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Cecília retornou para casa ao finalizar o caso de Rodrigo Mendes, sentindo um misto de alívio e exaustão. Ao atravessar a bela porta de madeira do mirante colonial em que residia, foi recebida pelo aroma reconfortante da comida preparada por Guilhermo. Seu mordomo e guardião havia preparado uma refeição reconfortante, sabendo que ela precisaria de energia após um longo dia de investigação.

Sentaram-se à mesa na sala de jantar onde Guilhermo já havia posto os pratos. Cecília compartilhou com Guilhermo os detalhes finais do caso, enquanto o sol que se punha no horizonte invadia as janelas lançando tons de laranja e rosa sobre eles.

— Guilhermo, você realmente se superou hoje. Essa refeição está divina!
Cecília falou com um grande sorriso satisfeito.

— Fico feliz que tenha gostado, Senhorita Cecília. Sempre me esforço para proporcionar o melhor para você.
Guilhermo respondeu com um sorriso orgulhoso.

— E como sempre, você acerta em cheio. Sabe, às vezes me pergunto se você não é um chef disfarçado de mordomo.

— Ah, Senhorita Cecília, você me lisonjeia demais. Mas prometo que sou apenas um modesto mordomo que aprendeu alguns truques na cozinha.
Ele disse sorrindo.

— Bem, seja como for, você é o melhor mordomo que alguém poderia pedir. Sua dedicação e cuidado fazem toda a diferença.

— E você, Senhorita Cecília, é a razão pela qual faço o que faço. Protegê-la e cuidar de você é uma honra para mim.
Ele a olhou afetuosamente.

— Obrigada, Guilhermo. Sabe, às vezes me pergunto o que seria de mim sem você ao meu lado.
Cecília sorriu grata.

— Provavelmente seria uma bagunça completa! Mas não se preocupe, estou aqui para garantir que isso nunca aconteça.
Ele disse em um tom brincalhão.

— Ah, você sempre tem uma resposta para tudo, não é mesmo? Bem, acho que isso é parte do seu charme, não é?
Cecília disse rindo.

— Ah, Senhorita Cecília, você sabe como me deixar sem palavras. Mas falando sério, estou aqui para o que precisar, sempre.
Ele sorriu.

— Eu sei, Guilhermo. E não sei o que seria de mim sem você. Você é minha âncora neste mundo louco.
Ela lhe mandou um olhar grato.

Após o jantar, Cecília subiu às escadas até o seu quarto quando a campainha tocou, Guilhermo atendeu a porta e recebeu a entrega. Cecília então desceu as escadas do mirante colonial, encontrando na entrada Guilhermo, que carregava os dois buquês de rosas com uma expressão questionadora no rosto.

— Senhorita Cecília, parece que você recebeu uma surpresa.

O homem fez uma cara séria. "Quem é que estava mandando buquês pra sua senhorita? Ela era muito jovem para namorar!" Ele pensou.

Cecília olhou para os buquês com curiosidade, reconhecendo imediatamente o significado por trás da escolha das flores. Ela sentiu exaustão ao perceber que, não importava o que fizesse, já estava na mira da Imperatriz das Sombras.

Ela então se deixou cair no chão do corredor, em uma clara cena de exaustão e resignação. O gesto teatral da Imperatriz apenas confirmava suas suspeitas de que sua vida tranquila e regrada estava prestes a ser abalada. Mesmo assim, ela não pôde deixar de admirar a perspicácia da mulher por trás daquele gesto, enquanto sua mente já trabalhava nas próximas jogadas desse intrigante jogo de gato e rato.

— Senhorita por favor levante do chão, não fique se jogando no chão do corredor. Se quiser se deitar no chão para relaxar, deite, mas no tapete do seu quarto.

Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo Onde histórias criam vida. Descubra agora