Cecília passou a semana após o evento de caridade ainda pensando em seu encontro com Regina. A mulher por si só era muito memorável, mas sua atitude de lhe dar aquela única rosa branca estava a deixando em dúvidas. Ela conhecia alguém que gostava de gestos teatrais como aquele, mas achava um absurdo a tal figura se revelar na pessoa de Regina, uma mulher de reputação ilibada na sociedade. Cecília havia pesquisado sobre ela: Regina era uma presidente excelente, filantropa dedicada, amada por diversos setores da sociedade. Não havia brechas em sua vida que indicassem que ela era qualquer coisa além de uma presidente poderosa e respeitável das Corporações Martins.
Esses pensamentos foram interrompidos quando o Delegado Arantes a chamou até uma galeria de arte local, onde um roubo audacioso resultou no desaparecimento de peças valiosas. Cecília imediatamente se dirigiu até lá, levada por Guilhermo no Diplomata SE. O sol estava alto no céu ainda; ela tinha acabado de almoçar em casa quando recebeu a ligação do delegado. Ao chegarem à galeria de arte, o ambiente estava tenso, com policiais ainda presentes, investigando os detalhes do crime.
Cecília caminhou pelo local, observando cada detalhe com olhos perspicazes. Ela conversou com os policiais, analisou as câmeras de segurança e examinou cuidadosamente os vestígios deixados pelos criminosos.
— Alguma pista nova?
Perguntou Guilhermo, mantendo-se próximo de Cecília enquanto ela trabalhava.
Cecília balançou a cabeça, franzindo a testa com concentração.
— Ainda não. Mas algo aqui não está certo. Precisamos cavar mais fundo.
Ela continuou sua investigação, entrevistando os funcionários da galeria e examinando os registros de visitantes. Infelizmente, cada informação parecia um beco sem saída. Tudo estava absolutamente limpo, não havia uma pista sequer sobre quem poderiam ser os autores do roubo. Como podiam ser tão profissionais? Quem quer que fossem os ladrões, não estavam para brincadeira.
O sol estava se pondo quando Cecília e Guilhermo deixaram a galeria de arte, desanimados com a falta de pistas sólidas sobre os criminosos. Cecília sentiu uma sensação de frustração crescente enquanto tentava encontrar uma brecha no caso.
Sentada em seu escritório em casa, Cecília ponderou sobre suas opções. Era como procurar uma agulha no palheiro, até que uma ideia brilhou em sua mente. Ela precisava mergulhar nas profundezas do Mercado Negro.
Com um suspiro de determinação, Cecília contatou um de seus contatos na Dark Web, um hacker especialista em rastrear atividades ilegais online. Após algumas horas de negociação, ela obteve a informação que precisava: um leilão ilegal estava marcado para o dia seguinte às 17 horas.
— Este pode ser o nosso elo perdido.
Disse Cecília a Guilhermo, cuja expressão refletia uma mistura de preocupação e resolução.
— Vamos seguir essa pista. Um leilão ilegal tão próximo do roubo na galeria não pode ser mera coincidência.
Ao falar isso para Guilhermo, ela viu a preocupação estampada em seu rosto. Ele sabia tão bem quanto ela os perigos que enfrentariam ao se infiltrar em um ambiente tão arriscado.
— Cecília, não acho que seja uma boa ideia ir até lá.
Disse Guilhermo, sua voz carregada de preocupação.
— É muito perigoso. Não sabemos com quem estamos lidando, e não podemos confiar em ninguém lá dentro.
Cecília olhou para ele, sua expressão determinada. Ela sabia que estava correndo um grande risco, mas sua sede de justiça e sua determinação em resolver o caso a impulsionavam para frente.
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Entre Rosas e Sombras: Conflito com o Submundo
Mystery / Thriller⚠️ Alerta de gatilho Cecília Dantes, uma jovem detetive prodígio de Recife, aos impressionantes 17 anos, equilibra sua inteligência afiada com uma rotina rigorosa que termina pontualmente às 18 horas. Sua vida meticulosamente organizada começa a de...