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Quarta-feira, meio-dia. Regina subiu as escadas do Mirante Colonial com seus passos firmes e compassados. O som dos saltos ressoava levemente na entrada.

— Olá, Guilhermo. Boa tarde.

Disse ela, quando ele abriu a porta.

Guilhermo a olhou surpreso, mas logo sorriu.

— Olá, Regina! Bom dia. Boa tarde só depois do almoço. Veio visitar Cecília?

O tom brincalhão fez Regina sorrir.

— Bom dia, sim. Ela já chegou da escola?

— Sim, sim, está terminando o banho enquanto eu preparo o almoço. Por favor, entre. Gostaria de almoçar conosco?

— Se não for um incômodo...

— Incômodo algum.

Ele assegurou, abrindo espaço para que ela entrasse.

— Tanto a senhorita quanto eu apreciamos muito sua companhia.

Regina passou pela porta com a elegância habitual, os saltos adicionando uma leveza imponente à sua figura já alta e a deixando um pouco mais alta que Guilhermo.

— Fico feliz em ouvir isso. Gosto muito de vocês também.

Disse, em um tom afetuoso.

— Por favor, fique à vontade. Cecília já deve descer, e eu preciso cuidar das panelas.

Comentou Guilhermo, indicando o sofá com um gesto suave.

Regina se acomodou, o ambiente acolhedor da sala do Mirante sempre a envolvendo de maneira confortável. Seu olhar vagou pela decoração, mas logo foi atraído pelo aroma que vinha da cozinha.

— Pelo cheiro, parece que o almoço vai ser excelente. Com você cozinhando, não pode dar errado, não é? És um grande chef.

Disse ela, lançando um elogio com um sorriso discreto.

Guilhermo, corado de leve, baixou os olhos por um instante.

— A senhora me dá muito crédito. Sou apenas um cozinheiro comum. Voltarei em breve, a senhorita Cecília deve estar descendo já.

Assim que ele saiu, o som leve dos chinelos de Cecília ecoou na escada. A jovem descia calma, ainda com o cabelo úmido do banho e vestindo roupas simples e confortáveis, um shorts largo e uma camiseta de algodão, ambos azul bebê. Ao ver Regina, seus olhos brilharam e o passo acelerou.

— Senhora Regina? Que surpresa!

A alegria evidente em sua voz fez Regina abrir um sorriso acolhedor.

— Desça devagar, Cecília.

Aconselhou Regina, o tom caloroso, mas com a habitual autoridade.

— Vim visitá-la, espero que não seja um incômodo.

Ela se levantou, braços abertos, e Cecília correu para um abraço apertado, o aroma suave da colônia de lavanda da menina envolvendo Regina por um momento. Ao passo, que o seu perfume de cedro e rosas vermelhas envolvia Cecília, a combinação lhe trazendo a sensação de força e suavidade, segurança e conforto, proteção e aconchego.

— Não é incômodo algum, eu amo sua presença.

Respondeu a menina, a sinceridade ecoando em suas palavras, sem perceber o quanto aquelas frases simples afetavam o coração de Regina, sempre envolto em sombras.

Regina a abraçou de volta, um sorriso terno, um daqueles raros sorrisos que só Cecília conseguia arrancar dela.

— Fico feliz em ouvir isso. Eu também amo a sua presença.

Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo Onde histórias criam vida. Descubra agora