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A manhã de sábado trouxe um silêncio incomum ao Mirante Colonial. Guilhermo, preocupado com o comportamento recente de Cecília, decidiu que era hora de uma conversa séria. Ele sabia que algo estava perturbando sua protegida, mas não conseguia entender o que era.

— Cecília, podemos conversar?

Guilhermo perguntou, sua voz suave, mas firme.Cecília olhou para ele, seus olhos mostrando sinais de cansaço.

— Claro, Guilhermo. O que houve?

Guilhermo se sentou ao lado dela na sala de estar, observando-a com preocupação.

— Você não está bem. Seu comportamento mudou drasticamente nos últimos dias. Sei que algo está acontecendo. Quero ajudar, mas preciso que você confie em mim.

Cecília hesitou, sentindo uma onda de culpa e medo. Ela sabia que estava se envolvendo em algo perigoso, mas a curiosidade e a necessidade de respostas a consumiam.

— Eu... eu estou bem, Guilhermo. Só estou estressada com os estudos e outras coisas.

Ela tentou justificar, mas sua voz traiu sua ansiedade.Guilhermo suspirou, percebendo que não conseguiria arrancar a verdade dela tão facilmente.

— Tudo bem, mas quero que saiba que estou aqui para você. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar.

Cecília assentiu, sentindo o peso da preocupação de Guilhermo. Sabia que precisava ser mais cuidadosa, mas também que não podia abandonar suas investigações.

Depois de um breve silêncio, Guilhermo se levantou, dando-lhe um sorriso encorajador antes de sair.

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No domingo, Regina decidiu que era hora de uma conversa com Cecília. Ela sabia que não podia revelar sua verdadeira identidade, mas precisava encontrar uma maneira de guiar a jovem detetive de volta ao caminho da segurança. Regina ligou para Cecília, convidando-a para almoçar em sua casa. Cecília aceitou o convite, sentindo-se nervosa e ansiosa. Ela sabia que Regina tinha um poder inegável sobre ela, mas também sentia um carinho genuíno pela mulher.

O domingo amanheceu claro e ensolarado, trazendo um breve alívio para a semana exaustiva que Cecília havia vivenciado. Sua mente ainda estava repleta de perguntas sobre o Império e a Imperatriz das Sombras, mas ela tentava encontrar um pouco de paz enquanto se preparava para o almoço na mansão neocolonial portuguesa de Regina, após voltar da missa. Guilhermo, sempre atento, notou a expressão cansada de Cecília.

— Cecília, você tem certeza de que vai ficar bem?

Perguntou Guilhermo, preocupado.

Cecília sorriu levemente, tentando tranquilizá-lo.

— Não se preocupe, Guilhermo. Minha seletividade alimentar não é mais tão ruim quanto antes. E comidas feitas em casa sempre me fazem bem.

Guilhermo suspirou, ainda relutante, mas concordou.

— Tudo bem, mas se sentir qualquer desconforto, me avise imediatamente.

Cecília chegou à mansão de Regina pouco antes do meio-dia. A casa era uma bela construção neocolonial portuguesa, elegante e acolhedora, mas também tinha um certo ar de imponência, refletindo o bom gosto de sua anfitriã. Ao entrar, foi recebida com um sorriso caloroso.

— Cecília, que bom que veio.

Disse Regina, abraçando-a.

— Vamos almoçar e conversar um pouco.

Durante o almoço, Regina observava Cecília cuidadosamente. A jovem estava visivelmente cansada, mas ainda mantinha uma determinação feroz em seus olhos.

Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo Onde histórias criam vida. Descubra agora