capítulo 19: atitude

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Hyein

Eu estava com o coração batendo rápido. Não sabia exatamente o que estava acontecendo comigo, mas toda vez que eu olhava para Rami, algo dentro de mim mudava. Não era apenas o jeito que ela sorria ou como ela interagia com as outras meninas, mas o jeito que ela me fazia sentir... era diferente. Mais intenso, mais confuso, e, de certa forma, mais claro ao mesmo tempo.

Naquela noite, depois do show, quando estávamos todas juntas comemorando, eu não conseguia parar de olhar para ela. Rami parecia tão à vontade, tão relaxada, conversando com Minji e Hanni, rindo e se divertindo. E eu ali, apenas a observando de longe, tentando encontrar coragem dentro de mim para fazer o que eu queria fazer há tanto tempo.

Eu precisava falar com ela. Sozinhas.

Então, com um último suspiro para criar coragem, fui até ela e toquei levemente em seu braço. Rami me olhou com aquele sorriso suave, sempre tão acolhedor.

— Oi, Hyein. O que houve? — ela perguntou, a voz tão calma que me fez vacilar por um segundo.

Mas eu não podia hesitar. Não agora.

— Vem comigo — eu disse, sem dar mais explicações, pegando sua mão e a puxando suavemente para longe das outras. Eu podia sentir o olhar curioso das meninas, mas não me importei. Eu só queria um momento com ela.

Rami, surpresa, não resistiu e me seguiu sem fazer perguntas. Caminhamos por um corredor mais afastado do estúdio, e eu parei quando senti que estávamos longe o suficiente. O coração batendo ainda mais rápido, as mãos um pouco trêmulas... eu sabia o que eu queria fazer, e isso me assustava, mas ao mesmo tempo me dava uma sensação de liberdade que eu não esperava.

— O que foi? — Rami perguntou de novo, me olhando nos olhos, claramente confusa, mas com um brilho de curiosidade no olhar.

Eu não respondi. Em vez disso, respirei fundo, dei um passo à frente, e sem pensar muito, agarrei o rosto dela com as duas mãos e a beijei. Intenso. Aquele beijo carregava tudo o que eu vinha guardando, todos os sentimentos, a confusão, a atração. Eu estava explodindo por dentro, e beijá-la foi a única maneira que encontrei de aliviar o que sentia.

Rami não recuou. Pelo contrário, ela correspondeu imediatamente, suas mãos segurando minha cintura e me puxando mais para perto. O calor entre nós era palpável, e o jeito que nossas bocas se moviam juntas, como se aquele momento fosse inevitável.

Quando finalmente nos separamos, ofegantes, com as testas encostadas, eu senti o rosto corar de um jeito que nunca tinha acontecido antes. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar:

— Eu... era eu quem deveria tomar a atitude, já que sou a mais velha — Rami brincou, sorrindo com aquele brilho travesso que sempre me deixava meio sem chão.

Eu ri, um pouco sem jeito, mas com uma sensação de realização. — Eu não ia esperar mais... — murmurei, ainda sentindo o gosto dela nos meus lábios.

— Você definitivamente não é do tipo que espera — Rami respondeu, me olhando nos olhos de uma forma que me fez arrepiar.

Ficamos ali por um momento, sem dizer mais nada, só sentindo a presença uma da outra, como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido. Eu sabia que aquilo tinha mudado tudo entre nós, e de alguma forma, eu não conseguia me arrepender.

Rami

Eu ainda sentia o gosto de Hyein nos meus lábios, e a eletricidade entre nós estava mais intensa do que nunca. Quando nos afastamos daquele primeiro beijo, algo dentro de mim mudou. A tensão que eu não conseguia entender até agora fez sentido. Hyein me olhava com aqueles olhos que sempre me intrigaram, e eu sabia que não conseguiria parar por ali.

Ela sorriu, meio sem jeito, ainda respirando fundo, e aquilo me fez querer mais. Muito mais. Sem dizer uma palavra, levei minha mão até o rosto dela de novo, passando meu polegar suavemente por seu queixo. O jeito como ela fechou os olhos ao meu toque foi a última faísca que eu precisava.

— Você acha que já terminou? — murmurei, com a voz baixa e rouca, meus olhos focados nos dela.

Hyein abriu os olhos, confusa, mas antes que pudesse responder, eu a puxei para mais perto. Sem hesitar, fechei a pequena distância que restava entre nós e a beijei de novo, dessa vez mais lento, mas muito mais intenso. Minhas mãos seguravam seu rosto com firmeza, enquanto seus braços passaram ao redor do meu pescoço, puxando-me para mais perto.

Diferente do primeiro beijo, esse não era só urgente. Era quase como se cada movimento de nossas bocas fosse calculado, como se estivéssemos descobrindo cada pedaço do outro, explorando cada sensação. Meu corpo estava colado ao dela, e eu podia sentir sua respiração entrecortada misturando-se com a minha, quente e cheia de desejo.

O beijo se aprofundava, e cada segundo parecia durar uma eternidade. Nossas línguas se encontravam em um ritmo lento, mas carregado de algo que nem uma de nós sabia explicar. O gosto dela era viciante, e o som suave de sua respiração presa na garganta a cada toque me fazia perder a noção do tempo.

Minhas mãos deslizaram dos cabelos de Hyein até sua cintura, segurando-a com firmeza enquanto a puxava mais para mim. Eu queria senti-la mais perto, o máximo possível. Ela correspondeu com a mesma intensidade, suas mãos segurando os meus ombros, puxando-me ainda mais para o beijo, como se não quisesse que aquele momento acabasse.

Eu gemi baixinho contra seus lábios, e ela respondeu com um suspiro profundo, como se estivesse entregando todo o controle. Nossas bocas se moviam juntas em um ritmo perfeito, como se estivéssemos em uma dança silenciosa e íntima que só nós duas entendíamos.

Por um breve segundo, nos afastamos apenas o suficiente para respirar, e Hyein abriu os olhos, ainda me encarando com aquele misto de surpresa e desejo.

— Eu não esperava... — ela começou a falar, mas não deixei que terminasse.

— Shh... — murmurei contra seus lábios, sem me afastar muito. — Eu também não esperava... — sussurrei, e antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa, a beijei de novo, com ainda mais intensidade.

O beijo parecia consumir tudo ao nosso redor. Não importava onde estávamos, não importava quem poderia estar lá fora. Era só eu e ela. A sensação de seus lábios nos meus, de seu corpo pressionado contra o meu, era tudo o que eu precisava naquele momento.

O mundo lá fora não importava mais.

Nós duas perdemos completamente a noção do tempo. Nossos corpos estavam tão próximos que eu sentia o calor dela através de cada parte de mim. Suas mãos agora estavam em meu cabelo, bagunçando-o enquanto me puxava para mais perto, e eu não me importava. Cada toque dela fazia meu corpo reagir de um jeito que eu não sabia ser possível.

— Rami... — ela murmurou, a voz entrecortada pelo beijo.

— O que foi? — perguntei, minhas palavras quase um sussurro contra seus lábios, sem sequer me afastar.

Ela riu baixinho, sem realmente responder, apenas me beijando de novo. Eu sabia que nenhuma palavra era necessária naquele momento. O beijo falava por si.

Eu não sabia onde aquilo nos levaria, mas uma coisa era certa: eu nunca quis parar. Hyein tinha acendido algo dentro de mim, algo que eu não conseguia ignorar mais

Realmente amigas? (RUPHA) (CHIYEON) (RORASA)Onde histórias criam vida. Descubra agora