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Na manhã seguinte, Guilhermo pegou as cartas da caixa de correios e uma endereçada especificamente para Cecília lhe chamou a atenção. Ele então a chamou e lhe entregou a carta.

Ele observou enquanto Cecília lia a carta com atenção, seu rosto iluminado por um sorriso animado. Era um convite cuidadosamente escrito em papel de alta qualidade, convidando-a para um evento de caridade que seria realizado naquela sexta-feira à tarde. Embora normalmente ela ignorasse tais convites, a nobre causa pela qual o evento estava sendo organizado chamou sua atenção. A construção de novas quadras esportivas para crianças das comunidades carentes de Recife era uma iniciativa louvável, e Cecília sentiu que deveria contribuir de alguma forma.

— Parece interessante, não é, senhorita Cecília? — Guilhermo comentou, mantendo seu habitual tom calmo e sereno.

Cecília assentiu, guardando o convite em sua bolsa.

— Sim, a causa parece valer a pena. Pretendo comparecer.

Guilhermo concordou, oferecendo-se para ajudá-la a se preparar para o evento. Ele cuidou dos detalhes, garantindo que Cecília estivesse impecável em seu vestido elegante e que tudo estivesse perfeito antes de partir.

Juntos, eles saíram em um Diploma SE preto, dirigido por Guilhermo. Ele esperou do lado de fora enquanto Cecília participava do evento, pronto para acompanhá-la de volta para casa quando ela estivesse pronta.

Ao entrar no local do evento, um luxuoso salão de festas adornado com flores frescas e iluminação suave, Cecília ficou impressionada com a elegância do ambiente, a iluminação suave, criando uma atmosfera acolhedora e sofisticada. Havia mesas elegantemente postas com arranjos florais e uma suave música de fundo completava a ambientação.

Enquanto circulava pelo salão, Cecília observava os convidados interagindo educadamente, conversando e rindo. Ela notou várias personalidades influentes de Recife, incluindo empresários, políticos e figuras públicas, ela não se importava muito com aquilo entretanto. Apesar do ambiente sofisticado, ela sentiu uma certa descontração no ar, o que a fez relaxar um pouco.

Foi quando uma mulher alta e imponente, vestida com um elegante vestido vermelho, se aproximou dela com um sorriso acolhedor.

— Boa tarde, senhorita Dantes. Seja muito bem-vinda ao nosso evento de caridade. Sou Regina Alexandrina Reis Martins, a anfitriã desta tarde. É um prazer tê-la conosco aqui.

Cecília ficou momentaneamente surpresa com a presença marcante de Regina. A mulher tinha impressionantes olhos cinzas que pareciam poder ler sua alma e, subitamente, Cecília se sentiu pequena perto da mulher alta que ainda por cima usava saltos. Mas recuperou-se rapidamente e retribuiu o sorriso.

— Boa tarde, Senhora Martins. O prazer é todo meu. Obrigada pelo convite. Esta é realmente uma causa nobre e estou feliz por poder contribuir de alguma forma.

Regina assentiu, apreciando a sinceridade nos olhos de Cecília.

— Fico muito contente em ouvir isso. Espero que desfrute do evento e, se precisar de alguma coisa, estou à disposição. Por favor, sinta-se em casa.

Com essa troca de palavras, Regina se afastou para cumprimentar outros convidados, deixando Cecília sozinha por um momento. A jovem detetive observou-a discretamente, impressionada com sua presença e aura de autoridade.

Durante o evento, Cecília participou de várias atividades, incluindo uma pequena exposição sobre o projeto das quadras esportivas e apresentações culturais de crianças das comunidades beneficiadas. Ela se viu envolvida em conversas animadas com outros convidados, compartilhando ideias sobre a importância de iniciativas sociais como aquela.

No entanto, Cecília não pôde deixar de notar os olhares de Regina sobre ela várias vezes, o que a deixou um pouco desconfortável, mas também intrigada. Ela se perguntava por que a anfitriã parecia tão interessada em sua presença.

À medida que a tarde avançava, Cecília se encontrou envolvida em conversas animadas com outros convidados, mas não pôde deixar de notar os breves olhares de Regina em sua direção, o que estava a deixando envergonhada.

Quando o evento chegou ao fim e os convidados começaram a se despedir, Regina se aproximou de Cecília discretamente.

— Senhorita Cecília, gostaria de lhe entregar algo como um símbolo de minha gratidão por sua presença hoje.

Com um gesto gracioso, Regina estendeu a mão para Cecília, segurando delicadamente uma única rosa branca.

— Uma rosa branca simboliza pureza e inocência, uma homenagem adequada a alguém tão jovem e gentil como você.

Cecília ficou surpresa com o gesto, sentindo-se lisonjeada e, ao mesmo tempo, intrigada. Um pouco envergonhada com a atenção da anfitriã, Cecília aceitou o presente com um sorriso educado e grato, mas seu coração batia mais rápido.

— Permita-me acompanhá-la até o carro, senhorita Cecília? — Regina sugeriu com um sorriso.

Cecília se questionou por que ela estava lhe dando tanta atenção, mas concordou, agradecendo a gentileza de Regina.

Enquanto saíam do salão, Guilhermo se aproximou para abrir a porta do carro para Cecília, seu rosto mostrando curiosidade quando viu a mulher alta ao lado dela.

— Devo me despedir aqui. — Cecília falou educadamente.

— Tenha uma boa viagem a casa. — Regina respondeu com uma voz gentil, ainda que sua voz contralto passasse a autoridade que a mulher alta certamente tinha.

Cecília apenas sorriu de volta para Regina, sentindo-se um pouco tímida com a situação, mas agradecida por sua gentileza. Ela acenou para Regina enquanto entrava no carro, e Guilhermo fechou a porta atrás dela antes de assumir seu lugar no banco do motorista.

— Quem era a mulher alta, senhorita?

Guilhermo perguntou curioso. Ela era uma mulher muito bonita, mas ele não sabia o que pensar dela.

— A anfitriã do evento, senhora Regina Alexandrina Reis Martins.

— A anfitriã? Parece que ela gostou de você, senhorita, a ponto de vir acompanhá-la até o carro.

Ele comentou surpreso.

— Bem, parece que sim, embora eu não saiba o que fiz para merecer a atenção dela.

A jovem falou intrigada e envergonhada.

— A senhorita é uma jovem muito amável, é fácil gostar de sua presença. A senhora Martins deve sentir isso também.

Guilhermo comentou, lisonjeando a jovem.

— Ah, Guilhermo, assim eu fico tímida.

A menina corou, afundando no banco.

— Estou apenas falando a verdade.

Guilhermo falou sorrindo com a timidez jovial de sua senhorita.

Enquanto dirigiam para casa, a mente de Cecília se agitava com pensamentos sobre o enigmático encontro com Regina. Cecília pensava no significado daquela única rosa branca e na figura enigmática da mulher alta. A dúvida e a curiosidade fervilhavam em sua mente, preparando o terreno para futuros encontros e revelações. Não poderia ser o que ela estava pensando, não é? Não, não poderia. Ou poderia? A dúvida persistia.

Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo Onde histórias criam vida. Descubra agora