminárias estrategicamente posicionadas, a Imperatriz das Sombras estava sentada em uma poltrona de couro, cercada por monitores de computador e agentes leais. Ela observava atentamente as telas, enquanto suas engrenagens mentais trabalhavam em ritmo acelerado, maquinando seus próximos movimentos.

Um de seus agentes se aproximou com uma pasta em mãos, contendo relatórios detalhados sobre as últimas atividades de Cecília. Com um gesto casual, a Imperatriz indicou que o agente prosseguisse.

— Senhora, Cecília Rosa Dantes Sousa continua a investigar o caso do assassinato de Rodrigo Mendes. Começou o agente, mantendo uma postura respeitosa diante da poderosa líder do submundo.
— Ela descobriu evidências que a conectam diretamente a você, embora ainda não tenha consciência da extensão de sua influência.

A Imperatriz ouviu atentamente, seu olhar penetrante fixado no agente. Ela reconheceu a habilidade e a perspicácia de Cecília, mas também sentia uma mistura de admiração e condescendência em relação à jovem detetive.

— É notável como essa garotinha conseguiu chegar tão longe.
Murmurou a Imperatriz, enquanto seus dedos traçavam padrões invisíveis no braço da poltrona.
— Sua inteligência é indiscutível, mas ela ainda é apenas uma criança brincando com fogo. Ela não entende as verdadeiras nuances e perigos do submundo.

O agente assentiu, pronto para continuar o relatório.
— Além disso, Cecília resolveu não revelar seu envolvimento para a polícia, optando por deixá-los pensar que o próprio tráfico ordenou a morte de Rodrigo Mendes.

A Imperatriz ergueu uma sobrancelha, intrigada pela decisão da jovem detetive.
— Interessante... Parece que Cecília é mais perspicaz do que imaginei. Ela está jogando um jogo perigoso, mas sua astúcia pode ser útil para nós.

Enquanto processava as informações, a Imperatriz resgatava um antigo sentimento. Desde que Cecília cruzara seu caminho, ela não apenas nutria uma curiosidade, mas também uma crescente estima pela jovem detetive. Sua inteligência e senso de justiça haviam lhe cativado, e a Imperatriz começava a ver Cecília como uma flor pura que não deveria ser exposta aos horrores do mundo. Porém, ao mesmo tempo, ela reconhecia a inevitabilidade do destino da jovem como uma investigadora, e isso a perturbava.

Com um suspiro silencioso, a Imperatriz decidiu tomar uma atitude. Ela instruiu o agente a preparar dois buquês diferentes de rosas para Cecília, expressando sua gratidão e sua genuína intenção de obter a amizade da jovem detetive. Sabendo que Cecília era uma pessoa culta e versada nas artes, a Imperatriz confiava que a jovem entenderia o significado por trás do gesto teatral.

Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo Onde histórias criam vida. Descubra agora